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Pobre rica menina*


Seu andar lento traía uma nostálgica tristeza.
-É coisa minha.... - sempre dizia.

Sabia, melhor do que ninguém, dos riscos da vida. Dos perigos do amor. Escolhia, contudo, amar e confiar. Entre a dúvida e a certeza, não vacilava. Mergulhava inteira e oferecia a cara e a alma.
Havia traçado o seu destino. O que tiver que ser será. Estava escrito, e o que não estava escrevia. Mergulhava de cabeça em águas muito rasas. Ah, machucara-se tantas vezes.
Quem não a conhecia comentava: pobre menina, insiste em se machucar. Ninguém entendia direito o porquê.

Sempre que perguntada, ela respondia:
-É coisa minha....

Sim, era coisa dela. Não desistia de acreditar no amor e nas pessoas. Vida arriscada a sua. Levava junto com ela as marcas dos amores.

Onde chegava, amava
Onde ficava, sonhava
Onde passava, alegrava
Onde caía, florescia

Por vezes, quando caía
Voava para mais longe
E onde pousava, florescia de novo....

*José Mayer
Filósofo. Livreiro. Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica
Porto Alegre/RS

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