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Fragmentos filosóficos delirantes LXXIX*


"A própria vida, aos olhos do intelectual, é suspeita, pois nunca se dobra a uma ordem abstrata"

"Ao se nomear, com excessiva precisão, aquilo que se apreende, mata-se aquilo que é nomeado. Os poetas nos tornaram atentos a tal processo"

"Do momento em que há vida, há labilidade, dinamismo. A vida não se deixa enclausurar. Quando muito é possível captar-lhe os contornos, descrever-lhe a forma, levantar suas características essenciais"

"O próprio do acontecimento é que ele se dá de maneira inesperada, o que torna bem difícil sua percepção por uma lógica linear, a partir de um causalismo unívoco"

"(...) aquilo que introduz a um pensamento acariciante, que pouco se importa com a ilusão da verdade, que não propõe um sentido definitivo das coisas e das pessoas, mas que se empenha sempre em manter-se a caminho"

"O instituinte, aquilo que periodicamente (re)nasce, nunca está em perfeita adequação com o instituído, com as instituições, sejam elas quais forem, que sempre são algo mortíferas"

"Num momento em que as sociedades estão fragmentadas, em que é bem delicado circunscrever seus contornos com exatidão, numa época em que as instituições estáveis e os sistemas de interpretação fazem água por todo lado, talvez não seja inútil utilizar os procedimentos alegóricos ou metafóricos"

"(...) admirável fórmula de Fernando Pessoa: 'Uns governam o mundo, outros são o mundo'. São, sem dúvida, aqueles que são o mundo que nos interessam"

*Michel Maffesoli

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