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Fragmentos poéticos delirantes*



Onde foi parar a vida?
qual o caminho que ela tomou?
qual seria o líquido que ela ingeriu?
perguntas, e mais perguntas...

somos assassinos da vida, pois a matamos com gestos,
palavras e lágrimas, e a cela de nossa prisão, vocês bem
sabem, é a morte...
chega sem marcar hora...

somos o impulso, repleto de dor, munidos da identidade
da foto que não fala, do endereço que não aponta...
onde foi parar a vida, quem sabe dobrou a esquina e encontrou-se...

encontrou-se com quem?
quem pode a vida ter encontrado?
quem sabe uma taça de vinho tinto seco, sim, um Dionísio
feito homem em sua poesia filosófica...

mas a vida é poesia e filosofia?
e as outras coisas?
as ciências?
não, a vida se perdeu nos diversos lugares que se alojou...

nas pedras geladas que sepultou.
mas a vida morreu?
sepultada foi?
claro que não...

a vida vive em todos os sentidos,
até em uma morte, sim a vida vive em uma ausência
de vida...

*Eduardo Silveira
Filósofo, poeta, estudante de filosofia clínica
Porto Alegre/RS

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