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Mostrando postagens de setembro, 2013

O auto-retrato *

No retrato que me faço - traço a traço - às vezes me pinto nuvem, às vezes me pinto árvore... às vezes me pinto coisas de que nem há mais lembrança... ou coisas que não existem mas que um dia existirão... e, desta lida, em que busco - pouco a pouco - minha eterna semelhança, no final, que restará? Um desenho de criança... Corrigido por um louco! *Mário Quintana

Lilith*

Um conto... uma lenda... um arquétipo feminino materializado em forma de história de um amor que supera o tempo, os limites da vida e da morte, transcende emoções e transporta entre mundos a existência. Uma interação amorosa, visceral e profunda, selada pela força sobrenatural que governa o mundo e todas as fronteiras. O encontro de seres distintos – um, espiritual, racional e masculino com armas malignas; o outro, sensorial e feminino, com fluidez da subjetividade que impregna e transforma tudo que toca. Dois seres que, na força do amor, do poder e da paixão, revelam o avesso do sentir e a mácula do desejo não possuído, da incompletude amorosa, da ânsia dos contrastes de amar sem ser amado, do desejo contido que implode no gozo solitário que jamais sacia, em ao pertencer sem ser pertencido ou ao amar sem ser amado.  Lilith, forjada no mundo como a primeira mulher, surgida da sedução cósmica, que encanta não somente por sua beleza, mas por seus aromas e fluido

AQUELE OLHAR*

Quando ela me olha, Com aquele olhar inocente, Parece que nasce na gente, Uma outra vida, que não esta, Tudo se transforma em festa, quando ela chega sorridente. Com seu olhar inocente, Eivado de ingenuidade, Pura poesia... O que ele quer dizer não parece verdade, Mas com muita veracidade, Diz coisas que só o poeta vê. É a vida que floresce, E por falar em flores, Você é a minha preferida que começa florescer. Aquela pessoa pequena que mal começa falar, Balbucia palavras soltas, Com sentido incompleto, Mas traz um discurso completo, No seu inocente olhar. O seu olhar brilha como as estrelas, Enfeitiçando o meu ser, Olhar que me acalma, Bálsamo para minha alma, Dentre o brilho das estrelas, No céu do vovô, A  estrela que mais brilha é você. *Valter Silveira Machado Filósofo Clínico Juiz de Fora/MG

Exageros ?*

"Outro dia, fiquei pensando no mundo sem mim. Há o mundo continuando a fazer o que faz. E eu não estou lá. Muito estranho. Penso no caminhão do lixo passando e levando o lixo e eu não estou lá. Ou o jornal jogado no jardim e eu não estou lá para pegá-lo. Impossível. E pior, algum tempo depois de estar morto, vou ser verdadeiramente descoberto. E todos aqueles que tinham medo de mim ou me odiavam vão subitamente me aceitar. Minhas palavras vão estar em todos os lugares. Vão se formar clubes e sociedades. Será nojento. Será feito um filme sobre a minha vida. Me farão muito mais corajoso e talentoso do que sou. Muito mais. Será suficiente para fazer os deuses vomitarem. A raça humana exagera em tudo: seus heróis, seus inimigos, sua importância." *Charles Bukowski

O novo, o velho e o paradoxo*

             Gostaria de conduzir a presente reflexão a partir do título. Segundo suponho, nele está a síntese, ainda não explicada, do que vou postular a seguir.             Primeiramente vamos esclarecer o novo: a Filosofia Clínica. Por que novo? Porque é uma proposta criada no fim do século XX, formulada ao longo da década de 1980, consolidada em meados da década de 1990 e estendida até hoje. Trata-se de um método cuja riqueza reside no postulado de seu caráter inacabado, continuamente se reinventando, sempre em desenvolvimento. Levando em conta que o saber da área de humanas geralmente leva tempo para se consolidar, a Filosofia Clínica é uma proposta extremamente nova.             E o que é o velho? Antes de explicá-lo, gostaria de contextualizar o porquê deste termo. Comecei a cursar a Filosofia Clínica em 2010, quando estava na segunda faculdade, cursando a licenciatura em filosofia – na primeira havia cursado o bacharelado na mesma área. Quando c

É disto que eu gosto*

Gosto de brincar com as palavras. Observar o entorno. Registrar os instantes. Fazer das letras uma pintura viva. Os símbolos dançam e me seduzem. Escravizando as palavras, Liberto minha alma. Egoísmo este meu hábito! Mas, o que fazer se tanto gosto? Nem sei, nem quero saber o porque. É bom e basta! Estou apaixonada pela literatura, Essa tecedura de imaginação Com o dar forma às palavras, Num dançar instigante e cativante. Bom e gostoso envelhecer assim, Entre a biblioteca e as teclas. Melhor ainda desenhando as letras Com lápis e papel à forma clássica! Um mundo se rebela a cada palavra. Vou tecendo a colcha... No final apenas um texto Que compartilho, pois humana Gosto também de gente Que, como eu, Gosta de brincar de ler! * Rosângela Rossi Psicoterapeuta, escritora, filósofa clínica Juiz de Fora/MG

Buscas***

"Sonhar o sonho impossível, Sofrer a angústia implacável, Pisar onde os bravos não ousam, Reparar o mal irreparável, Amar um amor casto à distância, Enfrentar o inimigo invencível, Tentar quando as forças se esvaem, Alcançar a estrela inatingível: Essa é a minha busca." *Dom Quixote **Miguel de Cervantes

Filosofando*

Outro dia estava discutindo com uma colega psicóloga sobre a teoria sartriana da existência que precede a essência. Após a discussão, dei-me conta de uma coisa: e se o existencialismo de Sartre fosse já um essencialismo velado? Pois é. Estávamos conversando sobre a ótica da Psicologia e não da Filosofia. Sobre a ótica da segunda, há vários aspectos problemáticos que podem aparecer. Mas é sobre a primeira minha teoria. O existencialismo de Sartre nos diz que o homem, a sua vida inteira, está sempre se fazendo, ou seja, determinando sua essência através de uma existência prévia. Nesse sentido, há uma primazia da existência sobre a essência. Entendo essência por aquilo que o homem traz dentro de si e que o constitui e, segundo Sartre, o homem não a traz: ela é construída com o passar do tempo. Porém, se formos analisar, o homem está sempre buscando se conhecer e quando procura um atendimento psicológico, antes de mais nada, ele quer entender como é que ele mesmo se entende e

Expressão!*

Livre movimento do corpo em ação guiado por várias emoções... Contração, expansão, vida ativa em reação ao belo e para o belo no seu mais sublime conceito. Respiração ativa e sensações à flor da pele. Bum! Grande sentimento que se encontra através de uma catarse daquele que vive por amor a arte.  Maravilhas, sofrimentos, descontentamentos, solidão, percepção a cada deslocamento, longo ou curto! Permitir-se! Solução para uma melhor compreensão de si e do todo! Vida voando com o coração pulsante e inquieto para melhor decifrar tamanho sentido de todas as coisas sensíveis e metafísicas. Explicações??? Não! Não temos essa intenção... Queremos arte para suportar a existência nua, vazia, brutal. Sem arte não conseguiremos seguir a diante. Tudo se torna meio bege, sem tom. E a canção poderá ser uma grande fonte de inspiração para muita piração consciente e equilibrada! Palavras, as guardo no coração. Só o ato de expressar poderá satisfazer tamanha

CONVERSAR*

Em um poema leio: Conversar é divino. Mas os deuses não falam: fazem, desfazem mundos enquanto os homens falam. Os deuses, sem palavras, jogam jogos terríveis. O espírito baixa e desata as línguas mas não diz palavra: diz luz. A linguagem pelo deus acesa, é uma profecia de chamas e um desplume de sílabas queimadas: cinza sem sentido. A palavra do homem é filha da morte. Falamos porque somos mortais: as palavras não são signos, são anos. Ao dizer o que dizem os nomes que dizemos dizem tempo: nos dizem, somos nomes do tempo. Conversar é humano. *Octávio Paz

Pensamentos não Acabados*

"(...) Tal como não só a idade viril, mas também a juventude e a infância têm um valor em si e não devem de modo algum ser consideradas somente como passagens e pontes, assim também os pensamentos não acabados têm o seu valor. Não se deve por isso, atormentar um poeta com uma subtil interpretação e divertir-se com a incerteza do seu horizonte, como se o caminho para vários pensamentos ainda estivesse aberto. Está-se no limiar; espera-se como no desenterramento de um tesouro: é como se devesse estar iminente um feliz achado de pensamento profundo. O poeta antecipa qualquer coisa do prazer que o pensador tem, ao encontrar uma ideia fundamental, e, com isso, torna-nos cobiçosos, de modo que nós tentamos apanhá-la; esta, porém, passa, esvoaçando, sobre a nossa cabeça e mostra as mais belas asas de borboleta... e, contudo, escapa-nos (...)" *Friedrich Nietzsche

Lua da terra*

Da Terra a Lua Da Lua a Terra (Lua) Nua Crua Sua (Terra) Eleva Gera Encerra (Lua) Luminar Circular Delirante (Terra) Espessa Planeta Circulante (Lua) Inspira Conspira Movimenta (Terra) Fecunda Enraiza Experimenta Sem Terra não Lua Sem Lua não Terra E desde que não é raro errar Da Terra se vê o Luar A Lua Estimula E compactua A Terra Aterra E desterra A Terra Erra Sem Lua A Lua É de Lua Sem Terra A Terra sem Lua Não Terra A Lua sem Terra Só Lua Terra_Lua Lua_Terra Nesse Luar Nada se encerra E nesta nova vez Lua A Terra, com sementes, espera Da intuição prata lunar Todo desvelo e entrega Circunda, fecunda Lua, Pelos nossos plantios na Terra E em seu inspirado serenar Dá-nos sábia e sensória trégua. *Renata

Nem Sequer Sou Poeira*

Não quero ser quem sou. A avara sorte Quis-me oferecer o século dezassete, O pó e a rotina de Castela, As coisas repetidas, a manhã Que, prometendo o hoje, dá a véspera, A palestra do padre ou do barbeiro, A solidão que o tempo vai deixando E uma vaga sobrinha analfabeta. Já sou entrado em anos. Uma página Casual revelou-me vozes novas, Amadis e Urganda, a perseguir-me. Vendi as terras e comprei os livros Que narram por inteiro essas empresas: O Graal, que recolheu o sangue humano Que o Filho derramou pra nos salvar, Maomé e o seu ídolo de ouro, Os ferros, as ameias, as bandeiras E as operações e truques de magia. Cavaleiros cristãos lá percorriam Os reinos que há na terra, na vingança Da ultrajada honra ou querendo impor A justiça no fio de cada espada. Queira Deus que um enviado restitua Ao nosso tempo esse exercício nobre. Os meus sonhos avistam-no. Senti-o Na minha carne triste e solitária. Seu nome ainda não sei. Mas

Tempos Modernos*

Demonstração de afeto, de cuidado, de atenção, de amizade e de boa educação ainda tem lugar e não significam ter que ir para o altar. É como se a vida estivesse de cabeça para baixo. O mundo todo invertido, chacoalhado e não bastasse toda liberação e aceitação de novos valores e comportamentos, de novas condutas justificadas em parâmetros de evolução da espécie humana e ainda respaldada pelo que cada indivíduo tem de direito como escolha para o seu caminhar, ai meu Deus, não bastasse tudo isto, ainda a deselegância explicada, rebatida, aceita e vivida. Homens e mulheres de todas as idades estão se relacionando livremente, sem nenhum compromisso ou comprometimento. Tudo bem. Nada de mais no que diz respeito a eternizar a relação, coisa antiga e démodé para muita gente, acho que até já para mim, embora ainda não tenha tanta certeza assim. Contudo, o que ainda me espanta é a falta de delicadeza, doçura, fineza, elegância, postura, limpeza e trato no linguajar. Espanta

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