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Fragmentos de clínica e poesia existencial*


"(...) é preciso ser bem ousado e criativo para moldar uma nova terapia para cada paciente"

"Acho que Belle gostou de mim porque eu a tratava como gente. Fiz exatamente o que o senhor está fazendo agora, e quero lhe dizer, dr. Lash, que gosto de como o senhor o faz. Não olhei nenhum dos gráficos dela. Fui às cegas, queria ser inteiramente novo. Belle nunca foi um diagnóstico para mim, não era uma personalidade limítrofe, nem um transtorno alimentar, nem um transtorno compulsivo ou anti-social."

"(...) espero que nunca me torne um diagnóstico para o senhor"

"(...) sei que vocês que estão se formando agora e toda a indústria de psicofármacos vive do diagnóstico"

"Já parou para pensar como é fácil fazer um diagnóstico na primeira vez que examinamos um paciente e como fica mais difícil à medida que o conhecemos melhor ?"

"Pacientes limítrofes são manipuladores ? Foi o que você disse ? Ernest, você nunca será um verdadeiro terapeuta se pensar assim. Foi exatamente o que quis dizer quando falei sobre os perigos do diagnóstico. Existem limítrofes e limítrofes. Os rótulos são uma violência contra as pessoas. Você não pode tratar o rótulo; precisa tratar a pessoa por trás do rótulo"

"(...) Diga-me, Ernest, se você não estaria nesta situação, onde você estaria ? De volta ao seu laboratório ? Ou na biblioteca ? Você estaria a salvo. Digno e confortável. Mas onde estaria a paciente ? Muito longe! Exatamente como os vinte terapeutas de Belle antes de mim - todos eles pegaram a estrada segura, também. Mas sou um tipo diferente de terapeuta. Um salvador de almas perdidas. Recuso-me a desistir de um paciente. Arrisco meu pescoço, colo o meu na reta, tento qualquer coisa para salvar o paciente"  

*Irvin Yalom in "Mentiras no divã". Ed. Agir. RJ. 2006.

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