Pular para o conteúdo principal
Licença Poética*



Tenho licença poética. Posso escrever o que eu quiser! Criar meus neologismos o quanto quiser.

Tenho licença poética. Posso chorar e bebericar palavras como mel. Posso me embriagar na arte de escrever e escrever o que me vier à cabeça.

Tenho licença poética. Posso suspirar por amores incompreendidos. Posso chorar como criança por ter me arrependido.

Tenho licença poética. Minha vida pode ser escrita em prosa, verso ou proversido.

Tenho licença poética. Pra falar o que vier na telha. Pra criar, pra parir, pra deslocar de contexto, pra rir.

Tenho licença poética. Pra dizer asneira, pra ser besteira, pra rasteira. Pra ser compreendido, pra ser atrevido, pra ser convalido, pra fazer sentido.

Tenho licença poética. Pra ser Platão, pra Aristóteles. Pra dirimir um sermão, pra ter ereção, pra criar algum teles.

Tenho licença poética. Posso poetizar sobre as coisas dos céus, da terra, e dos infernos. Posso tocar nos véus, na serra e nos cadernos.

Tenho licença poética. Pra poetizar sobre tudo e sobre nada. Pra delirar e me achar. Pra me perder e pra me entregar.

Tenho licença poética. Porque sou poeta, porque sou artista, porque sou filósofo, porque eu quero!

Com minha licença poética sou eu, único e muitos, sou você, em toda sua abertura e velamento.

Sou o que sou e o que quero ser nos meus poemas, pois tenho licença poética.

*Vinícius Fontes
Filósofo, estudante de Filosofia Clínica
Rio de Janeiro/RJ

Comentários

Visitas