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Mostrando postagens de abril, 2014

Estações*

Nossa vida caminha no compasso de certos ritmos e ciclos. Como a imitar a natureza. Semelhante as estações do ano. Tudo nasce. Tudo cresce. Tudo parece ter o seu tempo.... Se renova. Muda. Se recria. Se transforma. Na natureza, como na vida, nenhum dia será igual ao dia anterior.... Ah, a terra e a natureza e seus encantos e mistérios. "GAIA" para os gregos. A grande Mãe Terra. Viva, ela mesma. Se auto regulando. Reverberando vida por todos os lados. Muito generosa. Porém, vingativa, quando muito agredida. "PACHA MAMA", para os índios andinos. Nossa Pátria Grande. Acolhedora. Onde haveria espaço suficiente para todos. Terra grande, sustentadora da vida.... A terra e a natureza dançam e se embalam conforme seus ciclos.  Nossa vida se assemelharia aos ciclos da natureza? Parece nunca se repetir a mesma em seus acontecimentos. Nossos próprios corpos pulsam no compasso de certos ciclos.  Nossa existência não é linear, nem decidida nas vésperas. Embala-se conf

O Poeta é Belo*

"O poeta é belo como o Taj-Mahal feito de renda e mármore e serenidade, O poeta é belo como o imprevisto perfil de uma árvore ao primeiro relâmpago da tempestade, O poeta é belo porque os seus farrapos são do tecido da eternidade," *Mario Quintana 

A palavra busca*

"A ficção não põe em dúvida a verdade, ao contrário, realça seu caráter complexo; não descarta a verdade objetiva, ao contrário, enfatiza sua turbulência. Ela não deseja explicar ou fixar nada; não se interessa por balanços e conclusões. Aposta, apenas, na verdade do singular. Verdade que, a cada vez, é outra verdade."                                                          José Castello Na proliferação de um cotidiano qualquer, suas derivações anunciam a imprevisibilidade dos roteiros por vir. Seu deslocamento precursor sustenta uma poética de interrogar refúgios. Em um mundo para acolher impossibilidades, cultiva pluralizar vislumbres. Seu avanço descontinuado, ao ampliar territórios, descreve utopias, exercita a captura provisória do instante fugaz. Existem momentos de rara inspiração à quem examina seu aparato precursor, no entanto, ainda assim, muita coisa escapa, refém dos ímpetos de seguir em frente. Nessa complexidade indecifrável por inteiro, as lógic

O ponto de encontro*

Da alma do homem Com a alma do mundo É a Psique Não há encontro sem dor Não há encontro sem morte No mais profundo de nós Os deuses esperam Só nos jogando Só nos entregando Só nos analizando A vida em sua dialética Diz Sim! E mesmo dizendo Não Se realinha! *Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Escritora, Filosofa Clinica Juiz de Fora/MG

Desculpe, foi engano*

                                                Depois de tudo o que vivemos, precisamos ter a sobriedade de ser honestos com nossos próprios sentimentos e admitir que apostamos em nos amar, mas ficamos longe disto.   Foi bom, mas não foi amor.   Preocupado em não mais repetir o erro, revisei a literatura e descobri que não existe um gene especifico do amor, que dotaria alguns felizardos com esta capacidade e impediria outros. Não se nasce carimbado ou proibido de amar. Ainda bem, estamos salvos. Amor se aprende, constrói, cria, sente. Amor não é complicado para surgir, mas pode ser difícil de manter. A vida me ensinou que se pode amar várias pessoas ao mesmo tempo. Amo meus pais, meus irmãos, meus amigos. Mas amo do meu jeito e com cada um fui criando um código diferente de amor. Acontece que amor fraternal é uma coisa e amor entre um casal é outra. A diferença é mais ou menos como andar de carrossel ou de montanha russa. Num você sobe quando criança e fica dando volt

Assim me vi*

Um papel de presente prateado bolinhas douradas, vermelhas de tamanhos diferentes; ramos de flores aqui riscos de céu ali. Embalagem para o quê de bom, não sei presente é surpresa... o papel é melhor que o produto porque este tem história, mão-de-obra e mais valia. *Vânia Dantas Filosofa Clínica Brasília/DF

Espanto*

Espanto é a palavra base de toda a atividade filosófica, não há como ser filósofo se não houver a capacidade de se espantar.  Espantar-se é tomar algo como novidade, algo que chame a atenção a ponto de tirar o foco de qualquer outra coisa. Em outras palavras, espantar-se é ser surpreendido.  Neste artigo conto duas situações que chamam a atenção pela simplicidade e banalidade como são normalmente vistas.  A primeira situação ocorreu quando a mãe de um menino de cinco anos foi a uma reunião de professores na escola de seu filho. Ao longo da reunião a mãe ouviu o seguinte: “Nossa, como seu filho é ingênuo! Ele não tem maldade, os outros meninos já paqueram as meninas e ele não”. A mãe ficou espantada, pois de acordo com sua educação era justamente assim que deveria se comportar um menino de cinco anos, ou seja, brincar de carrinho, viver a inocência da infância e não pensar em namorar. A segunda situação aconteceu no dia em que a mãe foi buscar o filho na escola.  Na saída d

Poema em linha reta*

Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo. Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mund

Então queres ser um escritor?*

Se não sair de ti explodindo apesar de tudo, não o faças. a menos que saia sem perguntar do teu coração e da tua cabeça e da tua boca e das tuas entranhas, não o faças. se tens que sentar por horas olhando a tela do teu computador ou curvado sobre a tua máquina de escrever procurando palavras, não o faças. se o fazes por dinheiro ou fama, não o faças. se o fazes porque queres mulheres na tua cama, não o faças. se tens que te sentar e reescrever uma e outra vez, não o faças. se dá trabalho só pensar em fazê-lo, não o faças. se tentas escrever como algum outro escreveu, não o faças. se tens que esperar para que saia de ti a gritar, então espera pacientemente. se nunca sair de ti a gritar, faz outra coisa. se tens que o ler primeiro à tua mulher ou namorada ou namorado ou pais ou a quem quer que seja, não estás pronto. não sejas como muitos escritores, não sejas como milhares de pessoas que se consideram

Reflexões do ser e não ser*

Caminhar... Respirar a relva Nas entrelinhas da vida Do ser e não ser. Das certezas, Incertezas. Das paisagens, Os caminhos no ar... Sob as folhas, As casas pequenas A morada do ser, ...não ser. *Fernanda Sena Filosofa Clínica Barbacena/MG

Nostalgia do Presente*

Naquele preciso momento o homem disse: «O que eu daria pela felicidade de estar ao teu lado na Islândia sob o grande dia imóvel e de repartir o agora como se reparte a música ou o sabor de um fruto.» Naquele preciso momento o homem estava junto dela na Islândia. *Jorge Luis Borges

A palavra dialética*

Existe um dizer inconformado na rigidez dos raciocínios estruturados. Antítese da comunicação bem definida, esse teor descompassado e de maior alcance se oferece, ao ser contradição, em rituais discursivos precursores. Ao se tentar aprisioná-lo, ele se revolta à transgredir os limites da imprópria coerência. Os rumores da não-palavra conseguem dizer muito, parecem apontar as formas indizíveis, os refúgios da estética, a inventividade da desrazão. Uma estranha realidade escorre pelo desvão das sentenças. Relatos de discórdia em busca de autonomia, compartilham rumores ao dizer que poetiza a vida. Sua desconformidade inaugura espaços, oferece ambientes para novas expressividades. Ao quebrar protocolos emancipa aquilo por vir. O teor da palavra dialética contém, em si mesmo, afirmação e negação. Um cheiro de terra nova se oferece ao seu redor. Seu não-ser anuncia horizontes diferenciados. Na ruptura com aquilo que já foi novidade, se empenha em querer mais. Não entra em desacordo

Anjos*

Podem não acreditar Mas, que anjos existem, existem Chegam na hora certa Falam o essencial Desperta-nos da inconsciência Aquietam nossa tagarelice Acolhe-nos com delicadeza Ele está bem perto Para os que estão abertos A escutar com coração São eles pessoas vivas Que estão ao nosso lado Com palavras e gestos Na hora certa *Rosangela Rossi Psicoterapeuta, Escritora, Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG

Seiscentos e Sessenta e Seis*

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são 6 horas: há tempo… Quando se vê, já é 6ª-feira… Quando se vê, passaram 60 anos… Agora, é tarde demais para ser reprovado… E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade, eu nem olhava o relógio seguia sempre, sempre em frente… E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas. *Mario Quintana 

Ministério do Interior*

Pensamento é o fragmento fugaz do caos estruturado a palavra é o estágio imediatamente after da sensação que faz parte do estágio necessário do aperfeiçoamento humano de sentir a melhor maneira de relacionamento franco a palavra é um domingo de sol no estádio municipal do pacaembu se ela pinta tudo mais se cria não mais que num instante existindo no mesmo movimento que a crassa ignorância em que se fica só naquela ânsia de comer melância de comer melância na santa ignorância de comer melância com muita exuberância de comer melância com maria constância de comer melância de comer. *Chacal

Goya contra a repetição*

           Ando sempre a refletir a respeito dos males provocados pelos modelos engessados, pelas fórmulas prontas e pela repetição _ fortes características, infelizmente, do mundo contemporâneo. Lendo "Goya/ À sombra das luzes", de Tzvetan Todorov (Companhia das Letras), encontro um pensamento do pintor espanhol que ilumina algo importante a respeito da arte da transmissão. Escreve Goya, em um relatório à Academia de Arte, datado de 1792: "Não há regras em pintura e a opressão, ou a obrigação servil de fazer estudar a mesma coisa ou de seguir o mesmo caminho, é um grande obstáculo para os jovens que escolhem essa tão difícil, que se aproxima do divino mais do que qualquer outra, por representar tudo o que Deus criou".           Agora que me preparo para dar oficinas literárias em Santa Catarina (Jaraguá do Sul e depois Joinville) na semana seguinte ao carnaval _ promovidas pelo SESC _, esse pensamento de Goya vem iluminar meu caminho. Ninguém pode saber o

Via Láctea*

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto… E conversamos toda a noite, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.” *Olavo Bilac

Universo singular*

Tédio? Ah! Não encontrastes, "Em ti mesmo" O drama que em ti Habita. Acorda-te Experimente o mistério Que se revela No enfrentamento Com tua própria sombra Com teus próprios complexos Com tua vasta alma. A completude Que tanto buscas É a síntese De tua dialética. Tédio? Ah! Enfrente os opostos Mergulhe na dor da alma E estreies na vastidão De teu universo. Coragem! O caminho florestal é longo A tua função transcendente Com certeza te presenteará Com teu Self Luminoso! *Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Escritora, Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG

Fragmentos de poesia e vida*

Não perco meu tempo com a solidão Não perco meu tempo com desilusão Perco meu tempo com música Perco meu tempo com livros e filmes Perco meu tempo me doando para o amor E Assim Do meu jeito singular e único Eu vou tentando não perder nada! Perder é sempre vazio Dói Encontro respostas escondidas Dói Aqui Só eu é que sei tamanha sensibilidade Mas Agora já estou a vontade Eu sumo Me assumo Sigo Sou vou E a vida mais uma vez traz surpresas Sigo na busca de mim mesma Sigo no caminho da minha estrada particular Sigo a procura de um lar Sigo e sigo Nunca paro de caminhar! *Vanessa Ribeiro Professora de Filosofia e Teatro, Filosofa Clínica Petrópolis/RJ

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