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Mostrando postagens de dezembro, 2012
Apontamentos, percepções, reflexões* Em 2013 gostaria que palavras como: Amor, paz, amizade, solidariedade.. deixassem de ser palavras. Se traduzissem em atitudes. Também, se possível, que tivéssemos menos programas de rádio, tv, textos em revistas, entrevistas em jornais, proclamando verdades, propondo aconselhamentos, agendamentos de como 'viver melhor' e testemunhássemos mais atendimentos em hospitais, clínicas, escolas. Gostaria de ver, cada vez mais, colegas exercitando seu papel existencial na atividade clínica presencial. Sentindo cheiro de gente nas periferias, subúrbios, hospitais, casas de saúde e onde mais for necessário o cuidado e atenção com a vida. Assim, talvez, se realize a mensagem de humanidade, rara sensibilidade e carinho com a condição humana que a Filosofia Clínica possui. Um abraço cheio de esperança e fé na vida, *Hélio Strassburger
Lua Desejante* Ele não tem pressa. Chega em cima da hora. E o tempo sai de cena… Uma Lua Desejante é simpática. Uma Lua do Diabo, sintomática. Desfaz a impermanência com sua natureza resoluta, que perdura e atravessa. O Diabo é Velho. E Vivido. Ví_vido pelo tempo. É do tempo, do qual dispõe e domina. O Diabo combina com seu próprio usufruto. Sela o prazer diante de uma estrutura que crê neste mesmo tempo, crê-se tempo e desfruta das mudanças. No mínimo, prazeroso. O resto é espreita e esperteza. Essa Lua atualiza nossos desejos e ardências. Já era hora! Não mais um calor só de fora. É dentro que ele vive, compactua assim com um fogo de Reveillon (não literal, por favor!). Dê passagem para trans_formar as outras passagens, e dá pra contar com uma confiança “pós alquímica” da Temperança que acessa um poderoso desejo, imerso de integralidade. Essa intensidade se movimenta bem e poderia ser este Dragão_dragãozinho aprendiz e indicador. O Diabo é Velho. E vivido. Mas não se preoc
Começo, meio e fim* Quando entrei na escola pensava que escrever era fácil. Tudo o que precisava era começar o texto com letra maiúscula e terminar com um ponto final. No meio colocava as idéias. Mais tarde aprendi que para tirar uma boa nota em redação, esta precisava ter começo, meio e fim. Não sei como, mas este conceito de que as coisas precisam ter um inicio e um encerramento bem definidos têm acompanhado e confundido a vida de muita gente. “Aos 14 anos de idade fui oficialmente pedida em namoro por um menino. Era uma noite de verão e depois do jantar, enquanto jogava conversa fora com os amigos, o Dudu me chamou num canto e fez o pedido de namoro. Quando voltei pra casa, na hora de dormir, já havia trocado de "status". Ainda não existia o Facebook para que pudesse postar e anunciar para o mundo, mas de um momento pra outro, minha vida mudara, como se estivesse publicamente tomando posse de um cargo e iniciando naquele dia e naquela hora a nova relação. Uma separaçã
Presenciando mudanças e reconhecendo genialidades* Mudei-me de república (moradia compartilhada por estudantes) este ano. E, para minha feliz surpresa, fui morar com pessoas fantásticas com focos na vida e origem das mais diversas. Dentre essas pessoas, gostaria de comentar sobre o que notei em duas, especificamente. Não vou entrar em detalhes e falar diretamente de algumas características para não expô-los demasiada e desnecessariamente. Falo de dois colegas que hoje posso chamá-los de amigos. A convivência diária e a distância da cidade de origem e da família acabaram por me fazer considerá-los minha família. Dois irmãos (morei e vou morar com mais pessoas na mesma república, mas estou tratando desses dois somente) que obtive graças a caminhos que se cruzaram. Dentre várias metas que temos, partilhamos uma em comum: estudar. Gostaria de elencar, sem delongas, algumas características sem, contudo, especificar a quem se refere. Um deles é um gênio. Não penso genialidade como ori
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXVII* Mundos perdidos O mundo não acabou outro dia, mas vários mundos acabam todos os dias, sempre que morre um escritor -ou um ator, um sambista, um arquiteto, um cientista, um gari, até mesmo um político. Hierarquias são perigosas, mas a morte de um escritor parece atingir fundo as pessoas, inclusive as que nunca o leram. Supõe a perda de um ou mais mundos organizados, que ainda não foram e não serão cristalizados em palavras. Pior ainda quando são escritores populares, como Dickens, Zola, Hemingway, Jorge Amado, Saramago --porque muitos de seus contemporâneos sentiam-se parte de tais mundos. É como se a morte deles os privasse de seu chão. Claro que nem sempre é assim, e há escritores cujos mundos têm a profundidade que Nelson Rodrigues lhes atribuía -aquela que uma formiguinha atravessa a pé, com água pelas canelas. Em 2012, morreram -até agora, e apenas entre os que nos falavam mais de perto- o mexicano Carlos Fuentes, os americanos G
A Arte de Ouvir* Querido leitor, que você esteja bem. Hoje vamos refletir sobre um texto oportuno de Rubem Alves: “Saber Ouvir”. De todos os sentidos, o mais importante para a aprendizagem do amor, do viver juntos e da cidadania é a audição. Disse o escritor sagrado: “No princípio era o Verbo”. Eu acrescento: “Antes do Verbo era o silêncio.” É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra se meus ruídos interiores forem silenciados. Só posso ouvir a verdade do outro se eu parar de tagarelar. Diz Rubem Alves: Quem fala muito não ouve. Sabem disso os poetas, esses seres de fala mínima. Eles falam, sim. Para ouvir as vozes do silêncio. Não nos sentimos em casa no silêncio. Quando a conversa para, por não haver o que dizer, tratamos logo de falar qualquer coisa, para por um fim no silêncio. Vez por outra tenho vontade de escrever um ensaio sobre a psicologia dos elevadores. Ali estamos, nós dois, fechados naquele cubículo. Um diante do outro. Olhamos nos olhos um do outro
O Pensamento em 3D* Ao ligar conceito de fé somente a religião, o limitamos a uma margem de grandes equívocos e perdemos mais uma oportunidade de auto conhecimento. Sem poder desvincular a coisa da fé com a coisa da religião o transito sobre a riqueza desta competência humana fica limitada. É interessante, fazer uma pesquisa por dicionários e constatar que os mais antigos como o Aurélio, tem uma definição de fé ultrapassada e bem comprometida com a coisa da religião e da crença em Deus ou do misticismo e adulação do fantástico. São definições cartesianas e equívocos montados nas bases da escolástica medieval. Já dicionários mais modernos, nos dão folga e espaço, para existir ante ao conceito e permitir que ele seja singular a nossa forma de pensar e ser. Acredito ser impossível ao ser humano, uma existência desprovida de fé, ela é constitucional,serve como uma espécie de estrutura temporária para alguns movimentos e também para uma certa calmaria curativa. A fé tem ,
Do fim ao recomeço* Não sei…tem horas que bate umas coisas estranhas no coração. Um medo repentino de que todas as últimas escolhas tenham sido erradas. E se foram? Não dá pra voltar atrás. A vida é feita só de ida. Bate um medo de ficar sozinha, medo de ficar sem amigos. Medo de se perder no trabalho. Medo de se achar sem trabalho. O mercado de alto risco é perigoso. Ou se ganha muito ou se perde em demasia. Não sei se tenho corpo e alma nesse momento pra arriscar tanto assim. Ando com o coração machucado, com algumas feridas ainda por cicatrizar. Mas e se minhas apostas tiverem sido altas demais e o risco que corro for realmente elevado? Só o tempo irá dizer… o tão falado tempo… o temido! E enquanto vejo os minutos, as horas e os dias passarem, aguardando um fechamento para essa angústia, o que fazer com esse medo que insiste em gritar? E se foi tudo em vão? E se eu tivesse falado? E se eu tivesse calado? E se eu não tivesse largado? E se eu não tivesse arriscado? Agora não adianta
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXVI* Darwins do amanhã Se você se deixa levar pela fúria da conexão a cada cinco minutos, a chance de obter êxito na sua atividade diminui bastante. O escritor Malcolm Gladwell observa que os níveis de êxito obtidos em determinadas áreas estão relacionados com a pura prática deliberada na qual os indivíduos se envolvem dez mil horas pelo menos. Até os gênios, para serem gênios produtivos, têm que se dedicar. As consequências da hiperconectividade contemporânea começam a ser estudadas. Já sabemos que ela leva as pessoas a uma conexão profusa, mas superficial. Uma superficialidade perversa da qual pouco ainda sabemos. É muito bom precisar de uma informação e obtê-la em dois minutos. Não sei se é tão positivo se "entupir" de notícias, ti-ti-tis, não se aprofundar em nada e não se conectar verdadeiramente com ninguém. Para adolescentes, ajuda a forjar a identidade. Para a humanidade, pode vir a ser perda. O pensamento, para se desen
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXV* CONVITE À VIAGEM Existe um país soberbo, um país idílico, dizem, chamado Cocagne que eu sonho visitar com uma velha amiga. País singular, nascido nas brumas de nosso Norte e que poderia se chamar o Oriente do Ocidente, a China da Europa, tanto pela sua calorosa e caprichosa fantasia quanto por ela, paciente e persistentemente ser ilustrada por sábias e delicadas vegetações. Um verdadeiro país de Cocagne, onde tudo é belo, rico, tranqüilo, honesto; onde o luxo se compraz em se ver em ordem, ou a vida é livre e doce de se respirar; de onde a desordem, a turbulência e o imprevisto são excluídos; onde a bondade está casada com o silêncio; onde a própria cozinha é poética, rica e excitante ao mesmo tempo; onde tudo se parece contigo, meu anjo. Conheces essa doença febricitante que se apossa de nós nas gélidas misérias, essa nostalgia de um país que ignoramos, essa angústia vinda da curiosidade? É um lugar que se parece contigo, onde tudo é b
A Tristeza e os mil tons de azul da Alma* Chegou o momento de refletirmos sobre a loucura deste mundo que espera que todos sejam lindos, perfeitos, saudáveis e heróis. Uma ansiedade fica solta no ar no constante "tem que". Tem que ser eternamente jovem, eternamente bonito, eternamente magro, eternamente potente, eternamente culto e assim por diante. Todos desejam ser o Zeus ou Afrodite do Olimpo! Este é o grande problema, que precisa de muita, muita reflexão. A contemporaneidade é Solar, extrovertida, busca o brilho, o sucesso, o poder e por isto se defronta com tanta frustração e ansiedade. O ego heróico cria asas de cera, como Ícaro, e se derrete ao se aproximar do Sol. Sol demais cega e queima. Chega a hora que a Alma grita e nos impõe enfrentar a vastidão dos mil tons de azul, da tristeza a depressão. Ninguém está livre desta realidade profunda. Um dia, nos vemos mergulhados nos pantanais da alma, na floresta escura, no mar profundo. Neste momento, que vai da
Esclarecimento: Esse espaço artesanal de publicação, estudo, pesquisa, convívio em Filosofia Clínica surgiu da necessidade de democratizar os ensaios existenciais na forma de texto. Tornar acessível a expressividade de colegas, alunos e amigos envolvidos com o sonho da Filosofia Clínica. Novo paradigma terapêutico iniciado por Lúcio Packter, hoje a Filosofia Clínica encontra-se em um momento diferenciado de sua historicidade. Seu crescimento reivindica novos espaços de atuação, olhares, sentires, qualificação, desenvolvimento. Nosso horizonte se expande, ainda mais, com as novas parcerias, a chegada de colegas talentosos de outras abordagens, qualificação bibliográfica, novos eventos. Assim, nossa busca continuará acolhendo, registrando, socializando um conhecimento que vinha ficando de lado: a semiose escrita dos novos alunos, profissionais recém formados, veteranos e demais convidados. Desejamos boas visitas e revisitas! Um abraço fraterno, Coordenação
Luz e Sombra* Queridos leitores, paz! Hoje vamos refletir sobre a luz e a sombra. Inicio meu comentário com um pensamento que é creditado a Bertold Brecht: “Há homens que lutam um dia, e são bons. Há homens que lutam muitos dias e são muito bons. Mas há homens que lutam a vida inteira, estes são imprescindíveis”. O intelectual alemão, neste pensamento, provavelmente se referia ao engajamento político, a movimentos paredistas de contestação ao sistema, ao regime. E não há nada de errado nisso, pelo contrário. Mas quero focar este artigo não para o movimento político, mas para a construção individual, para o autoconhecimento, para autotransformação. Para muitas pessoas, crescer dói e dói medularmente. Não é fácil ser melhor não é? Os apelos são muitos, variados e travestidos de todo tipo de visgo. Essas pessoas precisam lutar um dia, muitos dias, a vida toda. E, provavelmente, será uma jornada difícil, mas recompensadora. Trago agora o psicólogo Carl Jung. Para ele, “não há des
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXIV* Ah! Os Relógios Amigos, não consultem os relógios quando um dia eu me for de vossas vidas em seus fúteis problemas tão perdidas que até parecem mais uns necrológios... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira. Inteira, sim, porque essa vida eterna somente por si mesma é dividida: não cabe, a cada qual, uma porção. E os Anjos entreolham-se espantados quando alguém - ao voltar a si da vida - acaso lhes indaga que horas são... *Mário Quintana
Caminho* Um caminho para cada lugar Tinha cheiro de grama Gosto de festa de riso Brilho sol no olhar Tinha gente vestida de gente Que era gente Tinha canto pintado de dança Tinha gente saindo das pedras Tinha pedras aquecidas e liquidas Tinha vida de todo lugar Tinha beijo e doce na boca Tinha trem e passeio no ar Tinha ponte pra gente passar Tinha sábios pra todo lugar Um caminho no peito que Inflou feito balão em noites felizes de São João De todos e de trilhas que levam ao mar Tinha gente aprendendo a voar e pássaros aterrizando no ar. A circunstancia era o caminho a Filosofia o lugar E o tempo se fez tão suave e desapercebido avisou - Ja é hora de voltar! *Alba Regina Bonotto Psicóloga, filósofa clínica Curitiba/PR
SINTOMAS* Depois de escrever “Sinais”, fui desafiado a continuar no assunto e falar agora sobre os “Sintomas” do amor. Ainda não sou especialista no assunto, mas posso dizer que me dedico, e como sou movido a desafios, vou tentar. Pensei inicialmente em fazer uma divisão didática, semelhante ao que se faz com as patologias em medicina: sintomas leves, medianos e graves de amor. Não deu certo. Amor não é uma doença; paixão talvez seja uma espécie de confusão delirante com exaltação maníaca e por isto acumule tantos sintomas. Quando se trata de amor, este tipo de classificação não funciona. Não dá prá amar um pouquinho ou só de leve ou querer achar um rótulo para classificar. É um amor pobre aquele que se pode medir- Shakespeare. Ou se ama ou não se ama. Lembram do recado do amor? “Não aceitem menos que isto.” Por outro lado, não podemos confundir, existem várias formas e sintomas de amor. Cada individuo tem uma história de vida, uma personalidade e uma forma de amar própri
Estamos todos certos* Surpreende-me a voracidade com que algumas pessoas sentem necessidade de ter suas ideias e opiniões aceitas e compartilhadas. O espaço para troca de ideias, contrapontos e antíteses, para então gerar uma nova síntese, é reduzido a zero. Quando o interlocutor tem o mesmo perfil, a situação se agrava: transforma-se em diálogo surdo a conversa que podia ter sido prenhe de sentidos e pontos de chegada. Surpreende-me ainda mais quando, durante a discussão, surge a expressão: ‘você está errado’. Oras, tão simples é entender que, em toda e qualquer situação, a julgar pelo íntimo e historicidade de cada um, todos estão certos! Gerar uma opinião e posição sobre determinado fato nunca é aleatório, por mais que pareça, para decepção daqueles que gostam de apontar a mídia como formadora de rebanhos. Posicionar-se, mesmo que em cima do muro, exige, mesmo que inconscientemente, uma justificativa. Cada um é único, ímpar, singular, em sua trajetória. Simpatias e antipatia
Percepção...* Sinto-me mais perceptiva, não sei se eu mudei ou foi o mundo que mudou. Olho para o outro e compreendo suas complexidades por mais estranhas que possam parecer à muitos. Talvez esteja compreendendo melhor o meu "Eu" e, de repente, como num susto, o "Eu" do outro é tão meu que não me espanta mais certas atitudes. Talvez esteja me permitindo a dar maior atenção a minha sensibilidade ou talvez esteja passando por um profundo estado de compaixão. Só sei que a vida se torna mais possível quando tentamos compreender os motivos de todas as ações humanas. Por mais que nos pareçam diferentes essas ações há um porquê respeitável para tal. Ando pela rua e olho ao redor. Pessoas passam, riem, falam, brigam. Sinto-me como uma pessoa num grande teatro, onde cada qual, representa seu papel social. Inclusive eu! Mas, nesse momento, leio os sentimentos escondidos de certas personagens que não me passam desapercebidas e como num jogo aleatório quase sinto o "mo
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXIII* OS HOMENS DESEJAM AS MULHERES QUE NÃO EXISTEM Está na moda - muitas mulheres ficam em acrobáticas posições ginecológicas para raspar os pêlos pubianos nos salões de beleza. Ficam penduradas em paus-de-arara e, depois, saem felizes com apenas um canteirinho de cabelos, como um jardinzinho estreito, a vereda indicativa de um desejo inofensivo e não mais as agressivas florestas que podem nos assustar. Parecem uns bigodinhos verticais que (oh, céus!...) me fazem pensar em... Hitler. Silicone, pêlos dourados, bumbuns malhados, tudo para agradar aos consumidores do mercado sexual. Olho as revistas povoadas de mulheres lindas... e sinto uma leve depressão, me sinto mais só, diante de tanta oferta impossível. Vejo que no Brasil o feminismo se vulgarizou numa liberdade de "objetos", produziu mulheres livres como coisas, livres como produtos perfeitos para o prazer. A concorrência é grande para um mercado com poucos consumidores, pois
Quando a pior rival é "ELE"* "Enquanto não atravessarmos a dor de nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver a dois, antes, é necessário ser um...” Fernando Pessoa. "Eu quero um homem romântico, sensível e de alma feminina. Que precise de mim e do meu amor. Que me deixe cuidar dele. Que cuide de mim, que me entenda." Cuidado! Pense antes de esfregar a lâmpada. As palavras tem poder e o universo pode te mandar algo bem próximo de uma mulherzinha, das mais dengosas e mimadas, na pele de um bebe dengoso e mal criado, produto mal acabado e fruto de uma criação deficiente, capaz de tirar de você toda a sua alegria de viver. Toda a sua vontade de acertar, todas as chances. Esta é uma armadilha clássica onde mulheres desesperadas por um amor caem e depois para se levantar, é muito complicado. A gente tenta ajudar. O lobo em manto de cordeiro vem dizendo que nunca foi feliz, que jamais encontrou alguém tão boa quanto v
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXII* As avós, essas gostosas* Já disse e repito: cem anos atrás se fazia sexo mais e melhor do que hoje. Talvez a culpa desta minha obsessão pela vida sexual antiga seja das minhas avós. Minha avó materna casou grávida em mil novecentos e bolinha, trabalhou como uma dessas telefonistas sensuais no começo século 20, e falava de sacanagem até os cem anos de idade, e meu avô foi louco por ela até o fim da vida. A paterna foi a primeira (ou uma das primeiríssimas) sufragistas do Brasil, fazendo um recurso ao Poder Judiciário em 1928 pedindo direito ao voto. Sendo assim, descendo de uma linhagem direta de avós que fundaram a emancipação feminina no Brasil, naquilo que importa: na cama e na urna. Há 100 anos se fazia sexo mais e melhor do que hoje. Claro, esta é uma afirmação não científica, aviso aos especialistas em estatísticas comparativas da atividade sexual nos últimos 5.000 anos. Mas como dizia o personagem do subsolo do "Memórias
Profecias Maias, uma reflexão* Antes de tudo prefiro questionar sobre o que se esconde no comportamento da humanidade quando o assunto é profecia. O que muitos desejam ver destruir? Por que o medo coletivo frente as profecias? Que há um desejo de mudança não temos dúvidas. Que estamos todos insatisfeitos com o caminho que a humanidade está tomando não duvidamos. Por que cientistas, mídia, jornais, revistas, livros investem tanto neste impasse? Por que mesmo não acreditando muitos questionam e param para ler e ouvir sobre o tema? Mais que responder se as profecias poderão se realizar, é fundamental uma reflexão profunda sobre como absorvemos estas informações e o que ela provoca em nós. Não podemos sair de uma profecia que é cruel: - Somos mortais! A qualquer hora nossa vida vai terminar. Esta é uma realidade que evitamos pensar. Imaginar a morte coletiva, o fim deste mundo, nos incomoda. Como não sabermos como o mundo iniciou, pelo menos temos a fantasia que podemos prever seu
Temperamentos do Tempo* Outubro inicia com mudança de direção dos ventos, usa o calor pra se fazer anunciar. Algumas pessoas são mais sensoriais que outras e como os ventos mudam a direção com seus afetos, não sem antes superaquecer para depois vaporizar suas resistências. Nunca ninguém tentou medicar o tempo, será que não perceberam ainda que ele é quadripolar? Há Sim, o tempo pode! Esta aquém a qualquer tipologia. Na verdade, o tempo está aquém do nosso controle, inspirou e ainda inspira muitas reflexões filosóficas. A espécie humana não aceita as infinitas variações de personalidades em sua natureza, algumas delas são consideradas patológicas e por isso sujeitas a todo tipo de intervenção. Mas o tempo, não da para controlar, dá? Com a onda de comportamento sustentável, com expansão da Eco Visão, constata-se que a concentração da manipulação humana junto à natureza, já causou seus estragos e dia a dia nos coloca mais e mais refém dos humores extremos da natureza. Mui
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXI* Quem seremos no futuro? Acabo de assistir uma palestra do inventor e futurista Ray Kurzweil, que está passando uns dias na minha universidade nos EUA. Kurzweil ficou famoso por suas várias invenções, desde sintetizadores que podem simular sons de piano e outros instrumentos, até um software para cegos que transforma texto em voz. Escreveu vários best-sellers, onde explora como o avanço exponencial da tecnologia transformará profundamente a sociedade, redefinindo não só o futuro mas a própria noção do que significa ser humano. Segundo Kurzweil, a revolução não só já começou como avança rapidamente em direção a um ponto final, "a Singularidade", quando máquinas e seres humanos formarão uma aliança que poderá nos tornar seres super-humanos. Ele prevê que chegaremos lá em 2045. Segundo Kurzweil, em 2020 computadores serão poderosos o suficiente para simular o cérebro humano. Baseando seus argumentos numa lei empírica chamada "
SINAIS* Durante a cerimônia de casamento do filho de um amigo, tive uma visão. Não têm nada a ver com religiosidade. Enxerguei o amor. Mais do que isto, ele falou comigo. Chorei o tempo todo e quando lembro da cena, ainda choro. Contei o fato para alguns amigos que pensaram em me internar, mas como dizem que em todo amor sempre há um pouco de loucura, estou aqui para contar o fato. O amor não se mostrou nas palavras do padre, no altar, nas alianças. O amor estava nos olhares, nos toques, no aconchego, na cumplicidade daqueles jovens noivos. Ela tremia, olhava para ele, que interrompia o protocolo para segurar sua mão com delicadeza e beijá-la. Ele falava com voz embargada, inundado pelas lágrimas que ela vertia e manchavam a maquiagem. Parecia que a cada momento, um saía de dentro de si para entrar no outro. Quando ela verbalizou seu amor, olhando por dentro da retina dele, não precisaria ter falado, o amor estava ali estampado, ao vivo, a cores e com toda sua força. O casame
A cidade das palavras esquecidas* “É possível que desde Sófocles todos nós sejamos selvagens tatuados. Mas na Arte existe alguma outra coisa além da retidão das linhas e do polido das superfícies. A plástica do estilo não é tão ampla como toda a ideia (...) Temos coisas demais para as formas que possuímos” Flaubert Num cotidiano de atividade limite existe uma aproximação com a subjetividade do não-dito. O não-sentido concede vestígios para intervenção do artesão das palavras. Ao rasurar o texto das verdades conhecidas se anuncia uma nova conjugação existencial. Os manuscritos costumam se insinuar na linguagem própria da mescla de eventos. Ponto de partida as sensações ainda sem nome. A expressividade desses fenômenos, um pouco antes de significar-se no traço do autor, procura um meio para transbordar sua estética sem normalizá-la excessivamente. É possível dizer que a reinvenção do ser terapeuta acontece em seu cotidiano, num território de intimid

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