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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*



"Basta um fantasma numa reunião para que todos os presentes adquiram um ar fantasmal, basta um milagre para que a realidade se torne milagrosa."

"A primeira invenção do autor de um romance é sempre o narrador, seja este um narrador impessoal que narra na terceira pessoa ou um narrador-personagem, comprometido na ação, que relata a partir de um eu."

"O narrador nunca é o autor porque este é um homem livre e aquele se move no interior das regras e limites que este lhe impõe."

"Cada época tem a sua irrealidade: seus mitos, seus fantasmas, suas quimeras, seus sonhos e uma visão ideal do ser humano que a ficção expressa com mais fidelidade que qualquer outro gênero."

"A bondade e a maldade são uma essência, um elemento constitutivo do ser que, em casos excepcionais, pode mudar de valência dentro da mesma pessoa (...)"

"Manipulando e organizando astutamente os ingredientes da realidade, o narrador construiu outra realidade."

"Assim como a vida é sempre mais rica que as teorias que pretendem expressá-la, uma história é sempre mais que mera ilustração das teorias de quem a conta."

"Observar o mundo é descobrir abismos (...)"

"O homem precisa de certezas. Pode encontrá-las na ciência ? Por certo que não, já que cada avanço científico mostra os erros e as lacunas em que a sociedade viveu até então. Mostra também que os limites da realidade são elásticos."

"O incompreensível - o infinito - nos rodeia, e no entanto existe."

"(...) mostrar como é precário e sujeito a erros o conhecimento que o homem pode ter de outros homens e como, por isso mesmo, seu juízo moral é insuficiente e frequentemente equivocado."

"Lembrando Victor Hugo: (...) existe algo fora do homem e de que há um vínculo, impalpável mas indestrutível, que une o homem com o Desconhecido: a oração é uma tentativa de diálogo com essa sombra, e 'qualquer pessoa que tenha rezado sabe que essa sombra ouve e responde'."

Mario Vargas Llosa in "A tentação do impossível". Ed. Alfaguara. RJ. 2004

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