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O Ser Sem Representação*


Esse futuro nos iludira, mas não importava: amanhã correremos mais depressa, estenderemos mais os braços... E, uma bela manhã...
F. Scott Fitzgerald     
        
Ícones do corpo, espaço da não representação, o olho furado tem espaço no mundo virtual, ganha a expressão das cores em notas musicais, a tribal eletrônica Björk expande os sentidos dos meus dias, os tambores me levam para longe das máscaras, o Brasil virou uma sinfonia de arrepiar, um sonho fora do lugar... essa é a distância entre o devir e o isolamento absoluto de uma realidade neurotizada pela tentação do conhecimento único. O próprio movimento do que é feito os corpos, os sons e a imagem que vem da unidade do ser e do nada, e como bem disse Heidegger “...a realidade do mundo não pode consistir em um ser”.

Eu olho no horizonte a tua partida a outro país, a tua arte ficou no caos do cotidiano, a inquietação das coisas é que dá ânimo ao sonho à sinfonia da Terra... É como o ciberespaço que não se concretiza, ele é a orgia dos corações que atravessa o tempo, que muda de local em busca do primeiro movimento.

Os amores não morrem na violência do Estado, e nem essa fábula hiper-real do político fundará o outro tipo de violência acobertada da própria derrocada em nome da ordem. Estamos entre os que se iludiram e os que insistem em forjar sonhos. O pensamento é como a música, talvez um dos poucos atos que ainda existem para mover a única coisa que importa na Terra, a Vida.

                    “As pessoas se reconhecem na probabilidade das diferenças.”
                                                       Jean-François Lyotard

*Prof. Dr. Luis Antonio Paim Gomes
Filósofo. Editor. Livre Pensador.
Porto Alegre/RS

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