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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"Mais uma vez, muito obrigado pelos livros. Eles distraem-me mais que qualquer outra coisa. Por quase cinco meses tenho vivido exclusivamente de minhas próprias provisões - ou seja, de minha própria mente e apenas dela"

"Fico imensamente feliz por ter descoberto que trago paciência em minha alma por tanto tempo, que não desejo as coisas materiais e não preciso de nada mais que livros e a possibilidade de escrever e de estar sozinho por algumas horas todos os dias. Esse último desejo é o que mais me angustia. Por quase cinco anos tenho estado sob constante vigilância, ou com várias outras pessoas, e nem uma hora sequer sozinho comigo mesmo"

"A constante companhia de outros funciona como um veneno u uma praga(...)"

"(...) mas sei que compreendes que a rotina da caserna não é uma piada e que a vida de soldado, com todas as suas exigências, não é nada fácil para alguém com a saúde frágil como a minha, com a vida interior que tenho"

"Vivo sozinho aqui. Como de costume, escondo-me das pessoas. Depois de cinco anos de contínua vigilância, um de meus grandes prazeres é ter meus momentos de solidão"

"(...) Escreve muito rápido e em demasia. Um homem deve ter mais ambição, mais respeito por seu talento e ofício, e mais amor pela arte. Quando se é jovem, as ideias acumulam-se em nossa cabeça; mas não se deve capturar a cada uma delas enquanto bailam em nossa mente, e daí apressar-se para divulgá-la. Deve-se esperar pela síntese, pensar mais; aguardar até que os detalhes todos que formam a ideia tenham se agrupado em torno de um núcleo, em uma ampla e definida imagem; nesse momento, nunca antes, deve-se então escrevê-la" 

"Não pode imaginar o quanto é amargo para mim quando as pessoas não me compreendem, quando deturpam o que eu disse e veem tudo distinto do que eu pensei"

*Fiodor Dostoiévski
    1821 - 1881

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