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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*



"(...) não se trata de maneiras diferentes pelas quais algo real em si se revela ao espírito, e sim de caminhos que o espírito segue em direção à sua objetivação, isto é, à sua auto-revelação."

"(...) o processo da formação da linguagem mostra como, para nós, o caos das impressões imediatas somente passa a se aclarar e articular no momento em que lhe 'damos nome', permeando-o, assim, com a função do pensamento linguístico e a expressão linguística."

"Não apenas a ciência, mas também a linguagem, o mito, a arte e a religião caracterizam-se pelo fato de nos fornecerem os materiais com os quais se constrói, para nós, o mundo do 'real' e do espiritual, o mundo do Eu."

"(...) o conteúdo que designamos como o 'agora' nada mais é do que a fronteira eternamente fluida que separa o passado do futuro."

"(...) Somente assim se obtém uma solução crítica geral para a questão proposta por Kant, que buscava entender por que razão o fato de 'algo' existir implica necessariamente a existência simultânea de uma 'outra coisa', totalmente diferente."

"(...) a suprema verdade objetiva que se revela ao espírito é, em última análise, a forma de sua própria atividade."

"A concepção mítica da linguagem, que em toda parte precede a filosófica, caracteriza-se sempre por esta indiferença entre palavra e coisa. Para ela, a essência de cada coisa está contida em seu nome. Efeitos mágicos se vinculam de maneira imediata à palavra e à sua posse."

"(...) mesmo a ambiguidade inerente à palavra não constitui uma mera deficiência da linguagem, e sim um momento essencial e positivo da força expressiva que nela reside. Porque nesta ambiguidade se evidencia que os limites da palavra, tais como os do próprio ser, não são rígidos, e sim fluídos."

*Ernst Cassirer in "A Filosofia das Formas Simbólicas. I - A linguagem." Ed. Martins Fontes.SP. 2001

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