O Homem Nômade gosta
dos exageros do pensamento e costuma se colocar com o advérbio “sempre”,
contrariando as regras de como se escreve um texto acadêmico e por ora diz que
sempre, no sentido de constantemente, ele se situa nos olhos da filosofia.
Acordou pensando, quase sempre em suas obsessões pós-leituras de quotidiano,
sobre o conceito, a noção de Acaso.
Começa pelos gregos,
por Aristóteles a pensar sobre o Acaso. Da noção subjetivista e objetivista se
tira uma causa superior, em que o oculto afasta as explicações racionais e que
a sorte é algo superior que está longe do alcance da inteligência humana. Os
estoicos colocam o Acaso como algo que escapa da ilusão porque tudo que
acontece é parte da necessidade racional.
O Homem Nômade apenas
gosta de refletir sobre isso, passa da filosofia à literatura, ao cinema, às
imagens e desemboca na visão moderna de Acaso, mas continua a pensar, não para
resolver os problemas do mundo, mas “sempre” para compreender o seu exagero
quotidiano.
Na noção objetivista, e
depois de ter acordado para a manhã desse outono de 2008, lembra do conceito
mais moderno, em que o Acaso é insuficiência de probabilidades na previsão.
Para Aristóteles, o
Acaso tem algo de finalidade por ter aparência de finalidade, exemplo:
Uma pessoa vai a algum
local e acaba encontrando alguém que imaginou encontrar um dia porque essa
pessoa estava lhe devendo algo. Aqui entra a sorte.
Na filosofia
contemporânea entramos com Hume, em que o Acaso é parte da probabilidade das
coisas, ou seja, que não é necessariamente obrigatório que acontecerá algo.
Para Peirce, deixa de existir o “necessitarismo”, doutrina que tudo no mundo
existe por necessidade.
O Acaso é um juízo de
probabilidades e que essa própria probabilidade não tem “relevância suficiente
para permitir prever um evento”:
“Nesse sentido o Acaso
foi considerado uma espécie de entropia e o conceito relativo comumente é
empregado no campo da informação e da cibernética (Abbagnano, 1998, p. 12).”
O Homem Nômade não se
dá nunca por satisfeito com relação à vida, mas sobre questões de linguagens
ele se dá por feliz em compreender a noção de algumas coisas. Não deseja
recuperar o mundo, muito menos salvar os amantes do seu fim, retroceder a
última imagem como se fosse a primeira. O livro acaba onde se começa o próximo.
*Dr. Luis Antônio Paim
Gomes
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