De que céu caído,
oh insólito,
imóvel solitário na
onda do tempo?
És a duração,
o tempo que amadurece
num instante enorme,
diáfano:
flecha no ar,
branco embelezado
e espaço já sem memória
de flecha.
Dia feito de tempo e de
vazio:
desabitas-me, apagas
meu nome e o que sou,
enchendo-me de ti: luz,
nada.
E flutuo, já sem mim,
pura existência.
*Octavio Paz
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