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Mostrando postagens de dezembro, 2010
SER FELIZ APENAS JÁ NÃO ME BASTA. Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Há dois anos escrevi o “Parabéns a Você”, um livro sobre a busca da felicidade. Na época foi classificado e distribuído nas livrarias como auto-ajuda, fato que de inicio me deixou incomodado, já que este tipo de literatura sofre com o preconceito de ser redigido por e para pessoas menos intelectualizadas. Deveria isto abalar minha felicidade? Justo eu que tinha escrito um livro sobre o assunto iria me perturbar e deixar que uma classificação teórica atrapalhasse minha felicidade? Confesso que preferiria estar incluído na seleta categoria dos filósofos, intelectuais e pensadores. Best-seller também serviria, porém isto não foi razão suficientemente forte para diminuir o prazer e a felicidade que pegam carona quando finalmente se conclui um livro e se passa a curtir o lançamento. Além do mais, naquelas alturas, depois de tanto estudar, pesquisar e refletir é claro que o livro foi de
2011, ano regido por Mercúrio Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Assim na terra como no céu. Os astros influenciam, pois tudo está interligado. Se soubermos aproveitar as tendências, com certeza nos harmonizaremos com as energias do cosmos de forma mais positiva. Não falo de previsões, pois não temos o poder de controlar as leis do universo. Somos seres da escolha livre. Porém, existe uma destinação, um caminho que com estudo e sabedoria poderemos nos guiar. Desde os caldeus o estudo da astrologia era feito com seriedade. Astrologia é ciência e arte. Os arquétipos do inconsciente coletivo atuam em nós. Quem tiver ouvidos, que ouça! Este ano será regido por Mercúrio, o deus do conhecimento, da cura, da comunicação, da inteligência, da compreensão. Mercúrio favorece a aprendizagem, o ensino e a nossa capacidade de escrever. Ele é o mensageiro de Zeus com os mortais. É também o deus trapaceiro e mentiroso. Pode unir ou separar. Como podemos ap
inSOLação Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Obrar o lugar, contato com objetos, pedras, areia, cimento, brita, canos, poste, telas, espera plástica, buracos, mangueira, SOL, caixa de água, tábuas, tijolos, possíveis alicerces, suor, pele frita, olhos ardentes, poeira, SOL, quarenta graus, em um paralelo que parece deslocado pela vertigem, corpos quase nús, homens formigas sorridentes, escaldados, podam, juntam, misturam, capinam, entre carrinhos, fios e vigas. Eu no meio e o SOL, pulando de galho em galho, litros de água mineral, protetor solar vencido pelas horas de exposição, fritada humana, crocante epitelial...
Aos amigos... Na tentativa de nos constituirmos, simultaneamente, amigos do saber e amigos do outro, partilhamos nossa alegria em tê-los conosco em 2010. Agradecemos a contribuição de cada partilha, e desejamos prosseguir, juntos, num belo caminho de constante aprendizagem. Partilhamos alguns belos sons: http://www.youtube.com/watch?v=PbNV9AwFFc8 para celebrarmos a interseção de nossas tão diferentes formas de vida, e reiteramos o convite à partilha das descobertas, invenções e construções cotidianas. Abraços e provocações à reflexão... Equipe do Instituto Interseção www.institutointersecao.com (11) 3337-0631
Tempo para quem fica Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Teresópolis-RJ Martin Heidegger, filósofo alemão, desenvolveu dentre várias questões a angústia como condição para existência autêntica. Segundo ele, em dado momento da vida, o Dasein, o homem, toma uma consciência íntima de sua finitude. A essa consciência o autor chama de angústia. Essa situação faz com que o homem suspenda toda sua ocupação no tempo, na vida. A partir daí, ele reconhece que dentre todas as possibilidades, a mais certa é o fim da existência. Longe de fadar o Dasein à depressão ou coisas deste tipo, a angústia abre às possibilidades, tirando o sujeito da vivência condicionada pela ocupação cotidiana. A vida passa a ser um instante único e repleto de possibilidades a serem optadas, vivenciadas. Logo, a angústia do reconhecimento da própria finitude abre o sujeito ao presente único e possível. No entanto, além da experiência pessoal da tomada de consciência da limitação da existência, há outro modo d
Boa noite, Segue o link para acessar a programação do cineclube audiovisUAI em janeiro de 2011 - uma seleção de filmes nacionais que abordam histórias de mulheres brasileiras serão exibidos, ao longo do mês, em comemoração as conquistas dos direitos feministas na sociedade e também na política. http://audiovisuai.blogspot.com/ Lembrando a todos que mudamos o local e horário de funcionamento do cineclube: todos os domingos às 18h na Sede Social Santiaguense. Entrada Franca! Convide seus amigos e ajude a divulgar o nosso projeto. Att. Mariana Fernandes Filósofa Clínica São Tiago/MG
Poéticas do amanhã* “Antes eu era transparente, agora sou cheio de cores.” Arthur Bispo do Rosário A inédita conversação nos recantos da palavra delirante possui característica de anúncio. Sua perspectiva de grande abertura oferece derivações a insinuar vontades e perseguir refúgios existenciais. Uma filosofia dos devaneios sugere novas menções. O hospício cotidiano, esse lugar legitimado por força de lei, atualiza seu discurso em paradoxos com olhares desfocados. Enquanto a enfermaria multiplica a fenomenologia dos delírios, o lugar reinventa a camisa de força da normalidade e persegue os poetas enlouquecidos pelo não-dizer. No caso da vírgula contida nesses atalhos, dizeres desconsiderados prosseguem em rituais de ilusão. Sua estrutura significante faz referência aos incríveis vislumbres, numa palavraria sem sentido aos endereços já superados. A condição de miserabilidade física do sonhador medicado faz reverência à medicina dos enganos. Essa como ciência da c
Fragmentos filosóficos delirantes VII* "Obras de arte acabadas, que admiramos e amamos profundamente, são, num certo sentido, vestígios de uma viagem que começou e acabou. O que alcançamos na improvisação é a sensação da própria viagem." "A brincadeira, na forma da livre improvisação, desenvolve nossa capacidade de lidar com um mundo em constante mutação. Brincando com uma enorme variedade de adaptações culturais, a humanidade se espalhou por todo o globo terrestre, sobreviveu a várias idades do gelo e criou artefatos surpreendentes." "Para sermos aceitos, esquecemos nossa fonte interior e nos protegemos por trás das rígidas máscaras do profissionalismo ou do conformismo que a sociedade continuamente nos impõe. Nossa parte infantil é a parte que, como o Louco, simplesmente faz e diz, sem precisar apresentar suas credenciais." "No mundo oriental, ao contrário, praticar é criar a pessoa, ou melhor, revelar ou tornar real a pessoa que já existe.
Fragmentos filosóficos delirantes VI* "Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida. Viver é uma espécie de loucura que a morte faz." "Sou um escritor que tem medo da cilada das palavras: as palavras que digo escondem outras - quais ? talvez as diga. Escrever é uma pedra lançada no poço fundo." "Eu, alquimista de mim mesmo. Sou um homem que se devora ? Não, é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. mas equilibro-me como posso entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e Deus." "Nunca vi uma coisa mais solitária do que ter uma idéia original e nova. Não se é apoiado por ninguém e mal se acredita em si mesmo. Quanto mais nova a sensação-idéia, mais perto se parece estar da solidão da loucura." "No dia seguinte não reconheço o que escrevi. Só reconheço a própr
SUGESTÃO DE PRESENTE PARA O FINAL DE ANO Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS As festas de final de ano se aproximam, e mais uma vez está na hora de começar a pensar nos presentes de natal, amigo secreto, formatura... O que dar de presente para alguém que já tem tudo e não precisa de nada? Gravata, cinto, bolsa, CD, biquíni, perfume, livro, etc. Seja o que for, esta pessoa já possui pelo menos cinco versões diferentes. A escolha do presente torna-se um exercício de criatividade, muitas vezes difícil de levar adiante e que acaba se transformando em tarefa aborrecida, deixada para a última hora e até mesmo esquecida. Alguns levam a sério o espírito natalino, encarnam Papai Noel, preocupam-se em saber o que os outros gostariam de ganhar e dentro de suas possibilidades, presenteiam o objeto de desejo. Outros ficam tão indecisos nesta hora que terminam por oferecer uma modalidade de presente criada no comércio, para facilitar a vida tanto de quem dá como de que
Uma Página em Branco Beto Colombo Filósofo Clínico Criciúma/SC “O homem é a única criatura que se recusa a ser o que ela é”. Albert Camus. Quando meus filhos eram crianças eu assisti Castelo Ra-tim-bum, onde o garoto Stradivarius recebe um livro em branco e irá usar sua imaginação para escrever sua história, suas magias. Há um filósofo brasileiro que eu admiro muito que se chama Rubem Alves. Para mim, uma de suas maiores obras é o livro “O que é Religião”?. Que trata também desse assunto. Vamos ao assunto: “Então a vespa caçadora sai em busca de uma aranha, luta com ela, pica-a, paralisa-a, arrastando-a então para seu ninho. Ali deposita seus ovos e morre. Tempos depois, as larvas nascerão e se alimentarão da carne fresca da aranha imóvel. Crescerão e sem haver tomado lições ou frequentado escolas, um dia ouvirão a voz silenciosa da sabedoria que habita seus corpos há milhares de anos:” chegou a hora, é necessário buscar uma aranha”. Os pintassilvos cantam hoje como canta
Grávidos de Deus Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Somos pertencentes a este universo infinito. Pó de estrelas. Somos e estamos. Somos divinos e estamos humanos. Por isto grávidos de Deus. Esta consciência nos traz harmonia diante todos os conflitos existenciais. O natal está chegando, tempo de parir o Si Mesmo, a criança divina que nos habita. Hora de refletir sobre nossas possibilidades infinitas. Hora de deletar vicios e agendanentos. Hora de desapegar das tagarelices mentais. Tempo de mergulhar profundo na alma e encontrar a fonte de luz. Pare um pouco... Inspire e expire... Assim lentamente a serenidade vai chegando. Observe. Apenas observe. As estrelas brilham na árvore da vida. Os sinos anunciam.... Gestar é simplesmente estar aberto a receber um outro. Só que o outro que vai nascer é o Cristo interno, o ser consciente e luminoso que nos habita e no dia a dia esquecemos que Somos. Prepare-se a festa é de cada um de nó
Liberdade? Como assim!!!? Floriza Maria Neves Veras Filósofa Clínica Teresina/PI Existe algo mais controverso na nossa contemporaneidade do que o exercício da liberdade? A primeira das dúvidas: Sou livre? A seguir inúmeras delas: Livre em relação a quê? Livre em relação a quem? Qual o meu parâmetro de liberdade? Eu fui livre para escolhê-lo? Como eu o reconheci para poder escolhê-lo? O que o outro faz dentro do meu conceito de liberdade? Quem o colocou ali? (a pergunta é porque, segundo consta, o outro além de fazer parte dela também é minha responsabilidade) Quem disse que eu quero ou devo ser livre? Isso é bom ou é mau? É fácil ser livre? Quem julga a justeza de minha liberdade? Ah! Aonde me leva essa liberdade? Será ela um fim ou um meio? Para quem? Será ela finita como eu? (se minha liberdade interfere e gera desdobramentos no outro, isso pode extrapolar minha finitude). Eu responsável pela liberdade do outro? Será o outro também livre? Minha mente fervilha de tanto
Fragmentos filosóficos delirantes V* "O sonhador, em seu devaneio sem limite nem reserva, se entrega de corpo e alma à imagem que acaba de encantá-lo." "Pois o alquimista é um sonhador que quer, que goza em querer, que se magnifica no seu 'querer grande'. Ao invocar o ouro - esse ouro que vai nascer no subterrâneo do sonhador -, o alquimista pede ao ouro, como outrora se pedia a Indra, para "criar vigor". E é assim que o devaneio alquimista determina um psiquismo vigoroso." "O sonhador escuta já os sons da palavra escrita. Um autor, não lembro quem, dizia que o bico da pena era um órgão do cérebro." "Como pode um homem, apesar da vida, tornar-se poeta ?" "O devaneio nos põe em estado de alma nascente." * Gaston Bachelard
Fragmentos filosóficos delirantes IV* "O gênio enraizado no mundo contém em si todos os 'tipos'humanos, o louco, o santo, o criminoso, a mamãe e a puta, sem esquecer o tipo sem qualidades que constitui o homem de todos os dias." "Trata-se na realidade de uma dialética específica, que poderíamos qualificar de alquímica, na qual o mesmo e o outro estão constantemente dialogando, num andamento sobressaltado, para formar um corpo social intenso que dura só um instante." "No caso, a adesão aos totens coletivos parece-me traduzir um (re)conhecimento de si como resultado de um devir. Todos estamos na estrada. A realidade é estruturalmente impermanente." "É instrutivo observar que, além da "língua oficial", a do pensamento conforme, existe uma multiplicação de idiomas, discursos tipicamente tribais, enraizados nas práticas cotidianas, de qualquer ordem que sejam: musicais, esportivas, sexuais, culturais e até políticas ou mesmo intel
Abertura à subjetividade Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Teresópolis-RJ Nossos dias estão cheios de receitas, conselhos, fórmulas, dicas, sobre como viver. “Pare de sofrer! Tenha metas na vida! Não se abale por qualquer coisa! Saia de dentro de casa! Não estude tanto! Você precisa aproveitar mais a vida! Você é muito jovem para casar! Já é tempo de começar a agir como um adulto!” E tantos outros conselhos mais aparecem no dia a dia, como se a vida já viesse com um manual de instruções. Como se os que aconselham soubessem de um manual de como viver, e o conhecessem em todos os seus detalhes. No entanto, o mundo não é feito de experiências semelhantes. Mesmo no caso de gêmeos, um sairia primeiro do que o outro, e daí já começaria uma série de pequenas diferenças de vivências que acarretaria no fim, numa enorme estrutura de pensamento de distância. Respeitar as diferenças. Um ensinamento proposto pela Filosofia Clínica. Não há modelos a serem seguidos. Não há diagnóstico
MINAS* SOL CÉU AZUL TRILHAS ÁGUAS MONTANHAS VENTOS FLORES VEGETAÇÕES PÁSSAROS INSETOS MURALHA DE PEDRA INTERSEÇÕES FARTURA DE VIDA *Olympia Filósofa Clínica São João del Rei/MG
ALERTA: RUIDOS NA TRANSMISSÃO Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Na tentativa da comunicação verbal, nem sempre o que um fala é o que o outro escuta, e o mesmo pode ocorrer na forma escrita, quando o que se apresenta pode ser lido e entendido de maneiras diferentes. A origem desta falta de sintonia pode partir tanto de quem envia como de quem recebe a mensagem, pois uma série de interferências internas e externas estão em jogo. Nem sempre é fácil exprimir em palavras pensamentos e emoções, ou, em outros termos, é difícil transmitir com clareza um sentimento ou uma emoção, e talvez o motivo desta dificuldade seja a própria emoção, mas isto é um outro assunto... Se por um lado existe a dificuldade em transmitir, receber também tem suas peculiaridades. Pessoas escutam, lêem, vêem e depois interpretam a mensagem de acordo com suas visões de mundo. Distorções também podem acontecer por desatenção, expectativa e ansiedade em assimilar de imediato o conteúdo da
Um carvaval que passou Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Como era bela tua fantasia... Deixei-me ofuscar pelas plumas, paetês, gregas, purpurinas... Tua alma por debaixo das vestes não tinha o mesmo brilho. "Ilusão carnavalesca" e eu de palhaça as gargalhadas. Franca alegria era a minha aos pulos entre confetes, serpentinas, até tu escafeder-se. Segui na festa ladeira acima, ladeira abaixo, feliz com tua partida. Ao clarear o dia próximo de um bueiro, vi tua máscara ao chão. Tomei com prazer mais um gole de cerveja e perguntei ao sol: Com que máscara tu irias desfilar agora?
Carinho cuidador Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG O corre e corre da vida nos coloca , muitas vezes, em falta com quem amamos. Priorizamos as festas, as compras, a televisão, a internet, mas não temos tempo para uma visita, um telefonema a fim de cuidar de quem dizemos amar. Neste mundo hiperconsumista o Outro fica sempre em segundo plano. As "coisas" passaram a ter mais valor. É uma pena! Onde ficam as amizades verdadeiras? Onde ficam o compartilhar e estar juntos pelo simples estar junto? Onde ficam as confidências e trocas afetivas? O movimento Slow nos convida a refletir sobre o tempo perdido com as correrias, inconsciências e consumismo desenfreado. Encontrar um tempo para um carinho cuidador alimenta nossa alma e nos traz de volta a humanidade. Urge pararmos e pensarmos na importância de estarmos com o outro para vivermos coisas simples. Um papo legal ou cabeça. Um cozinhar juntos e deliciar uma boa mesa. Um caminhar sem
Fragmentos filosóficos delirantes III* "A base da geometria visual é a superfície, não o ponto. Esta geometria desconhece as paralelas e declara que o homem que se desloca modifica as formas que o circundam." "Depois refleti que todas as coisas sempre acontecem precisamente a alguém, precisamente agora. Séculos de séculos e só no presente ocorrem os fatos." "Logo refletiu que a realidade não costuma coincidir com as previsões; com lógica perversa inferiu que prever um detalhe circunstancial é impedir que este aconteça." "Hladik preconizava o verso porque ele impede que os espectadores se esqueçam da irrealidade, que é a condição da arte." *Jorge Luis Borges
Fragmentos filosóficos delirantes II* "A ciência jamais pôde entender o irracional, e portanto não tem futuro diante de si neste mundo." "Desconfiem de uma mulher que confessa a sua verdadeira idade. Uma mulher que diz isto, poderá dizer qualquer coisa." "A moderação é uma coisa fatal. O suficiente é tão antipático quanto uma refeição. O superabundante é tão bom quanto um banquete." "A sociedade pode até perdoar ao deliquente, mas nunca perdoa ao sonhador." "Podemos resistir a tudo exceto às tentações." "Todos nós estamos na lama, mas alguns sabem ver as estrelas." "O que vem a ser a verdade ? Em assuntos religiosos, não passa da opinião que prevaleceu. No campo da ciência é a última novidade. No plano da arte, é a mais recente atitude do espírito." *Oscar Wilde
Fragmentos filosóficos delirantes I* "Havia muito tempo que a pintura linear pura me enlouquecia, até que encontrei Van Gogh que pintava, não linhas ou formas, mas coisas da natureza inerte como se estivessem em plena convulsão." "Há em todo demente um gênio incompreendido em cuja mente brilha uma idéia assustadora, e que só no delírio consegue encontrar uma saída para as coerções que a vida lhe preparou." * Antonin Artaud
Educação do Pensamento Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Há quem divida as coisas de tal forma que o que é visível é educado, penteado, possui vida pública; os invisíveis da vida, como o pensamento, podem ser deixados aleatórios, soltos, selvagens em seus domínios, mal criados. Não é liberdade, é desleixo. Não é autonomia, é descuido. É negligência também. Mas isso somente se estende aos invisíveis. Quando o pensamento se torna visível, segundo a métrica de quem o divide assim, então imediatamente ele se torna educado e solícito, social, mostra urbanidade. O pensamento se torna visível quando a pessoa vai expor um assunto no qual acredita, por exemplo. Mas, ainda assim, em tal caso há dois pensamentos básicos: um é educado segundo os preceitos mais profundos da hipocrisia convencionada; o outro, sincero e desleixado, desmazelado e porco, não aparece. Alguns que dividem as coisas desta forma, pelo próprio estilo alcoviteiro, oculto, esquivo com que moldam ao relent
Pérolas imperfeitas* “Não se evita impunemente uma crise interior.” Cioran Havia um rumor de vida nova naquelas incompletudes. Algo próximo de um vocabulário, talvez. Um teor inovador e de aparente sem nexo oferecido nas possibilidades de descobrir e inventar. Experimentações discursivas e as retóricas da existência apreciam conceder visibilidade por esses jogos de linguagem. Espécie de diálogo contido entre o dizer e o não dizer, quem sabe até conversação entre questões imediatas e últimas. Disputa pela supremacia, um pouco antes de ser alguma coisa. Na estrutura tênue dos convívios, aprender a ver através das aparências pode significar mais. É interessante notar que as vivências mais intensas possuem grande dificuldade para encontrar sua melhor perspectiva. A saga do querer dizer, pode se mostrar antítese as lógicas mais consideradas. Ainda assim, a multidão de personagens e fenômenos sem nome, deixa rastros visíveis nos intervalos da palavra. Os termos agendados possue
Viajando com Paul Beto Colombo Filósofo Clínico Criciúma/SC Temos uma expressão muito comum por aqui: “Viajou, foi pro espaço”. Foi o que aconteceu comigo nessa segunda-feira no Show de Paul McCartney. Na Filosofia Clínica chamamos isso de deslocamento longo. Eu costumo usar esse sub-modo como um auto procedimento quando estou naqueles lugares onde não me identifico: nas esperas de vôos em aeroportos, em viagens internacionais onde preciso dormir sentado numa poltrona de avião e em muitos outros casos... ao contrário nesse caso na categoria lugar do que me aconteceu no Morumbi no show. Quando Paul e sua banda tocou “Hey Jude” o Morumbi inteiro, como num transe coletivo, num coro afinado, acompanhava com harmonia a melodia e com entusiasmo pronunciava cada palavra da letra da música. Eu fechei meus olhos e em êxtase me desloquei para um mundo melhor, sem violência, sem compromissos, sem correrias, sem tristezas, sem dor e ali fiquei ouvindo Paul dizendo: “ Ei Jude não carre
Despir-se de si Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Teresópolis-RJ Não fazer do mundo uma extensão de minhas interpretações. Este é um imperativo intrínseco à Filosofia Clinica. Não vamos encontrar isso nos cadernos de estudos nem nas aulas. Isso é um aprendizado da prática. Compreender a Filosofia Clinica na prática é admirar o mundo, as pessoas, as coisas, as situações, sem querer dar a nossa solução ou interpretação para tudo. A Filosofia Clinica nos ensina como as pessoas podem nos falar de si mesmas. Sem interpretá-las, nós aprendemos delas sobre elas. Reconhecemos diretamente da fonte. Interpretações são secundárias. Afinal é melhor ler uma obra do que o comentador dela. Entrar no universo significativo do outro é abandonar, por momentos, meu próprio universo, ainda que em parte. A recíproca de inversão, ato de ir ao mundo significativo do outro, é um exercício nem sempre tão fácil. As significações são tantas, e algumas podem nos confrontar com valores e modos d
A ALIANÇA E O COMPROMISSO* Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Antes de colocar esta aliança em tua mão, preciso te contar algumas coisas sobre meu passado e nosso futuro. A aliança funciona como um símbolo de compromisso do casal, uma representação visível de algo invisível, mas muito real, o nosso amor. O casamento civil também é uma maneira de materializar o compromisso, noivos e testemunhas assinam o documento. De uma forma ou outra, ambos servem para representar esta relação com o transcendente. E por serem visíveis, concretos, reconhecidos publicamente, por vezes acabam por colocar em segundo plano o que foi a sua origem: o compromisso por amor e para amar. Mas que compromisso é esse? Vou te dizer o que significa para mim e se concordares, gostaria de poder vestir esta aliança em nossas mãos com a excitação que este momento pede e com a tranquilidade de saber que esta troca está acontecendo contigo. O compromisso é simples, exige apenas dedicação pa
Nenhuma certeza Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Tudo pode ser ou não ser. Mutação contínua. Duvidar...Mente aberta ao sempre aprender. Espanto, surpresa, novidades. Buscamos certezas como muletas para darmos conta de vivermos com as incertezas. A experimentação muitas vezes assusta. Romper e renovar pode ameaçar. Quantas vezes vestimos uma bandeira radical e fundamentalista, ditando certezas para esconder nossas inseguranças e medos? O que foi hoje pode não ser amanhā. Para que congelar a vida e encouraçar a alma? Abertura as incertezas, porta aberta para as novidades de cada instante poderá nos fortalecer. Controlar, dominar nos protegerá das surpresas que a existência faz acontecer? Buscamos respostas prontas, regras, normas, leis.... Porque e para que? Copiamos pensamentos e nos iludimos com mil palavras. Maluquice.O que é certo ou errado? Onde fica a nossa singularidade e nossas experiências? Temos desejos e vontades, nenhum
Carta de Nova Veneza/SC Aos 26, 27 e 28 de novembro do ano de 2010, reuniram-se no Instituto Sagrada Família filósofos Clínicos de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul para o IX Encontro Sul Catarinense de Filosofia Clínica, com a temática “Filosofia Clínica na Prática”. A abertura do evento se deu às 20 horas do dia 26, com a apresentação do encontro pelo Diretor do Instituto Sul Catarinense de Filosofia Clínica, logo após a diretora do Instituto Sagrada Família apresentou a casa aos filósofos. Também participaram do cerimonial de abertura a secretaria de cultura do município de Nova Veneza, com a apresentação do Carnaval de Veneza e a apresentação do município. Dada a abertura do evento, inicia-se a primeira palestra do encontro com a temática “Filosofia Clínica e Religiosidade”, ministrada por Lúcio Packter, idealizador e criador da Filosofia Clínica. Na palestra Packter mostrou as possibilidades da formação da religiosidade dentro da historicidade de cada pess

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