Sempre me fascinaram
estes mitos de homens que desobedeciam aos deuses Ah, eram muito
corajosos!!!.... Muitas vezes , para nós, já nos é difícil desobedecer
professores, chefes, papai ou mamãe....
Um deles, o mito de
Narciso.
Narciso, "aquele
que não deveria se ver". Condenado pelos deuses a não poder se olhar a si
mesmo. Deveria evitar espelhos e reflexos na água. O que poderia revelar o
reflexo de si mesmo a Narciso? O que revela o reflexo meu sobre mim mesmo? Verdades....
Mentiras... Ilusões.... Autenticidades....
Um belo dia a sede
venceu Narciso. Para matar a sede viu a si mesmo refletido no espelho das
águas. Enamorou-se de si mesmo. Encantou-se com a sua ´própria imagem... Amor
nenhum, nem ninfa nenhuma mais o sensibilizariam.
Diz ainda o mito que a
ninfa "Eco" enamorou-se de Narciso. E por ele foi desprezada. Como
consequência emudeceu e foi destinada a viver nos penhascos. Apenas repetindo o
eco das palavras pronunciadas pelos vales. Narciso simplesmente desapareceu a
beira do riacho.
Ah, homens corajosos! E
deuses cruéis , muitas vezes... Deixa estar....
Ver-se a si mesmo
mereceria tal punição? Quem somos afinal? Quem é este, diante de mim, dentro do
espelho?
Fosse eu Narciso,
tentaria ludibriar os deuses. Atirar-me-ia n'água para quebrar o espelho... Ou
beberia toda a água do riacho.... Ah, Narciso, avise a Zeus que eu continuarei
me olhando em todos os reflexos meus.... para me conhecer melhor....
*José Mayer
Filósofo, Estudante de Filosofia Clínica
Porto Alegre/RS
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