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Fragmentos filosóficos delirantes XCI*


"As letras que compõem uma palavra, embora sendo cada uma racionalmente insignificante, buscam em nosso espírito, incessantemente, sua liberdade, a liberdade de significar outra coisa."

"Dionísio é um deus complexo, dialético; é ao mesmo tempo um deus infernal e da renovação; é o próprio deus desta contradição."

"É necessário lembrar que a classificação das vozes humanas - como toda classificação elaborada por uma sociedade - nunca é inocente."

"(...) constato, mais uma vez, como é difícil falar daquilo que se ama."

"O estatuto do canto romântico é, por natureza, incerto (...) como arte extrema, se exprime através de um ser singular, intempestivo, marginal, louco se, em um último gesto de elegância, não recusasse a máscara gloriosa da loucura."

"A voz humana é, na verdade, o espaço privilegiado (eidético) da diferença: espaço que escapa a todas as ciências, pois nenhuma ciência (fisiologia, história, estética, psicanálise) é capaz de esgotar a voz: classifiquem, comentem historicamente, sociologicamente, esteticamente, tecnicamente a música, restará sempre algo, um suplemento, um lapso, um som dito que se designa a si próprio: a voz."

"(...) o sentido obtuso leva ao infinito da linguagem (...). Indiferente as categorias morais ou estéticas, enquadra-se na categoria carnaval."

"(...) a assemia passa por uma polissemia exuberante, desvairada: o nome não pára no lugar."

"Mudar o nível de percepção: trata-se de um choque que abala o mundo classificado, o mundo nomeado (mundo reconhecido), libera uma verdadeira energia alucinatória."

"(...) o sentido depende do nível em que o leitor se coloca."

*Roland Barthes

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