Existe uma lógica
superlativa em meio às façanhas usuais. Não fora seu ser extraordinário a
desalojar cotidianos, poderia acessar, com mais facilidade, a epistemologia das
coisas ao seu redor. Sua encenação de caráter imperfeito escolhe a vertigem
para traduzir amanhãs.
Um inusitado cio
criativo, de essência exploratória, realiza festejos para representar mesclas
de exclusão e integração. Sua essência Dionisíaca sugere uma nova página às
promessas de um para sempre. Seu jogo de cena inventa linguagens para
redesenhar a vida acontecendo.
Essa dança de
consciência alterada ensaia rupturas ao padrão existencial. Sua expressividade
é das ruas, praças, teatros, diante do espelho. Seu êxtase menciona um lugar
quase esquecido, recém chegando pelo deslocamento fora de si.
Num estado diferenciado
a existência se encontra com sua irrealidade, rascunha novas proposições. Ao
surgir em retórica dançarina, o fenômeno ditirambo prescreve eventos de paixão
desarrazoada. Em trânsitos de agonia e êxtase se oferece uma desconstrução
avassaladora. Um tempo e lugar onde o sujeito mobiliza forças para descrever-se
numa língua intermediária.
Assim, não sendo apenas
um ou outro, poderá surgir como transbordamento. Sua essência de ser avesso se
apresenta como esteticidade. A disponibilidade em soltar a voz, balançar o
corpo, sacudir a alma, refaz um território singular. Interseção das
coreografias e adereços com o palco imaginário de todo lugar.
A peça de ficção da
irregularidade narrativa aponta suas mensagens. Seu ímpeto criativo, ao
manifestar silêncios refugiados, aprecia emancipar memórias esquecidas.
Reconhece e atua sobre as origens da inspiração. O fenômeno ditirambo aprecia
gerar a própria gravidez.
Seu cenário de
preliminares é a confusão de possibilidades existenciais. Um desses pontos de
encontro onde o canto, a dança, o teatro insinuam vontades desconhecidas. Ao
deslizar das formas conhecidas, recria experimentos, descreve seus inéditos.
Numa lógica delirante rascunha pretextos de transgressão ao paradoxo
realidade_ficção. Sua lírica propicia uma comunicação sem palavras. Versão onde
o sujeito se desloca em alegorias para sonhar o paraíso.
*Hélio Strassburger
Filósofo Clínico
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