[...] seu crescimento é
doloroso como o de um menino e triste como o começo da primavera.” Rainer Maria
Rilke
Eu não minto, não meto,
Descubro linhas,
acerto, perco o tempo,
Encontro os pontos,
absurdo na meta,
Desconto a vida em
linha reta.
Sinuosidade da morte:
Acho o lúdico, súbito,
mordo língua,
Nado a esmo, lá no fim
águas,
Olhos vivos nas algas
da solidão,
Enfio mãos, naufrago em
Mar de Espanha.[1]
Afundo sonhos, renovo
ideias, conto histórias,
Faço o cerco, prolongo
a narrativa, escapo da morte,
Invento mundos, amplio
a visão, mato tempo em vão,
Encontro espaços entre
o Nada e o tempo de viver.
Histórias forjadas,
atos do pensamento, nada perdido,
Livros lidos nunca
escritos, sonho noutros lugares,
Vivo distante do meu
lugar, destino no acaso faz-me errante.
Nunca saio do meu canto
antes de olhar a fadiga das paredes.
O ser não envelhece no
tempo, é mais velho que a morte dos pensamentos.
[1] Alusão ao município
sem mar, Mar de Espanha – Minas Gerais
* Prof. Dr. Luis
Antonio Paim Gomes
Filósofo. Editor. Livre Pensador
Porto Alegre/RS
Comentários
Postar um comentário