Querido leitor, paz!
Recebi um e-mail recentemente que li, reli e agora apresento ao meu atento leitor. Minha filosofia é não rejeitar nada e nem me apegar a nada, ou seja, às vezes recebo e-mails que não tem nada a ver comigo e por isso não tem valor. Diferente deste que repasso a você.
Dizia a mensagem que um homem trabalhava como
agricultor de sol a sol, plantava batatas. Era verão e o sol estava escaldante.
Em dado momento, já cansado, limpou o suor com a manga da camisa suja de terra
e começou a lamentar consigo mesmo:
- Que vida dura essa! Batalhando aqui o dia
todo, suportando o sol, muitas vezes a chuva, as variações do clima, para
ganhar uma miséria.
Maneou a cabeça para o lado quando viu um
ônibus. Não deixou de pensar:
- Vida boa é a de motorista de ônibus,
trabalha sentado, à sombra, viajando e conhecendo diferentes cidades. É uma
vida bem dinâmica e nada chata.
Ato contínuo ao pensamento do agricultor que
cultivava batatas, o motorista do ônibus pensou tristemente atrás do volante,
enquanto uma família descia:
- Vida sacrificada! Há quantos anos vivo de lá
para cá, de cá para lá, sem parada, suportando a chatice de passageiros
problemáticos! Vou para muitas cidades e não conheço nada delas.
Assim como o agricultor, também maneou a cabeça
para o lado distraidamente e olhou pela janela do ônibus. Foi quando viu um
carro grande, uma caminhonete dessas novas e modernas, caríssima, e pensou:
- Vida boa é como a desse empresário que vai
ali nessa BMW.
Naquele momento, o homem de negócios estava em
seu automóvel e pensando:
- Que vida estafante! Trabalho 14 horas por
dia, corro sem parar administrando interesses da empresa, da família, dos
empregados e ainda sou tido como ambicioso, insensível! O empresário, assim
como o agricultor e o motorista de ônibus, também maneou a cabeça para o lado
e, através da janela, viu um avião jato
riscando o céu. Não deu outra e ponderou:
- Vida boa é como a do piloto desse avião,
voando lá no silêncio das alturas. Vendo e curtindo tudo de cima sem se
preocupar e ainda ganha bem.
Exatamente nessa hora, o piloto do jato, em
sua cabine, divagava.
- Não aguento mais esta
vida! Voando sempre de um lado para outro, em meio a esta parafernália de
instrumentos, sujeito a horários, sem liberdade para dispor do tempo desejável
em cada cidade!
Dirigiu o olhar para baixo, meditativo, e viu
um homenzinho lá embaixo de enxada nas mãos preparando um terreno para plantar.
Conseguiu ver que eram batatas. E afirmou convicto:
- Vida boa é a daquele lavrador lá embaixo, eu
o invejo!
Essa estória me tocou muito, e a você?
*Beto Colombo
Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC
Criciúma/SC
Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC
Criciúma/SC
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