Pular para o conteúdo principal
Do fim ao recomeço*

Não sei…tem horas que bate umas coisas estranhas no coração. Um medo repentino de que todas as últimas escolhas tenham sido erradas. E se foram? Não dá pra voltar atrás. A vida é feita só de ida. Bate um medo de ficar sozinha, medo de ficar sem amigos. Medo de se perder no trabalho. Medo de se achar sem trabalho. O mercado de alto risco é perigoso. Ou se ganha muito ou se perde em demasia. Não sei se tenho corpo e alma nesse momento pra arriscar tanto assim. Ando com o coração machucado, com algumas feridas ainda por cicatrizar. Mas e se minhas apostas tiverem sido altas demais e o risco que corro for realmente elevado? Só o tempo irá dizer… o tão falado tempo… o temido! E enquanto vejo os minutos, as horas e os dias passarem, aguardando um fechamento para essa angústia, o que fazer com esse medo que insiste em gritar? E se foi tudo em vão? E se eu tivesse falado? E se eu tivesse calado? E se eu não tivesse largado? E se eu não tivesse arriscado? Agora não adianta, as apostas foram feitas, as promessas desfeitas, os vínculos quebrados, a palavra foi dita…. e o silêncio foi colhido, dizendo que a paciência e a sabedoria deveriam vir junto. E quer saber? Se no final tudo der errado que a gente jogue fora o bilhete da aposta, e jogue outro jogo. Que comece tudo de novo, e de novo, e de novo, porque a vida não pode parar. E sempre é tempo pra recomeçar.

*Patrícia Rossi
Advogada, especialista em recursos humanos, psicóloga, filósofa clínica
Juiz de Fora/MG

Comentários

Visitas