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A Palavra e o Silêncio*


Desconstruindo consensos
Isto é assim para mim...
Feriram-me palavras
Duras e suaves
Olhares me atravessaram
Condenaram-me sorrisos e choros
Gestos me apavoraram
Mas nada doeu mais fundo
Do que aquele silêncio
Naquela hora
Em que mais precisava
Ouvir uma voz.
Tentaria explicar-me
Por palavras
Não deu tempo, não...
Por este silêncio
Encaminhei-me para o cadafalso
Cabisbaixo, calado
Condenado por antecipação
Sem apelação
Perdão.... perdão
Não aprendi a adivinhar almas
Não escuto vozes não ditas
E o silêncio me falou
Tudo, tudo
Que eu não necessitava ouvir.

*José Mayer
Filósofo. Livreiro. Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica
Porto Alegre/RS

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