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Quando te encontrei*

Quando te encontrei, parte de mim era angustia, tristeza, derrota. Um corpo machucado, indefeso, abandonado de si mesmo. Fui numa jornada da alma, buscar caminhos alternativos, diferentes, que me trouxessem um sentido novo, uma autogenia completamente diferente. Foi então que sem querer, sem esperar, te encontrei.

Num lugar inusitado, com pessoas estranhas mas que se tornaram queridas no momento que as conheci. Um mistura de sentimentos, amizades, descobertas, estudo, alegria. Esbarrei em você quase sem propósito. Conversas superficiais, mas onde uma energia não sei de onde fluía sem poder… escondida… escondida até de mim e de você.

Fluía sem ninguém perceber. Pontos em comum, gostos parecidos foram aparecendo, mas havia uma longa barreira entre nós. Um abismo quase intransponível… e a distância fez seu papel e afastou tudo que pudesse surgir. Mas algo foi muito maior, além… e tudo mudou… o mundo virou, um tufão passou e você surgiu ali, todas as noites. Tão longe mas tão perto. Mais perto do que muitas pessoas que podem até me tocar. Mas o seu tocar é profundo, não é na carne, é na alma. Presente em todos os momentos porque você é o único que está comigo, dentro de mim.

Esse tocar vai além de qualquer outro… e quando te vejo seu olhar me fascina, seu sorriso me encanta, seu jeito menino/homem me alegra. Suas palavras, sua atenção, seu carinho iluminam meu dia. Tudo tão meu e ao mesmo tempo, um nada… um nada que me alegra e me entristece. Você não me pertence, pertence a outro alguém, a outro lugar, a outro mundo…

Mas não sei porque nossas vidas se cruzaram em algum momento apesar de todos esses pontos de interrogação e reticências. Será que existe uma forma de manter o controle e levar adiante essa loucura de querer ir além da própria razão e dos acontecimentos certo e concretos? A dúvida doi, machuca, magoa. A distância rasga o peito.

Perguntas sem respostas. Por enquanto eu sinto… sinto tudo que eu posso e não posso sentir. Sinto alegria, sinto tristeza, sinto amor, sinto ódio, sinto ciúmes, sinto desejo. Sinto a distância, sinto saudades… e apesar de tudo… sinto você!

*Patrícia Rossi
Advogada, psicóloga, especialista em recursos humanos, filósofa clínica
Juiz de Fora/MG

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