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Fragmentos filosóficos delirantes XCXVII*

"O filósofo americano Thoreau fala em algum momento de um quarto Estado. Ao lado da Igreja, do Estado e do povo, o estado do 'andarilho errante'. Que podemos entender através de todas essas figuras nômades que recusam a estabilidade sexual, ideológica ou profissional."

"Claro, não é nenhuma novidade, mas, como em outros períodos de mutação, continuamos a analisar ou julgar os fatos sociais com critérios de outras épocas."

"É preciso saber chamar a atenção para o fato de que os grupos sociais são constituídos do mesmo material que os sonhos que os habitam."

"O imaginário social tem uma autonomia específica. É móvel, fugidio, polimorfo, mas não menos eficaz. E somente um politeísmo epistemológico pode levar a entender o advento das figuras em torno das quais se estrutura a ligação social."

"O fenômeno incita à modéstia, por sua complexidade e também por sua indecisão. É nebuloso e plural, não podendo ser 'reduzido' à unidade do conceito."

"A escolástica tem medo da vida. E toma a si a missão de inculcar por todos os meios esse temor."

"Pluralidade dos mundos em si mesmo: o dos jogos de máscaras, das identificações múltiplas. 'Eu' é sempre um outro. Está sempre em outro lugar. Nômade por essência. Pluralidade dos mundos no espaço social, o do policulturalismo, do politeísmo dos valores."

"O gênio enraizado no mundo contém em si todos os 'tipos' humanos, o louco, o santo, o criminoso, a mamãe e a puta, sem esquecer o tipo sem qualidades que constitui o homem de todos os dias."

*Michel Maffesoli

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