Não
há nada de muito novo atualmente.
Só
mais tarde, bem mais tarde, as meninas darão conta das escolhas que fizeram,
ainda que não definitivamente, quanto ao modo de se comportarem, quanto às
amigas que elegeram para frequentar, quanto às prioridades, aos rapazes e a
relação com os pais.
Não
há nada de muito novo atualmente e observo articulações bem parecidas entre as
moças de hoje com as das moças de algum tempo atrás. Vejo as moças de hoje e
faço análises e comparações com a mocidade que eu vivi. As mesmas armações,
ilusões, decepções e batalhas travadas entre ser e ter, ser e ser ou não ser.
Ainda
se roga por liberdade, ainda se pretende ser diferente e especial. A mais
bonita, a mais sabida. Ainda se espera a felicidade, mesmo nos tempos de hoje,
onde tão pouco se acredita no futuro, em Deus e na família. Ainda procuram o
amor, ainda que disfarçado em autonomia sobre a sua sexualidade. Ainda querem
amar e pobrezinhas, divididas entre os conceitos feministas, mal entendidos e
exagerados às vezes, e os conceitos de amor romântico e formação de família, se
atordoam. Compadeço-me de tamanha falta de norte em que as vejo.
Alguns
pais propõe uma vida econômica bem resolvida onde a moça não dependerá de um
homem mesmo que ela opte por se casar. Outros aconselham a nunca se casarem.
Ter filhos na atualidade, jamais. Outros, temerosos, perdidos, mal amados,
traídos, carentes, solitários, cansados, não sabem que orientação dar e as
meninas ficam sem referência.
E
é neste vai vem da nossa história em relação à busca interminável pela
felicidade, que vemos nossas moças ainda iludidas, graças a Deus, que serão
felizes através do amor. E não teria nenhum problema nisto se não fosse por
elas, como disse acima, não saberem mais como fazer isto. E não sabem por que
não podem mais se assumir, e não conseguem amar em paz, porque amar ficou
ridículo e para amar tem de se expor como jamais gostariam, talvez. Ainda
assim, qual seria o problema.
Elas
precisam ser descoladas, modernas, resolvidas, mas elas ainda veem os filmes de
princesas que o berço do cinema distribui aos quilos propondo o “felizes para
sempre”. Elas veem novelas que trazem uma proposta “tupiniquim” de felicidade
em par para o nosso país, onde os referenciais de família se confundem, são
totalmente deturpados pela cultura emergente, consumista, populista, que diz ao
mesmo tempo: ame, não ame, case-se, traia, não traia, divorcie-se.
Da
dó! Mas, quantas de nós passamos por isto através de nossas histórias de vida?
E ainda nos tempos atuais, com a expectativa de vida tão alargada, quantas de
nós ainda espera ser feliz no amor? Nossas mocinhas então? Tão jovens, tão
inteligentes, com potenciais intelectuais enormes, divididas, confusas quanto o
que vem a ser felicidade.
E
é neste ambiente confuso que vejo os trejeitos, o vestuário, o vocabulário, as
escolhas. As moças não sabem mais como se comportar. Outro dia, ouvi uma moça
de 15 anos se referindo a rapazes da mesma idade talvez, com adjetivos próprios
de quem os conhece sexualmente. E ela nunca esteve intimamente com eles!
E
elas querem “pegar” cinco rapazes em um evento. Beijar todos e contabilizar
isto no dia seguinte em rodas de amigas. Elas disputam entre elas e com eles.
São alienadas quanto à própria vida e estão achando o máximo ser assim.
Alegres, fugazes. A vida não precisa ser levada tão a serio. Está bem,
concordo. Mas, você já sabe quanto isto vai te custar? Está disposta a pagar o
preço. Não custa calcular um pouquinho.
Há
algo de muito estranho acontecendo entre os conceitos de vicio e de virtude na
cabeça dessas moças. E, com certeza, há conflito, há angústia, há sofrimento.
Liberdade sendo confundida com libertinagem. Coisa de hoje? Não. Não mesmo,
coisa de sempre, mas que a globalização faz alcançar distancias difíceis de
controlar.
Só
para lembrar, as regras para quem quer namorar bonitinho, se casar e ter
filhinhos, não mudou. Os padrões são os mesmos estabelecidos séculos atrás e a
regra dita que reputação ainda vale bem mais que ética e moral verdadeiras. Que
lástima, pois amar passa por um viés ético verdadeiro e que não condiz com o
julgamento que a sociedade faz das pessoas que optam por um amor “fora da
casinha”.
Portanto,
se você mocinha, não tem estrutura psicológica, emocional, familiar que te
permitam levitar por aí em nome do “amor”, use a cabeça. Viva, dance, ria muito
com as amigas, vá a todas as festinhas, namore, beije na boca, mas, sobretudo,
busque ter um posicionamento sobre como você quer viver o amor em um futuro que
você nem imagina o quanto está próximo.
*Jussara Hadadd
Terapeuta Sexual, Filósofa Clínica
Juiz de Fora/MG
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