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Mostrando postagens de setembro, 2011
De volta ao meu eu escondido Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filosofa Clínica, Escritora Juiz de Fora/MG Malas desfeitas e coração cheio de graça. Renascida, pois há muito me deixei escondida. No México fui em busca dos maias e encontrei-me, Não só em meio a selva de Palenque, Mas, no olhar silencioso do subcomandante Marcos, Reencontrei aquela que deixei em 68. As palavras fazem a revolução, Disto nunca duvidei. De Frida khalo, reencontrei as cores e a coragem, Em Diego Rivera a arte revolucionária. Dos maias trouxe a esperança no novo tempo. Despertar da consciência. Ser com todos. Fazer das palavras um movimento de libertação. Colorir o mundo com surrealismo real. Lutar sem armas, com coração amoroso. Caminhar mesmo que a angústia se faça presente. Que continue angustiadamente feliz para não me alienar. Que eu grite com as palavras e os pincéis. Que eu denuncie sempre de forma incansável o ocultado. Que não me quede sob a opressão e corrupção. Que meu
Eternidade interrompida Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Morrer é preciso... tão preciso quanto necessário. Morremos a cada momento através da eternidade; vivemos pela sua possibilidade. Somos impotentes diante do tempo, mas detemos a condição incontestável de exercer a vida. Direito este nem sempre exercido, mas que na maior parte das vezes é reivindicado. Prescindir dele pode significar perdas incomparáveis para alguns; outros, porém, necessitam ter seu tempo supostamente abreviado... quem pode saber? Na existência talvez nada possa ser predeterminado. Apenas intuímos o porvir, que nem sempre se manifesta por um caminho esperado. O inusitado provavelmente está a nos esperar depois daquela curva, como um prêmio atento às nossas necessidades. Podem acontecer imprevistos, surpresas, desvios e até o rigor de um traçado delineado. Cada fibra se desvela e se revela no desenrolar de uma rotação. O dia se inicia para alguns, mas apenas acontece para outros. A eternidade,
Desumanização no Atendimento Beto Colombo Filósofo Clínico, Empresário, Coordenador da Filosofia Clinica na UNESC Criciúma/SC Ultimamente, poucas coisas me irritam muito, mas tem uma que quero compartilhar com você, que é ligar para uma empresa com o objetivo de comprar algo e meu telefonema ser atendido por uma secretária eletrônica. Gélida, ouço uma voz que diz: “Para artigos domésticos, tecle 2; para eletrônicos, tecle 3; para falar com o setor de crédito, tecle 4...” e assim vai até chegar a célebre frase “Se quiser algo mais, aguarde um instante para falar com um de nossos atendentes.” Já aconteceu isso com você? Confesso que não tenho a paciência ideal, mas extrapola os limites de qualquer um ficar aguardando uma máquina dando ordens a você, que fica totalmente sem ação, sem poder fazer nada, a não ser esperar ou desligar o telefone. Na verdade, é isso que tenho feito, desligado o telefone. Cansei de ser ridicularizado, de ser humilhado. E olha que não sou só eu. R
Vida nova Sandra Veroneze Jornalista e Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Os primeiros dias da primavera estão aí e com eles um clima todo especial de renovação, vida nova. São as flores que nascem, os ventos que se espalham e pra mim, que faço aniversário em outubro, o convite é duplo para que de fato se inicie um novo ciclo. Setembro, portanto, costuma ser um mês diferenciado, por um lado com energia pulsante, direcionada para a vontade de empreender e realizar. Os sonhos gestados ao longo do último ciclo começam a tomar forma numa planilha de planejamento, programação, e os cenários que se desenham também desenham o sorriso nos lábios. Por outro lado, setembro é portanto e igualmente um mês de limpar gavetas, mente e coração. Jogam-se fora objetos, emoções, sentimentos e planos mortos. Às vezes até pessoas cujo prazo de validade já venceu, por mais duro que isso possa parecer. Humanos que somos, precisamos desses ritos de passagem, e como é bom respeitá-los, vivê-los. É u
Ele tem que ter pegada Jussara Hadadd Filósofa Clínica e Terapeuta sexual. Juiz de Fora/MG Tudo é muito relativo, a gente sabe disso. Enquanto para algumas mulheres os homens têm que pegar, matar e comer logo, para outras, sensualidade exagerada, pressa para chegar ao "tudão" e toques com a força que ultrapassem o peso de uma pluma de pavão, podem significar o fim da relação. Sendo assim, como classificar o que seja uma boa "pegada"? Como hoje em dia algumas mulheres já estão fazendo sexo de uma forma mais descomplicada, sem misturar amor, compromisso ou culpas, ficou bem difícil para os homens entenderem ou mesmo adivinharem como começar, como pegar e como transar com uma mulher. Ela quer? Quer logo? Quer carícias preliminares? Quer estabelecer critérios? Quer ficar só essa vez? Quer clima de romance? Diante de tanta liberdade, o que antes tinha que ser trabalhado, hoje deve ser resolvido e bem rápido, por favor. Mas também não é bem assim. Não é assim
Fragmentos filosóficos delirantes LXI* "Casanova não é um gênio pelo modo com que descreve sua existência, e sim pelo modo de vivê-la." "A eficácia de toda terapêutica, que tem a fé por base, aumenta com a contribuição de um cerimonial mágico ou religioso." "Os enfermos não se preocupam com o fluido, nem o como nem o porque: limitam-se a precipitar-se para o mago, impelidos pela fama de sua novidade e atraídos pela esperança." "Desde as fórmulas do exorcismo dos antigos até a teriaga e os excrementos cozidos de rato da idade média e o rádio de nossos dias, todos os métodos de cura, devem uma grande parte da sua eficácia à vontade de sarar, ingênita no enfermo, e em tão alto grau que o veículo eventual, base dessa fé, seja imã, hematias ou injeções, em grande número de enfermidades, pode dizer-se que é supérfluo comparado à energia que possui o enfermo e que é a que dá eficiência real ao medicamento." "A própria natureza é o 'mé
Os filhos nossos de cada dia Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Hoje quero falar de filhos. Mas não importa muito a que filhos me refiro. Filhos podem ser de muitas naturezas. Podem ser tantas coisas... de infinitas e diferentes origens. Quem sabe sejam aqueles sonhos que acalentamos, ou as nossas incertezas que nos perseguem, ou ainda nossas reflexões inusitadas e com um toque bizarro de surrealidade, ou a ocupação que nos consome e nos delicia; podem ser também aqueles que levamos no ventre físico ou do nosso coração. São muitos os filhos dos partos diários que fazemos e que nos (pré) ocupamos em embalar. Esses partos podem ser fáceis ou podem acontecer mediante fórceps, mas ainda que isolados na condição pessoal de existir, o fato é que parimos um novo dia, a cada dia, a favor ou contra a corrente. Às vezes a existência parece ter uma respiração inexorável. Dos filhos nascidos da união das sementes, houve um tempo em que os considerei a máxima do papel existenci
Pensar? Para que pensar? Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Somos viciados em receber tudo pronto. Pensar? Para que pensar? Se tudo já vem enlatado, deformado em informações programadas. Questionar, para que questionar? Mais fácil ser conduzido pelas ideologias dominantes. Ser massa e rebanho. Para ser aceito pela alienação da maioria. Ligamos a TV e ficamos paralisados vendo todos os mais fantásticos recursos tecnológicos nos ensinando o que devemos ou não fazer. Acreditamos que todo o televisivo é a verdade absoluta. Ser ou não ser. Relatividade. Dúvida. Interrogação. Angústia. Para que vamos complicar a vida? Sombra? Queremos apenas a perfeição. Acreditamos que a vida é apenas isto. O que os outros nos dizem que deve ser e é, passa a ser o dogma estabelecido. O ‘pode ser’ ou ‘não ser’ não tem lugar no nosso dicionário diário. Gente maluca estes tais filósofos. Complicam a vida. Andam na contra mão e questionam tudo. Nada respondem,
Viajar... Olympia Filósofa Clínica São João del Rei/MG Banho de poeira Sacolejar Despertar a menina Alma tagarelar Degustar Água Benta Berço do Rio São Francisco
Ser ou Não Ser Beto Colombo Filósofo Clínico. Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC. Empresário. Criciúma/SC Questões existenciais, quem não as tem? Pois é, talvez, quem sente é quem sabe. A frase “ser ou não ser eis a questão”, originária da peça A Tragédia de Hamlet – Príncipe da Dinamarca, de William Shakespeare, é uma prova inconteste que as questões existenciais estão aí, há séculos. A cena que sempre me vem a mente é Hamlet, o personagem principal, com uma caveira na mão questionando se vale a pena continuar vivendo e sofrendo ou tirar-lhe a própria vida. No início do ato III, cena I, Hamlet declama: “Será mais nobre sofrer na alma pedradas e flechadas do destino feroz ou pegar em armas contra o mar de angústias e combatendo-o, dar-lhe fim?” Shakespeare, ao escolher tal frase, “ser ou não ser eis a questão”, talvez não imaginasse tantas interpretações dessa frase longe daquele contexto. A frase pode ser entendida como uma alegoria qualquer “faço isso ou não faç
David, campeão do mundo Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Dia 14 de junho, um dia antes do Brasil estrear na Copa, um pequeno jornal catarinense publicou o seguinte artigo que escrevi: Você já leu alguma coisa de Charles Dickens? Eu gosto muito daquele livro chamado David Copperfield. É aproximadamente uma autobiografia e David é uma criança de quem gostei logo às primeiras páginas. Bem, Charles Dickens costuma arrumar as coisas de modo intenso, raramente deixa de exagerar e não despreza nenhuma banalidade que possa ser engraçada.Uma das coisas que me chamavam a atenção é como situações complexas se resolviam subitamente, no momento exato em que precisavam ser resolvidas, na história de Charles Dickens. Eu penso em Dunga, em Kaká, Robinho e os demais dungas daquela seleção. Desejo que eles conheçam David Copperfield, que saibam que a bola é o detalhe importante da coreografia da vida. A telinha mostra somente aquele balãozinho branco indo e vindo, deixa de lado to
Fragmentos filosóficos (nada) delirantes LX* "Rotular os indivíduos que se sobressaem, ou que são incapacitados por problemas da vida, de 'doentes mentais' apenas impediu e retardou o reconhecimento da natureza política e moral dos fenômenos para os quais se dirigem os psiquiatras." "O homem em sociedade é como um enxadrista que conhece bem as regras do xadrez." "A visão de que as chamadas doenças mentais são mais idiomas do que doenças não foi ainda adequadamente articulada, nem suas implicações totalmente apreciadas." "Parece-me que o que Piaget identifica como desenvolvimento 'normal' da criança é efetivamente o tipo de desenvolvimento que ele considera desejável, e que muitos membros das classes média e alta da sociedade ocidental contemporânea também considerariam desejável." *Thomas S. Szasz. Médico. Professor de psiquiatria na universidade estadual de Nova York.
Carinho Sandra Veroneze Jornalista e Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Outro dia estava sentada na praça central de uma cidade do interior, deliciando-me com um dos meus exercícios preferidos: observar. O meu olhar se interessa por pessoas, animais, plantas, detalhes das casas e tudo mais que possa compor o cenário. Como há alguns dias estava frequentando esta praça, e apaixonada por bichinhos que sou, acabei fazendo amizade com um cachorrinho viralata todo preto, lindo, que passa seus dias desfilando seu charme por aí e ansioso por carinho e bom trato. Pois este cachorrinho, que é um doce de amável, caiu na antipatia de um menino, que insistia em lhe dar chineladas. Observei a cena e comecei a me irritar. Disposta a defender o cão, me ergui e fui até o local onde agora estavam o cachorrinho, o menino, e mais duas meninas que defendiam o animal. Perguntei ao menino porque batia no cão e a resposta foi de este o havia mordido, ou tentado, afirmativa diante da qual as meninas
Existências que se tocam Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Há pessoas que não conseguem ser esquecidas... Por mais que se esforcem... não conseguem. São como diamantes raros, belos e multifacetados que concentram em si o sentido da eternidade na qual interferem e transferem ao outro o dom de possuir algo que não deveria nunca ser explicado. Há pessoas que seduzem e impregnam o outro como se fluidos fossem, sem permissão, deixando muitas vezes um legado que se aproxima da perplexidade. Há pessoas que conferem autonomia, poder, reconhecimento pelo simples movimento da existência, traduzidas pela palavra que se insinua, pela fugaz troca de olhar, pelos sentires intensos. Pessoas assim existem... e isso basta! Não há como explicar... E para que explicar o que não se entende? Para que entender o que não se explica? Para que formalizar o que o coração não suporta? Estas pessoas, por serem tão vastas, permanecem um mistério, onde o amor e a admiração muitas vezes se c
ABUNDÂNCIA Ildo Meyer Médico, Filósofo Clínico, Escritor. Porto Alegre/RS Ainda era escuro quando Clara acordou. Passara as noites anteriores em claro pensando em sua triste, densa e já distante vida de casada e nos eventuais encontros e desencontros pós separação. Olheiras e papadas demonstravam seu esgotamento. Aquela noite tudo foi diferente, era escuro, mas de alguma forma, havia luz. Mais do que isso, havia brilho em seus olhos. Sentia-se segura, tranquila e feliz. Durante o sono havia feito as pazes com seu inconsciente e com o mundo. Voltemos um pouco no tempo. Recém divorciada, quarenta e cinco anos de idade, bonita, independente, livre e desimpedida para encontrar um novo amor. Tudo o que precisava para seu futuro era conhecer alguém legal, se apaixonar, não cometer os mesmos erros do passado e ser feliz. Apesar da suposta liberdade, Clara não conseguia se soltar. Permanecia escravizada pelas dúvidas. Pensamentos mil, resposta nenhuma, atitude zero. Valeria à pen
Explorando Mundos - Representação Rosemiro A. Sefstrom Filósofo Clínico Criciúma/SC No artigo anterior exploramos o mundo como coerção, que é o mundo enquanto ferramenta de enquadramento do ser. E não é de se assustar ao saber que a maior parte das pessoas de que se tem notícia veem a realidade desta maneira. Neste artigo veremos o mundo como representação, onde a questão se torna muito mais difícil, uma vez que o que se apresenta no mundo enquanto representação é fácil de entender e ensinar, mas difícil de viver. O exercício que se dá deste ponto em diante é o de levar a compreensão de dois princípios básicos da Filosofia Clínica. O primeiro destes princípios vem de um filósofo chamado Protágoras, o qual diz: "O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são." O segundo filósofo chama-se Schopenhauer e disse: “O mundo é minha representação”. Antes de avançar em direção ao que cada filósofo disse e a
Ferimentos Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Sem porto seguro navego águas turbulentas encostas sacode corpo nú massageia espírito dolorido sopro quentes palavras borbulhantes poções aquecem entranhas inspiração possível criação metamorfoseante colo treme frenesi caixa possuída inquietação fantasma fantasias fome febres fendas frágil fidelidade filosofias fugidias fisionomias finos fazeres fios fachadas fora faiscado falso fascínio fomentado fosfóricamente fazendo ficar flores ferimentos
A difícil arte de escutar Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofoa Clínica Juiz de Fora/MG A tagarelice real e mental toma conta quando aos encontros surgem. Cada um quer falar mais que o outro. A ansiedade domina. A luta pelo poder e a competição assumem o comando. Silenciar, escutar e dialogar, na maioria das vezes, não acontece. Sair de si, Escutar por inteiro, Em pura presença, No tentar compreender, É uma arte sábia. Ouvir não basta. Silenciar é preciso, Em total atenção a fala do outro. Muitas vezes, só se pensa na autoafirmação, Querendo alimentar o ego do poder. Não se escuta o que outro está falando pois, A preocupação é apenas no que vai responder. E na maioria responde-se exatamente algo que não tem nada haver com a conversa. Escutar requer respeito, Abertura, Capacidade reflexiva, Humildade, Capacidade aprendiz. O silenciar nem sempre significa escuta. A tagarelice interna pode estar cheia de prejuízos. O silêncio da escuta pontua e
Significados Beto Colombo Filósofo Clínico. Empresário. Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC. Criciúma/SC Aquela água da torneira clorificada torna-se benta se colocada num cântaro no altar da gruta, assim como a flor pode ser uma confissão de amor, ou até uma afirmação de saudade se jogada sobre uma sepultura. O fogo torna-se símbolo sagrado nas velas dos altares e nas piras olímpicas. Rubem Alves, no livro O Que é Religião, com sabedoria diz que há coisas que significam outras, são as coisas/símbolos. “Uma aliança significa casamento; uma cédula significa um valor; uma afirmação significa um estado de coisas além dela mesma.” E se alguém simplesmente usar uma aliança na mão esquerda sem ser casado? Uma cédula pode ser falsa. Uma afirmação pode ser uma mentira. Por isso, quando nos defrontamos com as coisas que significam outras coisas é inevitável que levantemos perguntas acerca de sua verdade ou falsidade. Aquela fonte no morro, que era apenas uma bica d’água, t
Ilhas de risco Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Desde que nascemos, ou mesmo antes de sermos concebidos, quando bilhões de metades percorrem longos e vagos impulsos para cumprir metas que sequer têm consciência, perdendo-se e chocando-se contra o desconhecido e contra si mesmos, parece que temos impressa uma característica de risco, de um ‘não sei o que pode acontecer’, tal como um caminhar no vazio, por entre penumbras e sensações desavisadas, sempre expostos ao inusitado ato de sobreviver. O exercício da vida pode ser traduzido como uma constante respiração suspensa, onde desafios nos remetem a desbravar trilhas sinuosas e realizar escolhas, como se os desdobramentos existenciais futuros dependessem da nossa capacidade intrinsecamente humana de resistir e se sobrepujar aos acontecimentos e devires a que estamos constantemente nos expondo. Estranho é supor que há risco em qualquer momento, talvez a todo instante, e não importa a que representação de mundo nos remet
A arte da convivência Sandra Veroneze Jornalista e Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Estou com vizinhos novos. Quer dizer, em breve os terei, porque a fase atual é de reparos na casa ao lado do meu prédio. Mas já não gosto deles. Uma amiga disse que estou exagerando e sendo chata e é bem provável que sim, só porque não gosto do som que eles escutam e democraticamente compartilham com toda vizinhança: funk. Essa amiga minha também tem uma situação chata pra administrar. A mãe ainda não percebeu que a filha cresceu e tem andado com umas ideias meio estranhas, como por exemplo acompanhá-la nas férias na praia, junto com o amor e os amigos da menina, como forma de protegê-la (em outras palavras: monitorá-la). Detalhe: minha amiga tem 33 anos. Os exemplos de quanto a arte da convivência é delicada são infinitos. Alguém disse certa vez que a liberdade de um termina quando começa a liberdade do outro. Particularmente, acredito que todo mundo pode ter liberdade conjuntamente, desde q
Fragmentos filosóficos (nada) delirantes LIX* "Na proporção em que o matrimônio passou a ser considerado sagrado e indissolúvel, a psiquiatria involuntária foi considerada indispensável, uma verdadeira benção; e na medida em que a discórdia conjugal e o divórcio são considerados escandalosos, a doença mental e seu tratamento compulsório serão considerados científicos." "A esquizofrenia é definida de modo tão vago que, na realidade, trata-se de um termo frequentemente aplicado a quase toda e qualquer espécie de comportamento reprovado pelo locutor." "A esquizofrenia é um símbolo sagrado da psiquiatria, da mesma forma que, digamos, o cristo crucificado é um símbolo sagrado do cristianismo." "Antes de 1900, os psiquiatras acreditavam que a paralisia geral era devida a má hereditariedade, alcoolismo, fumo e masturbação." * Thomas S. Szasz Médico. Professor de Psiquiatria da Universidade Estadual de Nova York.
Brincando de Ser Feliz Jussara Hadadd Terapeuta sexual e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Fantástica essa era moderna onde tudo é possível e toda a imaginação é potencializada e toda experiência é apreciada e aproveitada. Bendita era, onde os sagazes se realizam perante a facilidade em encontrar alternativas para driblar desde a falta de dinheiro até a falta de amor e de sexo. Maravilhosa a indústria do sexo que oferece produtos de todos os tipos facilitando o acesso ao prazer a quem até bem pouco tempo pensava que iria morrer à míngua. Nesta categoria, podemos citar as pessoas que se acham feias e indesejáveis, os tarados de plantão, os reprimidos, os medrosos, e os fingidos. As lojas não se restringem aos espaços físicos e pela internet, é possível comprar qualquer objeto de prazer, qualquer brinquedo que eleve a um nível bem próximo da realidade, qualquer tipo de fantasia sexual. Fazer sexo sozinho e com qualidade, agora virou algo perfeitamente realizável. Ficou
Aprendendo a conviver Giovani Alberton Ascari Filósofo Clínico Orleans/SC Você que lê este texto, talvez seja uma daquelas pessoas que sente bem quando está junto de outras pessoas: a família, os amigos, os colegas de trabalho, o seu time de futebol, algum tipo de associação da qual você faça parte, as festas sociais... enfim, você é uma pessoa ativa, envolvida em vários grupos sociais. Você é alguém que gosta de estar com os outros e que participa intensamente da vida social. Mas, pode ser que você pense: “não, eu não sou assim, eu não gosto de estar com as pessoas, prefiro mais a solidão e os meus bichos de estimação”. Tudo bem, não estou aqui para julgar e não vejo problema em ser de um jeito ou de outro. As pessoas são diferentes mesmo. Há pessoas, por exemplo, que vão à Igreja, movidas pela fé, para encontrar-se com Deus. Mas, há quem vai à Igreja para encontrar-se com as outras pessoas da comunidade. Há também aquele que vai à Igreja, justamente quando não há ninguém p
Uma pausa Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Há tempo para tudo. Agora é meu tempo de pausa. Férias de escrever aqui. Vou curtir as flores e as cores. Gestar mais um projeto. Olho para horizonte e vejo O entardecer invernal. Cheiro no ar de flor de laranjeira. Quietude na alma. Saber serenar é bom. Menos sempre é mais. Estou me preparando para entrar nos Sessenta. Tempo novo. Bom tempo. Sempre sonhei com este tempo. Paz no coração de todos Continuarei diariamente na rádio e no consultório No mais é tempo sabático.
Minha Matrix Olympia Filósofa Clínica São João del Rei/MG Sebastian Bach Maria Betânia Rum Coca Cola Livro Pipa Montanhas de Minas Sol Lagoa Cachoeira Rio Jequitinhonha Rio São Francisco Noite Dia Semana Santa Folia de Reis Causos Fogueira Carro de boi Maria Fumaça Saudade Alegria Estrada Fotografia
NUNCA FOI TÃO FÁCIL CUIDAR DA SAÚDE Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Nunca foi tão fácil cuidar da saúde. Tive uma experiência para comprovar esta hipótese. Ao acordar pela manhã, percebi uma cor avermelhada, tipo sangue diluído, em minha urina. Antes de contar para alguém ou tomar qualquer atitude, procurei informações na internet. Digitei as palavras “Sangue na urina” e encontrei um milhão e oitocentos mil resultados. Refinei a busca digitando “Sangue na urina – o que pode ser?”. Setecentos e quarenta e dois mil resultados. “Sangue na urina em homens” – Quinhentas e trinta e seis mil citações. Procurando bem encontraria sintomas parecidos com os meus e informações sobre diagnóstico e tratamento. Depois de ler alguns artigos, fiquei assustado e nem fui adiante. Infecção urinária, cálculos renais, glomerulonefrite, rins policísticos, tumor dos rins,

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