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Virtualidades*

Porque as redes sociais nos atraem tanto? Porque postamos infinidades de textos e imagens? O que nos liga ao virtual? Porque nos tornamos dependentes de uma rede de amigos que não conhecemos? Porque “curtimos” postagens? Porque compartilhamos? Porque não guardamos em nosso coração o que foi postado ontem? Porque os laços de amizade nas redes sociais são frágeis e anônimos? Por quê? Por que... Por que.

O mundo virtual chegou para ficar. O Orkut ficou para trás com a chegada do Facebook. Quem nunca esperávamos encontrar nas redes sociais chegam sem avisar. Alguns ainda relutam em se conectar. Outros estão conectados 24 horas.

A vida particular tornou-se publica com os álbuns de fotos. Do sofá ao baile conhecemos o que alguém fez no final de semana ou nas férias. O desconhecido tornou-se conhecido. O anônimo tornou-se celebridade. O particular tornou-se universal.

Porque postamos? Cada um irá dar uma resposta a esta questão. Postamos para não ficarmos de fora da moda? Postamos para que saibam que continuamos vivos? Postamos para não sermos esquecidos entre as centenas de amigos que possuímos?

Postamos porque queremos transmitir uma informação importante? Postamos porque o perfil não pode ficar desatualizado? Postamos porque é preciso receber ao menos uma “curtida”? Postamos para sermos compartilhados? Postamos porque refletimos sobre o que foi postado? Postamos para termos um arquivo de informações que irão nos ajudar quando precisarmos? Postamos porque afinal?

Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras. Então que as imagens digam por nós aquilo que não conseguimos dizer. O que as imagens nos dizem? As imagens revelam aquilo que somos e acreditamos de fato? Quando compartilhamos uma imagem estamos convictos de que aquela imagem faz parte do que somos e carregamos em nosso coração? Se a imagem vale mais do que mil palavras o que ela quer dizer realmente?

Conectamo-nos a pessoas de norte a sul do mundo. Alguns amigos conhecemos e mantemos contato real mesmo utilizando os meios virtuais. Outro mundo de anônimos habitam nossas páginas. Nada sabemos acerca de suas dores e alegrias. Estão ali vivos através das postagens. Sabemos quem são pelas postagens que nos chegam.

Porque adicionamos muitos e não nos preocupamos em conhecê-los? Quem são o que fazem da vida e porque chegaram até nosso perfil? O nos motiva a convidar quem ainda não conhecemos? Na era digital a timidez não existe.

O mundo virtual pode tornar-se facilmente um campo de relacionamentos líquidos e frágeis. Reflexão, amizade, laços que superam as fronteiras virtuais somente serão construídas se o que nos mover for mais forte que a virtualidade liquida que tem nos consumido.

Pe. Flávio Sobreiro
Poeta, filósofo clínico
Cambuí/MG

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