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Fragmentos filosóficos delirantes LXXXIV*


"Palavras de ordem não toleram as brumas, pois é lá que moram os sonhos. Luminosidade total para tornar impossível sonhar. Pois os sonhos são testemunhos de que a alma se recusa a se tornar um pássaro engaiolado"

"Poesia: o esforço desesperado para dizer o que não pode ser dito. Silêncio: o Vazio onde vivem criaturas impensáveis, protegidas pela escuridão!"

"O deserto é belo porque, em algum lugar, ele esconde um jardim"

"Cada sonho é um testemunho de que o Paraíso ainda não chegou"

"No mundo descrito por Orwell, 1984, sonhar era crime, e um homem foi preso porque, ao dormir, falou o seu sonho. E, fazendo isso, confessou que sua alma voava longe"

"Para uma lagarta não há nada mais lindo que coisas que se assemelhem a ela. No mundo das lagartas, até os deuses são lagartas. Mas as borboletas obviamente dirão: tolice..."

"(...) 'Ali, onde penso, lá não estou'. Os poetas têm estado repetindo isso o tempo todo. Não é de espantar, portanto, que não sejam convidados para nossos jantares acadêmicos. Quando os poetas falam, os outros convivas pensam que eles estão bêbados"

"Tinha de ser uma palavra mágica, pois ela tinha de ter o poder de trazer à existência aquilo que não existia"

"A Palavra é masculina: a fala se projeta como falus, eleva-se e penetra, a fim de dar prazer e engravidar. Pala palavra introduzo meu sêmen em outro"

"Os sonhos são os espelhos do invisível... Os espelhos normais refletem as coisas presentes, mas os sonhos mostram as coisas ausentes"

*Rubem Alves

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