Torna-se patente hoje o
fato de que as construções modernas de uma razão subjetiva não eram menos
utópicas do que as visões antigas e medievais de uma razão objetiva. Pois a
razão subjetiva não é outra coisa senão um sujeito universal coerente.
Peter Sloterdijk
(Crítica da Razão Cínica)
Tenho medo de um país
mais adiante, do país que vivo, ali na frente é na certa o naufrágio de um pôr
do sol. Como tinha medo do país presente, melhor de um passado sem registros é
o de conhecimento. É preciso que saiamos do legado moderno. Tenho este temor
diante das cabeças em minha frente, o controle da ordem é a origem do
pensamento, pois refletir nas certezas nos levaria ao racionalismo, nos poria
no centro das discussões.
Não é o que parece, é o que vem acontecendo, cada vez
mais o pensamento está sendo eivado pela brutalidade da lógica silenciosa de
excluir o máximo possível, de colar o mínimo com mais força para poder fazer da
realidade um acordo entre o que está disponível e a única coisa que pode ser
dada. Ou seja, contestar sem arejar o cérebro. Não se trata de buscar o
culpado, pois se fosse mexer neste presente existente, o passado estaria sendo
esquecido para sempre.
Um lugar ao sol para os
que acreditam que pensar é um bem supremo. Desde que o contrário da ordem
oferecida não seja a não aceitação de mais um esboço de encobrir o presente com
a funcionalidade das ordens injetadas para solucionar a doença maior que
existe, a falta de conseguir religar os fios dos pensamentos.
Nos iludimos
muito rapidamente com as ordens, nos deprimimos mais rápido com a crítica,
porque certamente o que já está sendo proposto é melhor, está pronto, já vem
como uma forma vitoriosa.
Os críticos da Educação são os mesmos que outrora
gostavam de pensar um meio de socializar, mas esquecem, hoje, o pensar dentro
de um limite é inócuo. Pois o pensar não é uma racionalidade pronta, não tem
uma fórmula de inclusão do melhor em detrimento do que já está excluído por ter
sido uma ameaça aos propósitos dessa suposta socialização da Educação.
Existem fórmulas para
aplicar na educação, mas não há uma maneira inabalável de que essas receitas
possam dar certo sem que haja, o que pouco resta de um pensar autônomo, um
grande desastre no presente. Não estou a pensar no futuro, mas em refletir
sobre o que estão pensando em fazer, do hoje, um amanhã mais formatado, mais
indecifrável, porém, funcionalmente mais seguro.
*Prof. Dr. Luis Antonio
Paim Gomes
Filósofo. Editor. Livre
Pensador.
Porto Alegre/RS
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