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Há flores no meu travesseiro*


As flores e seus diversos perfumes, a lembrar, suavemente, o quanto é bom estar perto.

As flores da saudade, da esperança, da alegria, do desejo sincero de viver em harmonia, da pureza de sentimentos e total desprendimento aos ensejos mundanos que obstruem as vias de um amor são.

As flores dadas pelos amantes a colorir seus sonhos, seus projetos de vida compartilhada e feliz.

As flores e seus diversos perfumes a lembrar suavemente o quanto é bom estar perto.

As flores e seus sorrisos abertos ao mundo onde a imaginação flui em sentido a uma permanência despretensiosa, apenas deliciosa de que o tempo juntos não acabe nunca.

O colorido, o perfume e o sorriso, alquimia perfeita e poderosa contra o mundo que ataca ferrenhamente e tenta fazer cada dia mais pessoas de bom coração acreditarem que não vale a pena amar.

Meu travesseiro cheira saudade dos tempos onde a maldade não penetrava os sonhos.

Meu travesseiro sente o perfume das flores, que lindas, coloridas e sorridentes, propunham caminhos fáceis de trilhar.

O travesseiro de muitas pessoas no mundo insiste em fazer levitar o peso das mentes cansadas de pensar, de prevenir, de orientar e de proibir. Ele insiste em propor noites de fantasias. Em propor manhãs renovadas, em dias de uma consciência alargada em alegrias antes de qualquer agonia.

Muitos travesseiros se entristecem e choram diante da derrota da sensatez exagerada sobre o direito de simplesmente viver em paz.

Guardam segredos, os travesseiros bêbados de recordações. Sentem saudade e aguardam pacientes, coloridos, perfumados pelo dia onde ali se deitarão mentes dispostas a se renderem.

*Jussara Hadadd
Terapeuta sexual, Filosofa Clínica
Juiz de Fora/MG

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