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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*



"Até que o velho mundo desapareça por completo, o indivíduo 'anormal' tende a cada vez mais se tornar a regra."

"(...) continua sendo poeta e sonhador, incapacitado para a vida, o homem que acredita em milagres, que procura o Paraíso de uma forma ou doutra."

"Como todos os poetas, vê o mundo civilizado como uma selva, onde não sabe se defender."

"Era tão definitivamente um proscrito, rebelde e maldito, que nada mais poderia redimi-lo."

"Como Rimbaud, sempre detestei o lugar em que nasci. E hei de detestá-lo até o dia em que morrer. O meu primeiro impulso é me afastar de casa, da cidade que odeio, do país e de seus habitantes, com quem nada tenho em comum."

"(...) como ele de novo, desprezava os troféus e prêmios que ganhava e fui expulso do colégio várias vezes por comportamento insubmisso."

"(...) achar uma nova linguagem em que um coração fale com outro sem intermediários."

"Que paralelo manifesto entre o exílio voluntário de Rimbaud no meio dos nativos da Abissínia e o isolamento de Van Gogh em um asilo de loucos!"

"(...) esses homens, cuja obra vem sendo uma fonte inesgotável de inspiração para gerações subsequentes, foram forçados a viver como escravos, encontrando dificuldade para garantir o próprio sustento, no entanto insignificante, o que devemos pensar da sociedade que os gerou ? Não é evidente que uma sociedade dessas está cavando a própria sepultura ?"

"Só que o gênio nunca aprende. Nasceu com o sonho do Paraíso e pouco importa se parece loucura, há de lutar para torná-lo realidade sempre que puder."

"Sufoque-se ou deforme-se os sonhos da juventude e se destruirá o criador. (...) Se a sociedade terminou parecendo uma coleção de deformidades, não é obra de nossos educadores e mentores ?"

"É também possível que usasse a astúcia de um super-louco para se fazer passar por normal."

*Henry Miller in "A hora dos assassinos - Um estudo sobre Rimbaud". Ed. L&PM. Porto Alegre/RS. 1983.

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