Falo:
-Vamos fazer um
chimarrão?
-Vamos..
-Só se você me pedir.
- "Josezinho',
vamos fazer um chimarrão...?
Nunca pegou um apelido
em mim...
Já me chamaram de
"Zezinho". Parece pequeno demais. Eu já me sinto no diminutivo.
Zezinho me reduz a quase nada. Abraço a minha fumaça. Desenho sobre o meu
nevoeiro. Toco-me para ver se ainda existo...
Já me chamaram de
"Zé". Zé é todo mundo e cada um. Parece uma bolinha de pingue-pongue
na boca do povo. Sinto-me em praça publica...
Já me chamaram de
"José". Percebo-me duro e áspero. Me carrega ao mundo dos
compromissos e responsabilidades. Lembra-me São José, Virgem Maria e Jesus...
desculpa... é muito peso para carregar....
Já me chamaram de
"Josezinho". Gosto. Me sinto um pouco mais comprido. Consigo olhar
por cima do muro. Para espiar as flores do outro lado. E ela brincando no meio
delas. Me espicho e consigo ver o horizonte, e além dele. E vejo ela retornando
bem ao longe.
*José Mayer
Filósofo. Livreiro.
Estudante na Casa da Filosofia Clínica
Porto Alegre/RS
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