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A TUDO CEDE, TUDO VENCE

Will Goya
Filósofo Clínico, Poeta, Professor
Goiânia/GO


Errado pensar que o amor sempre vence e tudo pode.
Com o amor a gente aprende a perder.

Naturalmente,
Controlar tudo é perder o controle.
E perde quem não está disposto a perder,
Pois o orgulho destrói não a culpa, mas o coração do culpado.

Amar não é desejar o próximo como a si mesmo,
É fazer do amado o primeiro e de si mesmo o próximo.

O amor não é fraco nem forte, muito ou pouco,
É apenas inteiro,
Ainda que por uma fração de segundos
Nos instantes mais belos da vida.
Só o que é simples é completamente inteiro.

Pura entrega, o amor é leve.
Quem ama caminha em nuvens,
Pois seu coração alcançou o reino dos céus.

Sempre me comovi com o amor santo dos grandes cristãos da antiguidade e
com a difícil beleza do “dar a outra face”. Mas como dar-se ao inimigo, à morte
e a tudo o que nos traz ódio e medo? Um dia me dei conta de uma estranha
sabedoria: amor não é poder, não é a arte da guerra, não é “conquistar” alguém.

Então uma colega professora faleceu, e não sabia o que dizer a sua mãe,
querida amiga.
Quis fazer uma prece, e nasceu o poema:

O amor brilha a pele de invisível ternura
Quando o corpo se reveste da alma.
Ninguém vê a fluidez da água mansa, o sopro macio e perfumado da brisa,
Nem jamais tocou o céu com as mãos...

Mas quem não sabe de onde vem o flutuante azul da vida
Que a vestiu da alegria de ser a beleza do mundo?
Vem do sonho de Deus quando o homem nele ainda dorme
Um desejo inconsciente de amar,
Que se chama solidão.

Segredo por Deus a ele revelado
Quando nele esse sonho o acordou melhor.
A grande melancolia do destino é que a morte existe
E o amor não pode evitá-lo.

Mas a garra de recomeçar é uma fé
Que, talvez, nenhuma outra vida mais próxima da verdade saberá
O mistério que o dia deita ao sol de cada nova manhã.
Dorme quem gosta. Ama quem sonha.|

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