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Fragmentos filosóficos, delirantes***


"A poesia é conhecimento, salvação, poder, abandono. Operação capaz de mudar o mundo, a atividade poética é revolucionária por natureza; exercício espiritual, é um método de libertação interior."

"Cada leitor procura alguma coisa no pema. E não é nada estranho que a encontre: já a tinha dentro de si."

"Cada palavra ou grupo de palavras é uma metáfora. E desse modo é um instrumento mágico, ou seja, algo suscetível de tornar-se outra coisa e de transmutar aquilo em que toca."

"Sim, a linguagem é poesia e cada palavra esconde certa carga metafórica disposta a explodir no momento em que se toque na mola secreta, mas a força criadora da palavra reside no homem que a pronuncia."

"(...) um poema só se realiza plenamente na participação: sem leitor, a obra só existe pela metade"

"A palavra, em si mesma, é uma pluralidade de sentidos"

"(...) toda magia que não se transcende - isto é, que não se transforma em dom, em filantropia - devora a si mesma e acaba devorando seu criador."

"A palavra poética jamais é completamente deste mundo: sempre nos leva além, a outras terras, a outros céus, a outras verdades."

"A razão cria cárceres mais escuros que a teologia. O inimigo do homem se chama Urizen ( a Razão), o 'deus dos sistemas', o prisioneiro de si mesmo. A verdade não provém da razão, mas da percepção poética, ou seja, da imaginação."

*Octavio Paz in "O arco e a Lira. Ed. Cosac Naify, SP. 2012. 

**Esta página é uma homenagem a Laura. Incompreendida e aprisionada num diagnóstico, decidiu voar - cedo demais - de volta pra casa, na madrugada de 24/10/15. Com carinho e saudades, daqueles que, como muitos de nós, não tiveram a chance e o privilégio de conhecê-la melhor. Que tenha reencontrado sua liberdade, sua poesia.

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