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Mostrando postagens de setembro, 2012
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXV* " Escrever é um caso de devir, sempre inacabado, sempre em via de fazer-se, e que extravasa qualquer matéria vivível ou vivida" "Não há linha reta, nem nas coisas nem na linguagem. A sintaxe é o conjunto dos desvios necessários criados a cada vez para revelar a vida nas coisas" "(...) as coisas são mais perigosas que os seres humanos: eu não as percebo sem que elas me percebam; toda pecepção como tal é percepção de percepção" "Um mapa de virtualidades, traçado pela arte, se superpõe ao mapa real cujos percursos ela transforma" "O original, diz Melville, não sofre a influência de seu meio, mas, ao contrário, lança sobre o entorno uma luz branca lívida, semelhante àquela que 'acompanha no Gênesis o começo das coisas" "(...) a língua não dispõe de signos, mas adquire-os criando-os, quando uma língua age no interior de uma língua para nela produzir uma língua, língua insólita,
Mulher: Substantivo feminino...* Nem sempre contente com a realização de um grande dia, muito inconstante e dores diferentes. De repente o peito aperta e então ela pensa se é por causa dos hormônios ou do inchaço da última menstruação! Chega a diversas conclusões sem solução, aí, eis que lágrimas correm desassossegadas por sua face e ela escreve e escreve sem parar como numa neurose incansável. Ela sabe que já é madrugada e que deveria ter lido um pouco antes de dormir, surgem culpas e pensamentos desordenados enquanto ela está cansada de ter que arrumar tempo para viver uma vida contemporânea. Estar arrumada, trabalhar, namorar, ser bonita a todo momento, gentil e afetuosa... Porém, Soa um grito de dor! Porta do quarto fechada e o coração sufocado de tanto representar a "mulher ideal", perfeita sem uma gota de insatisfação! Não, não mesmo! Não foi por isso que ela lutou séculos e séculos. Ela só pretendia ser uma pessoa, entendam, uma pessoa como outra qualquer... Er
Des-Concerto* Na utopia da vida o coração é sempre peregrino percorre territórios desconhecidos e encontra-se sempre com o que em mim se perde nas esquinas dos sentimentos atravessa as ruas da insensatez faz escolhas certas e se perde nas verdades quase sempre erradas que sempre foram o que nunca eram vive-se o que acredita do pouco apenas o muito e das esperas sempre as partidas nos mapas da vida a direção sempre certa sempre se perde nos caminhos que não estavam no mapa *Pe. Flávio Sobreiro Poeta, Filósofo Clínico Cambuí/MG
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXIV* EMBRIAGUEM-SE É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso. Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se. E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. *Charles Baudelaire
Jogo de Linguagem* Querido leitor, aceite o meu fraternal e caloroso abraço. Hoje vamos refletir sobre jogos de linguagem. Antes de aprofundar no tema, vale lembrar que foi o filósofo austríaco, naturalizado britânico, Ludwig Wittgenstein que criou a expressão “jogos de linguagem”. Ao fazer isso, seu objetivo era descrever o que fazemos ao falar, ou seja, nossos jogos com as palavras. Talvez o exemplo seja mais claro. No consultório do amigo e médico cardiologista, Dr. Carlessi, há uma arte representando o funcionamento de um coração: as camadas, as artérias, os músculos, enfim um desenho anatômico. Certa ocasião tive uma verdadeira aula acerca do assunto, justamente de uma das referências do tema no Sul do Brasil. Ciência pura, gélida e racional. E foi bem interessante. Continuamos com o cardiologista, em outros papeis existenciais do Rogério Carlessi, agora não mais o doutor, mas sim pai e avô. Ao chegar em casa, ele chama sua netinha Bianca que o recebe de braços abertos, so
Experimentando....* Pensar é bom, sentir é ótimo e experimentar melhor ainda. A existência nos convida o tempo todo a experimentar. Escolher livremente qual caminho seguir. O medo nos boicota no fixar na suposta certeza do acertar. Paralizados vamos criando desculpas no fazer tudo sempre igual. Evitamos as novidades e o trilhar caminhos desconhecidos. A capacidade de experimentar os desafios que nos apresentam Promove vivências, por vezes positivas, por vezes negativas. Por que não podemos falhar, errar, perder? Para que sempre acertar e ganhar? A vida, como caminho no cultivar a alma, nos coloca diante Florestas obscuras, cavernas escuras, mares profundos. A riqueza do experimentar permite que vivenciemos as intensidades Mesmo que o medo por vezes apareça. Podemos sentir medo e mesmo assim ousar experimentar. Não temos que ser heróis. Podemos chorar, sofrer, frustrar... Ilusão buscar verdades e certezas absolutas. Quem sonha com a vida apenas perfeita, certinha...
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXIII* Uma oração Minha boca pronunciou e pronunciará, milhares de vezes e nos dois idiomas que me são íntimos, o pai-nosso, mas só em parte o entendo. Hoje de manhã, dia primeiro de julho de 1969, quero tentar uma oração que seja pessoal, não herdada. Sei que se trata de uma tarefa que exige uma sinceridade mais que humana. É evidente, em primeiro lugar, que me está vedado pedir. Pedir que não anoiteçam meus olhos seria loucura; sei de milhares de pessoas que vêem e que não são particularmente felizes, justas ou sábias. O processo do tempo é uma trama de efeitos e causas, de sorte que pedir qualquer mercê, por ínfima que seja, é pedir que se rompa um elo dessa trama de ferro, é pedir que já se tenha rompido. Ninguém merece tal milagre. Não posso suplicar que meus erros me sejam perdoados; o perdão é um ato alheio e só eu posso salvar-me. O perdão purifica o ofendido, não o ofensor, a quem quase não afeta. A liberdade de meu arbítrio é talve
Escrever... ... é uma construção de difícil partilha. Tão rápido se escreve, mais rápido ainda se dá a incompreensão. Como se fazer compreender? Talvez a melhor resposta seja: lapidação. Tal como um diamante que antes de ser lapidado parece ser mais uma pedra bonitinha, depois da lapidação orna, em colares, pulseiras e roupas, o corpo humano. Por vezes, tenho simplesmente me ocupado em juntar pedras e mais pedras. O simples fato de poder expressar as várias ideias que brotam em mim, já me satisfaz bastante, mas não o bastante. Estou consciente de que a palavra é um símbolo, uma maneira aproximada de apontar para tudo o que experienciei de algum modo, seja o que vi, pensei, li, intuí, etc. Mas, não basta um apressado gesto de expressão. Muitas vezes, ainda que brote e pareça muito com o que quis expressar, o texto, tal qual um mapa, pode orientar os navegantes para longe do tesouro que quis compartilhar. Veja bem, leitura para mim não é um fim em si, é um caminho. Diante disso,
Entre achados e perdidos* Como eh boa a sensação de achar algo que te traga boas memórias, lembranças guardadas hå muito em um baú de madeira, então lå vai um poeminha de 24.01.2000! Necessito-te quando estah longe saudade quero estar com ele sempre me tornou uma pessoa pacífica me sinto de alma limpa é a certeza de que soh pode ser amor nåo eh mais paixão que sufoca segurança no seu peito proteção no seu abraço me sinto inabalável com ele por perto com ele por perto o mundo eh estranho aos meus olhos mas tudo se explica como se fosse fácil apenas acreditar seus carinhos são o que eu preciso na dose certa todos os dias hoje hoje meu coração bate afagado como se tivesse uma boa razão para bater *Débora Perroni Professora de Filosofia, estudante de Filosofia Clinica. Porto Alegre/RS
Se beber, não dirija. Também não faça declarações* Trinta e cinco mil pessoas por ano perdem a vida em decorrência de acidentes de trânsito no Brasil. Preste atenção: 35 mil!!! Quase cem pessoas por dia!!! Estes números são alarmantes e a tendência é de crescimento. Segundo o Ministério da Saúde, metade destas mortes está relacionada ao uso de álcool por motoristas. O álcool é um forte depressor do Sistema Nervoso Central. Inicialmente quem bebe perde a inibição e sente-se mais corajoso, mas com a progressão da ingestão, passa a ter reflexos mais lentos, perde a noção de distância e torna-se sonolento, sendo uma vítima e um agressor potencial ao volante. Campanhas educacionais não foram eficazes para estancar esta mortandade alcoólica automotiva. Os números cresciam ano a ano. Quando a sociedade ameaça entrar em colapso devido a determinado comportamento funesto, o governo está autorizado a regulamentar tal conduta criando uma lei para preencher o vazio. A lei invade o territóri
A Arte de Bem-Viver* Muitas questões existenciais percorrem os caminhos de nossa natureza humana. Reféns de um sistema repleto de inúmeras respostas e soluções fáceis aos diversos questionamentos humanos há perguntas que continuarão sem respostas e há respostas que sempre serão tão frágeis como a palha seca que se queima com a primeira faísca de um questionamento mais profundo. Fato é, que o coração muitas vezes precisa de um porto seguro, onde viver seja uma experiência concreta e que traga felicidade plena. Há, no entanto pessoas que não buscam a razão de viver, pois já a descobriram, ou então estão felizes como vivem. Mas e aqueles que buscam a plenitude do viver? Viver uma vida plena implica em aprendizagem. Quando me refiro ao aprendizado estou alicerçado em um conceito que vai além de um sistema educacional alicerçado no saber teórico, pois acredito que viver é sempre a extensão prática da teoria. A teoria nos apresenta conceitos e experiências particulares. Cada ser huma
Porque nada está pronto* Em nenhum lugar está escrito que a vida seria um mar de rosas em tempo integral. O mais provável é que os caminhos sejam, para a grande maioria dos seres mortais, de desafios que alternam as estruturas e surpreendem até a si mesmos, sem prévio aviso e regado com profusão de ritmos. Mas parece que de alguma forma acreditamos nesta possibilidade. Nesta esperança que impulsiona sentires em direção a algo no qual acreditamos. Todo amanhecer pressupõe renovação, até mesmo quando nada se manifesta. É como uma flecha se encaminhando de forma precisa para onde supomos não haver nada. Quantos vazios se escondem na multidão... quantos temores vãos se reconhecem e se proliferam, na tentativa de ganhar espaço nas veias abertas das dores e dos dissabores... quantos enigmas nos perpassam e nos convidam a refletir e penetrar zonas desconhecidas de nossos limites próprios... quantas fronteiras ainda a explorar. E nossos instintos nos pedem apenas que sobrevivamos. Ma
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXII* AS MULTIDÕES Não é dado a todo o mundo tomar um banho de multidão: gozar da presença das massas populares é uma arte. E somente ele pode fazer, às expensas do gênero humano, uma festa de vitalidade, a quem urna fada insuflou em seu berço o gosto da fantasia e da máscara, o ódio ao domicílio e a paixão por viagens. Multidão, solidão: termos iguais e conversíveis pelo poeta ativo e fecundo. Quem não sabe povoar sua solidão também não sabe estar só no meio de uma multidão ocupadíssima. O poeta goza desse incomparável privilégio que é o de ser ele mesmo e um outro. Como essas almas errantes que procuram um corpo, ele entra, quando quer, no personagem de qualquer um. Só para ele tudo está vago; e se certos lugares lhe parecem fechados é que, a seu ver, não valem a pena ser visitados. O passeador solitário e pensativo goza de uma singular embriaguez desta comunhão universal. Aquele que desposa a massa conhece os prazeres febris dos quais se
Leituras de Filosofia Clínica III* “Lembro-me, já nos últimos tempos de sua estada conosco, de um conceito dessa natureza, que nem chegou a ser mesmo um conceito, mas antes unicamente um olhar. Foi quando um célebre historiador e crítico de arte, de renome europeu, anunciou uma conferência na universidade local e logrei persuadir o Lobo da Estepe a que fosse assistir a ela, embora não me demonstrasse nenhum prazer em ir. Fomos juntos e nos sentamos um ao lado do outro no auditório. Quando o orador subiu a tribuna e começou a elocução, decepcionou, pela maneira presumida e frívola de seu aspecto, a muitos de seus ouvintes, que o haviam imaginado algo assim como um profeta. E quando então começou a falar e, à guisa de introdução, endereçou aos ouvintes palavras lisonjeiras, agradecendo-lhes por terem comparecido em tão grande número, nesse exato momento o Lobo da Estepe me lançou um olhar instantâneo, um olhar de crítica àquelas palavras e a toda a pessoa do conferencista, oh!, um ol
A busca do que é “íntimo” na minha tela de computador* Nossa necessidade de outras pessoas é paradoxal. Ao mesmo tempo em que nossa cultura se encontra enredada na celebração de uma independência feroz, também ansiamos por intimidade e por uma ligação com um ser amado especial. Voltando um pouco para a raiz da palavra “intimidade”, do latim “intima”, que significa interior ou “mais interior”, para alguns autores como o Dr. Dan McAdams, que trata do tema intimidade, frequentemente a define assim: “O desejo de intimidade é o desejo de compartilhar nosso eu mais profundo com outra pessoa”. O psicanalista Social Erich Fromm afirmou que o medo mais básico da humanidade é a ameaça de ser isolado de outros seres humanos, que está relacionada afirma ele, a experiências humanas na tenra infância de onde se originam o medo, tristeza e mágoa. Levando-se em consideração a importância vital da intimidade, como tratamos de conseguir intimidade na nossa vida diária? Se uma das definições de i
Estranhamente muda! Ando tão calada que posso escutar as batidas do meu coração... Tenho me questionado o motivo de tanto silêncio e não encontro explicação! Será tristeza, apatia ou nada disso? Será que estou precisando ouvir mais? Mas o que? Como saber? Silenciando mais? Não encontro explicação. Talvez esteja enjoada ou cansada de falar para quem não entende determinadas coisas sutis... Talvez seja um silêncio de indignação ou só solidão. Não é vazio não, isso posso afirmar. Pensei que talvez seja porque ando a pensar em escutar com mais atenção. Porém, certeza, não tenho não! Sinto cada vez mais nítido o perfume das coisas, o som das poucas canções... Angústia também não é não! É um sem explicação! Os pensamentos tentam se organizar em meio ao silêncio do dia, as culpas vão se dissipando com leveza! Estou aprendendo a dizer não. Sim é fácil demais, entretanto, estive passando por cima de meu querer e de meu coração. Até, que o ato de escrever, tem me libertado
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXI* "Vagabundo* Eu durmo e vivo no sol como um cigano, Fumando meu cigarro vaporoso, Nas noites de verão namoro estrela; Sou pobre, sou mendigo, e sou ditoso! Ando roto, sem bolsos nem dinheiro; Mas tenho na viola uma riqueza: Canto à lua de noite serenatas, E quem vive de amor não tem pobreza. Não invejo ninguém, nem ouço a raiva Nas cavernas do peito, sufocante, Quando à noite na treva em mim se entornam Os reflexos do baile fascinante. Namoro e sou feliz nos meus amores; Sou garboso e rapaz... Uma criada Abrasada de amor por um soneto Já um beijo me deu subindo a escada... Oito dias lá vão que ando cismado Na donzela que ali defronte mora. Ela ao ver-me sorri tão docemente! Desconfio que a moça me namora! Tenho por meu palácio as longas ruas; Passeio a gosto e durmo sem temores; Quando bebo, sou rei como um poeta, E o vinho faz sonhar com os amores. O degrau das igrejas é meu trono, Minha pátria é o ven
Estamos juntos ?** Haicai * é uma forma extremamente pequena de poesia, surgida no Japão durante o século XVI, que valoriza a concisão e objetividade. A idéia é transcender a limitação imposta pela linguagem usual e pensamento científico-linear e transmitir a percepção da essência de um local, momento, drama em apenas 17 silabas. Tudo precisa estar refletido em poucas palavras. Em seu livro “Shogun”, James Clavell descreve esta forma de expressão como uma parte do ritual onde o guerreiro samurai escreve um Haicai antes de cometer o suicídio. Exemplo: “Barco de papel naufraga na torrente chuva de verão” ou “Estas pimentas! Acrescentai-lhes asas e serão libélulas”. Se já é difícil descrever o significado de uma existência, imagine agora fazer isto em apenas 17 silabas. Palavras impactantes que vão enquadrar o que restou da jornada de alguém neste planeta, neste plano. Um costume ocidental semelhante é colocar frases sobre túmulos e mausoléus (epitáfios) homenageando pessoas ali
Crônica de um Aviso* De que forma lhe avisam que não está bem, que tome cuidado, ou que precisa acordar? Se tentava libertar dos mitos que lhe ensinaram e das lendas que fez em si próprio. Escolhera não um caminho, pois gostava de variedade, mas três possibilidades. Um coração, uma mente e um espírito a seguir. E como agradar a tantos senhores, governantes de bulas diversas? A virtude queria corpo casto e mente limpa, ordeira como receptáculo do Bem, meta do espírito. Invariavelmente não realizava nem um, nem outra, nem outro. E brigava com Fulano, esfomeava Cicrana, amordaçava Beltrano. O fantasma reclama da usura e o ridiculariza em nome de modéstia e humildade, fruta amarelo-ocre com coração de espinhos. - Mas esses valores não estão na moeda, dizia ele. E não sabia se se escravizava nas dívidas, na acumulação ou na pobreza. O corpo mortificado pela mente esmorecia e definhava a esperança por músculos ferozes e poderosos, doces para os dentes da amiga. Não há mais fo
Estilo e Construção - A Alquimia na arte de escrever* Escrever é o mesmo que preparar uma receita. As palavras são os ingredientes necessários na etapa de preparação. Cada palavra somada a muitas outras irá dar a forma e consistência necessárias à elaboração da receita que já existe silenciosa na alma do escritor. Cada um irá elaborar seus textos de acordo com as inspirações nascidas no coração ou na razão. Na alquimia da arte de escrever criam-se estilos e métodos próprios. Cada texto tem sua receita única. Por mais que alguém tente copiar uma receita literária, ela nunca sairá como a original. Estilos na escrita são tão variados quanto às estrelas no céu. Na infinidade das formas está o ser de cada autor. Por isso que escrever é sempre uma aventura solitária. É sempre o autor diante de si mesmo e de suas vivências, na busca de tentar levar até o leitor o mundo que deseja partilhar no plural da vida. O que a vida imprimiu na alma é expresso em palavras nas páginas do tempo.
Uma filosofia da exceção* “Depois de ler essa passagem de Gertrude Stein, estilisticamente estranha: ‘uma rosa é uma rosa, é uma rosa’, ela de repente nos faz perceber que os problemas que a preocupavam só podiam ser expressos daquela forma.” Jacob Bronowski É incrível notar que gestos significativos possam ter o silêncio como chão. Ao saber das coisas indizíveis, parecem restar atitudes de excesso, para além do gesto reconhecível no olhar cotidiano. Esse lugar onde os loucos sonhos se exercitam, aprecia ter vínculos estreitos com a alma em instantes de transgressão criativa. Quase inacreditável ser a interrogação sua própria resposta, um vislumbre a se perder de vista para outros horizontes. Um rascunho de abstração profunda, no lugar nenhum da palavra reconhecida, eis a ousadia desses contornos de exceção. Na raridade da menção obtusa muita coisa morre pra seguir vivendo. Os desdobramentos subjetivos apreciam a i
O lastimável Ser Humano* Tenho uma necessidade bem humana de crescer ,evoluir e estar ligada ao todo, sigo buscando conhecimento, aperfeiçoamento e evolução. Faço exercício para policiar meus limites e respeitar a todos até que possam se mostrar,sem julgar e muito menos sentenciar, é um caminho trabalhoso e exige dedicação. Ontem no final da tarde, estava um pouco envergonhada , não sabia porque sentia aquilo , estava assim mas não era por mim, era por algumas pessoas (poucas felizmente) que acabo tendo que conviver devido as minhas buscas. Criaturas que a principio parecem politicamente corretas , pais e mães de familia, religiosas, espiritas, pessoas que vivem falando da beleza do amor trancendental de espíritos que supostamente são do bem , pessoas pretendem ensinam o amar, que falam de Cristo, do amor ao proximo e ao mesmo tempo as vejo ali discursando e deboxando de quem é diferente, de quem se agita por demanda sentimental. Como pode, pessoas com curso superiror, espe
Vivendo Interpretações* “Para terminar nosso estudo resta esclarecer ainda uma última ficção, um engano fundamental. Todas as ‘interpretações’, toda psicologia, todas as mentiras de tornar as coisas compreensíveis se fazem por meio de teorias, mitologias, de mentiras; e um autor honesto não deveria furtar-se, no fecho de uma exposição, a dissipar essas mentiras dentro do possível. Se digo ‘acima’ ou ‘abaixo’, isso já é uma afirmação que exige um esclarecimento, pois só existem acima e abaixo no pensamento, na abstração. O mundo mesmo não conhece nenhum acima nem abaixo” (Hermann Hesse. O Lobo da Estepe, p. 70). O presente texto expõe a questão da interpretação a partir da qual nos situamos no mundo, no todo, do qual somos parte. E essa interpretação corre o risco de tornar-se tão certa para quem a possui, que a imposição desta aos convivas se torne quase impulsiva. É como se o detentor dessa interpretação, levasse consigo “a verdade”. Os filósofos citados ao longo do texto são apre
Sou assim* Sou pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje. Amanhã, já me reinventei. Reinvento-me sempre que a vida pede um pouco mais de mim. Sou complexa, sou mistura, sou mulher com cara de menina. E vice-versa. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar... Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos. Sou boba, mas não sou burra. Ingênua, mas não santa. Sou pessoa de riso fácil...e choro também! Sou gente! *Jane Difini Kopzinski Fisioterapeuta, Quiropraxista, Filósofa Clínica Porto Alegre/RS
Fragmentos filosóficos delirantes XCXX* "(..) enquanto ele olhava de frente e intensamente um determinado objeto, ela parecia ter o hábito de considerar tudo segundo diferentes pontos de vista" "(...) estarei condenado para sempre a sentir o que não consigo expressar" "A vida cotidiana numa casa em que há jovens e velhos é cheia de curiosas cerimônias e pequenas devoções" "Ser é mais do que fazer" "Davam vazão a algum espírito que não encontrava lugar na vida real" "(...) habituara-se a escutá-los como a gente escuta crianças, sem pensar nela mesma" "É a vida que importa, nada além da vida, o processo da descoberta, o perene, perpétuo processo, não a descoberta em si absolutamente" "Quero outra ilusão para poder continuar" "(...) enfrentava a vida fortificada pelas palavras dos poetas" "(..) a natureza humana ultrapassa, na sua beleza, tudo o que os mais loucos sonhos pod

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