Querido leitor, paz! É
sábado de manhã... Levanto cedinho e levo meus olhos para passear.
Na calçada ao lodo, os
bougainville estão floridos embelezando o céu e criam um tapete para meus pés,
que tem como testemunhas meus dois olhos.
Bem à minha direita, ao
alcance e deleite dos olhos, um bem-te-vi me avista e avisa todo o bando que,
em coro, cantam: “bem-te-vi”.
Vejo, agora, o joão de
barro que cisca o chão em busca do material perfeito para a construção da nova
casa. “Por que será que o João de Barro não entrou na casa vazia e resolveu
fazer uma nova?”.
Continuo caminhando e
sou testemunha ocular de que levei meus olhos para passear. O sentimento de
inteireza toma conta de mim a ponto de sentir o cheiro de pão matinal que vem
da padaria em frente. Além do pão, também sinto o indescritível cheiro de café
que vem daquele lugar. Entro. Peço um expresso com leite, meu café preferido.
Enquanto a atendente preparava o café, meus olhos fazem a festa, piscam de
alegria com bolos, pães com sortidas cores pasteis.
Meus olhos correm tudo
e paralisaram no pão de queijo, bem torradinho. Sento a mesa e saboreio o
lanche como se saboreia a vida.
Saio daquele lugar e
continuo o passeio pelas ruas próximas, ocasião em que meus olhos se deleitaram
com rosas vermelhas, orquídeas e jasmim.
Nesse sensorial sábado
de pães, café e flores, lembro-me de duas coisas que fazem muito sentido nesse
momento. Uma, é a do pensamento de Alberto Caeiro, que diz que o mundo é para
ser visto e não para pensarmos nele. A outra vem do Livro Sagrado que fala da
poesia da criação onde Javé, depois de cada dia de trabalho, contemplava sua
Criação e via que tudo era muito bonito. Meus olhos dizem amém a tudo isso
hoje.
E você, já levou seus
olhos para passear em 2016?
*Beto Colombo
Empresário. Escritor.
Filósofo Clínico
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