Tolo fui. Agora sei
Cultivei um jardim
Fora de época
E as rosas que brotavam
O gelo da geada gelada
As queimavam a cada
manhã
É que havia perdido
O endereço da entrega
Das rosas que cuidei
Suspeito que ficaram
sabendo
Murcham, por isso, ao
tocá-las
Queimam-se ao frio da
geada
Secam ao primeiro raio
de sol
Elas me entendem
E sofrem comigo
Neste frio gelado.
Tolo fui. Errei de
estação
E errei de coração
Deveria ter-me feito
oleiro
Fazendo taças de vinho
de barro
Reunido amigos e amados
E livros e cantos e
danças
E junto à lareira
Beber vinho para
espantar
O frio desta estação
tão fria
Uma taça de vinho
Do barro da terra
A alegria
Os corações certos
E o calor dos amigos.
*José Mayer
Filósofo. Livreiro.
Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica.
Porto Alegre/RS
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