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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"Os homens buscaram parentesco com os derrotados troianos, e não com os vitoriosos gregos. Isso talvez porque haja uma dignidade na derrota que dificilmente faz parte da vitória"

"As palavras, diz Stevenson, são destinadas ao comércio habitual do dia-a-dia, e o poeta de algum modo as converte em algo mágico"

"(...) imagino que uma nação desenvolve as palavras de que necessita"

"Há versos, é claro, que são belos e sem sentido. Porém ainda assim têm um sentido - não para a razão, mas para a imaginação"

"Acho, porém, que o fato de termos longos catálogos de palavras e explicações nos faz pensar que as explicações esgotam as palavras, e que qualquer uma dessas moedas, dessas palavras, pode ser trocada por outra"

"(...) Quando penso em amigos meus tão caros como Dom Quixote, o sr. Pickwick, o sr. Sherlock Holmes, o dr. Watson, Huckleberry Finn, Peer Gynt, etc.. (não estou certo se tenho muito mais amigos)"

"(...) Volto àquela tarde sul-americana já antiga e vejo meu pai. E o vejo nesse momento; e ouço sua voz dizendo palavras que eu não compreendia, e no entanto sentia"

"(...) gostaria de dizer que cometemos um erro bastante comum ao pensar que ignoramos algo por sermos incapazes de defini-lo"

"Creio que Emerson escreveu em algum lugar que uma biblioteca é um tipo de caverna mágica cheia de mortos. E aqueles mortos podem ser ressuscitados, podem ser trazidos de volta à vida quando se abrem as suas páginas"

*Jorge Luis Borges in "Esse ofício do verso". Ed. Cia das Letras/SP. 2007.

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