Amar é um elo entre o
azul e o amarelo
(Paulo Leminski)
Dizem que o arco-íris
condensa todas as cores, assim como sonhos, esperanças e olhares perdidos.
Ele se esquece no
horizonte e cruza os destinos de quem ousa ver além, ao alcance dos que
fantasiam. Para tanto, basta a
pressa da felicidade e a ingestão dos encantamentos. Porque é preciso vida
para cruzar a fonte e é preciso amor para encontrar o pote das preciosidades
inebriantes.
Também é preciso
acordar cedo (ou tarde), apenas para ter certeza de que mais um dia acontece
para que se intencione ser feliz. Depois, há o tempo de
caminhar juntos, comprometidos com o que nem sempre importa, mas que costuma
ser bom. Se no meio do caminho tropeçar, paciência. Sorria e estenda a mão à
alma caída para que ela possa te puxar. Participar de dores e
dissabores também faz parte, como tempero para o prato principal, mesmo que
seja só uma saladinha.
Assim como o vaivém das
singularidades traçam uma dança inusitada que explode em facetas
caleidoscópicas, há todos os filhos nascidos do corpo ou do coração – não
importa de quem – que costumam ser a melhor parte de uma construção que vai
além.
Porque adentrar
arco-íris nem sempre é fácil; estar junto também não.
Mas vale a pena quando
as nuances se combinam, se revelam ou se multiplicam. Ou quando alguns matizes
do azul e do amarelo se misturam para adornar vivências e proclamar alegrias
que ora ordenam, ora bagunçam.
Planejam ou improvisam
seus cenários revestidos de cotidianos e divergências em times e tonalidades.
Mas também de
afinidades e alegrias, percebidas nos olhares investidos de cores ou em preto e
branco, para trilhar caminhos plenos, intensos e sem limites... não só em azul
e amarelo.
Pois se amar é um elo,
que este esteja perdido entre o ontem e o amanhã... que se perpetue no presente
e se reconheça eterno, como os sonhos, as esperanças e os olhares que se
encontram num beijo entre o sol e o céu... entre o amarelo e o azul.
*Luana Tavares
Filósofa, Mestre em
Filosofia, Filósofa Clínica
Niterói/RJ
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