Pular para o conteúdo principal
Alétheia ou Des-velar*

“Des-velar” é a tradução literal da palavra grega “Alétheia”, que significa “verdade”. As concepções de verdade ao longo da história são diversas – adequação da coisa ao intelecto, validade de proposições, etc –, entretanto, ao escolher esse termo grego e a atribuição dada, sobretudo por Heidegger, para o qual a “verdade como ‘desvelamento’ possui diversas consequências.

A verdade já não é mais algo do qual podemos ou devemos estar certos em um sentido cartesiano ou husserliano. Nós podemos estar certos de proposições, eu estou certo de que isto e isto é assim. A busca pela verdade não é uma busca pela certeza sobre aquilo que já sabemos ou cremos, mas uma busca pela descoberta de âmbitos ainda desconhecidos”[i]

Diante disso, vou apresentar artigos, ensaios, resenhas ou texto de ordem diversa com o intuito de partilhar minha aquisição de conhecimento, defesa ou ataque de determinada tese ou simplesmente exercitar minha prática de escrita por meio de alguma exposição relevante.

Tendo em conta uma afirmação do pensador estadunidense R. W. Emerson: “Quero dizer o que eu penso e sinto hoje, com a condição de que talvez amanhã eu vá contradizer tudo”, reconheço que mudanças de ponto de vista podem ocorrer e que não há nenhuma afirmação absolutamente irrevogável no decorrer dos textos.

E isto nada tem a ver com desonestidade intelectual ou falta de convicção de minhas palavras, mas está estritamente ligada à concepção de que desvelar já demonstra o contrário de algo que comumente é velado; e que a limitação humana permite o reconhecimento de estarmos sempre em busca da verdade, mesmo jamais a encontrando de modo definitivo, pois a cada des-velar há um velamento.

[i] INWOOD, Michael. Dicionário Heidegger. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

*Miguel Angelo Caruzo
Filósofo Clínico
Juiz de Fora/MG

Comentários

Visitas