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Filosofia e Filosofia Clínica

Prof. Dr. Nivaldo Alves
Teólogo
Filósofo Clínico
Roma



A década de 90 mostrou que a Filosofia voltou a ser valorizada. Recebeu o valor merecido neste final de século; reconhece-se a falta que ela faz; afirma-se sua importância; introduzem-na nos currículos escolares. Defrontamo-nos com o que muitos adultos não acreditam: até as crianças já sabem que a Filosofia “serve” para ensinar a pensar melhor.

Voltamos a respirar o ar saudável da Filosofia: volta o hábito saudável da reflexão para analisar, criticar, julgar e situar-se no mundo. Neste novo clima saudável da Filosofia surge um grupo de pensadores, no Rio Grande do Sul e em outros estados brasileiros e chamam a atenção. São os filósofos da Filosofia Clínica.

“A Filosofia Clínica é apenas a Filosofia acadêmica direcionada à clínica, realizada unicamente por filósofos graduados em Faculdades reconhecidas pelo Ministério da Educação”. Com sua usina de força no Instituto Packter, em Porto Alegre, direciona suas reflexões à pesquisa, à clínica e à formação dos filósofos clínicos. Visa, através do seu método dialógico, a busca saudável da vida.

Nesta busca saudável da vida, gostaria de aproximar a Filosofia Clínica e a Religião. O verdadeiro sentido da vida é o conhecimento existencial, integral da verdade, a comunhão com ela e a vida nela. Aqui está o ponto crucial para ambas. Para a Filosofia Clínica a verdade é somente aquela da pessoa, subjetiva. Para a Religião, diferenciando-se da Filosofia Clínica, a verdade não é mais um conceito abstrato para se buscar, mas uma pessoa para amar. Cristo é o caminho, a verdade, a vida.

A Filosofia acadêmica chega ao consultório. De modo sério, o filósofo clínico é capaz de montar a Estrutura do Pensamento da pessoa. A pessoa mesma faz uma “limpeza” na sua mente e, revelando sua natureza, mostra-se como ela é. Na Filosofia Clínica são eliminados os pré-juízos, os achismos que são verdades a priori. A pessoa não pode ser colocada num esquema de rótulos.

A Filosofia Clínica e a Religião não aceitam que a pessoa venha simplesmente para buscar a receita pronta, o milagre. Por exemplo, a prática da direção espiritual tem uma função belíssima e, pode-se dizer, indispensável para a educação moral e espiritual. É um meio pedagógico muito delicado, mas de grande valor; é arte pedagógica, psicológica e filosófica de grave responsabilidade; é exercício espiritual de humildade e de confiança. Isso pode ser dito também para a Filosofia Clínica, quando revela que a Filosofia é muito importante para a clínica.

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