Um dia percebemos e
aprendemos a captar essa linguagem que se forjou através da comoção de impulsos
de pulsos de amor que pouco a pouco, passo a passo, persistiram demais e ainda
persistem materializando fonemas que se somam até compor glórias de sensações
que passam a fazer sentido pela descoberta.
E esse fenômeno está
sempre em construção, sempre inacabado e por alguma razão transcende qualquer
razão. Essa linguagem nos toca nos conecta um a um, pouco a pouco na direção de
singularidades fundamentais e infinitas.
De algum modo, há um
propósito ordinário por ser comum, mas também, extraordinário por depender de
cada um de nós a partir do nosso próprio jeito de criar e de mudar as coisas
ungidos pela vontade de saber e fazer.
Podemos tanto mesmo
quando permeados pelas sombras que tentam nos fazer esquecer, sobretudo, de nós
mesmos. E ainda que incompreensões persistam quando limitadas apenas aos muros
da razão, saberes como a historiografia dita oficial, a sociologia dita
ocidental ou a antropologia dita moderna fatalmente se perdem em labirintos de
contradições e vaidades que porventura somente a poesia pode dar conta.
É preciso aprender a
sentir para muito além de pensar, é preciso considerar outros saberes e outros
fazeres. Enfim, talvez seja por isso que a poesia persista e prevaleça
revelando-nos que ela jamais morrerá. Musa!
*Prof. Dr. Pablo
Eugenio Mendes
Filósofo. Educador.
Filósofo Clínico.
Uberlândia/MG-Porto
Alegre/RS
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