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Fragmentos Filosóficos, Delirantes, Criativos*


"Escrever implica calar-se, escrever é, de certo modo, fazer-se 'silencioso como um morto', tornar-se o homem a quem se recusa a última réplica, escrever é oferecer, desde o primeiro momento, essa última réplica ao outro." 

"(...) escreve-se talvez menos para materializar uma ideia do que para esgotar uma tarefa que traz em si sua própria felicidade."

"O estruturalismo é essencialmente uma atividade, isto é, a sucessão articulada de certo número de operações mentais."

"(...) A estrutura é pois, de fato, um simulacro do objeto, mas um simulacro dirigido, interessado, já que o objeto imitado faz aparecer algo que permanecia invisível, ou, se se preferir, ininteligível no objeto natural."

"(...) a literatura é pelo contrário a própria consciência do irreal da linguagem: a literatura mais 'verdadeira' é aquela que se sabe a mais irreal, na medida em que ela se sabe essencialmente linguagem, é aquela procura de um estado intermediário entre as coisas e as palavras (...)"

"(...) mudar os signos (e não somente o que eles dizem), é dar à natureza uma nova distribuição (empresa que define precisamente a arte), e fundar essa distribuição não sobre leis 'naturais', mas muito pelo contrário sobre a liberdade que os homens têm de fazer significar as coisas."

"(...) se as palavras tivessem somente um sentido, o do dicionário, se uma segunda língua não viesse perturbar e liberar 'as certezas da linguagem', não haveria literatura. Eis por que as regras da leitura não são as da letra, mas as da alusão: são regras linguísticas, não regras filológicas."

"O crítico não pode pretender 'traduzir' a obra, sobretudo de modo mais claro, pois não há nada mais claro do que a obra. O que ele pode é 'engendrar' um certo sentido derivando-o de uma forma que é a obra."

*Roland Barthes in "Crítica e verdade". Ed. Perspectiva. SP. 2011. 

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