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Para não esquecer*


Esse era o título do artigo de Luiz Fernando Veríssimo na Zero Hora de 22 de Setembro. Discorria sobre a escrita, uma hipótese do possível surgimento dela a partir da necessidade de ter algo escrito para não esquecer. Assim como o autor eu já perdi algumas ideias que tive durante a noite e pela manhã já tinham desaparecido, concordo, por consolo, que não eram tão boas assim, caso contrário eu as lembraria.

Hoje em dia escreve-se em papel cada vez menos. O advento da internet possibilitou a facilidade da pesquisa, até surgiu a expressão "joga no Google". Existem muitas coisas boas disponíveis nesses meios e a consequência disso é que não se sabe mais escrever. A escrita é um treino, um exercício de memorização e caligrafia. Eu tenho o que chamam de memória fotográfica, se anotar alguma coisa, muitas vezes

Também existem as coisas que devem ser esquecidas, o enfraquecimento de uma memória, pode servir inclusive como uma forma de terapia. É um recurso saudável, lembro que tanto queria esquecer um trauma, que acabei por esquecer outras coisas, consultei até um psiquiatra que em nada me ajudou, pois eu não concordei com o tratamento a base de ansiolítico.

No fim das contas acabei por contar esse trauma, escrever sobre ele e a cada vez que fazia esse exercício via coisas novas e aos poucos fui me acostumando com o mesmo. Às vezes não adianta fugir a memória castiga. Enfim lembrar e esquecer não tem que ser imperativo, é natural e pode ser uma alternativa.

*Débora Perroni
Filósofa. Filosofa Clínica. Coaching
Porto Alegre/RS

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