É claro que o que move
o livro é o acesso ao leitor, vice-versa, o leitor só faz o livro ter alguma
importância se tiver o livro em mãos. Aos olhos, o pensamento movente e o que
Bergson entoou: “O conhecimento que você me traz incompleto, eu o completarei”.
Eis a questão: que tipo de livro, qualquer livro, qualquer texto, um romance,
um ensaio, uma biografia, autoajuda, técnico, filosofia, qual mesmo?
O desconexo para muitos
não precisa ser e nem assim deseja a unificação mas o livro é nexo dos
desconexos, é texto que vai da vertigem da linguagem à compreensão das páginas.
Eu digo que tenho minhas preferências, como leitor, como alguém que busca
escolher a partir do que lê, do que gosta, mesmo que isso tenha sua
complexidade, que não contemple o todo do meu gosto, porque o negócio do livro
é o negócio, mas eu aprendi mesmo sobre a importância do livro foi com o
negócio Vida, com as relações que tive até aqui... até o século XXI desbancar o
século passado.
Nada de excepcional se
o livro acabar, afinal de contas o dito pelo não dito não precisa da escritura
para ser dito. Para clarear as ideais, aí sim, é como se a vida tivesse no
sentido de dois trens que deslizam sobre os trilhos, a mesma velocidade, em
vias paralelas, a sensação, é que para cada um dos trens, o que está sentado de
um lado olha o outro, e se veem, sem movimento, como se estivessem parados, é
assim, quando se está com o livro na mesma velocidade da vida. A vida parece
que não passa, não sai do lugar, mas na realidade um desaparecerá antes que o outro
possa perceber, tão rapidamente, que o outro só enxergará o que ficou na
memória. Vestígios.
“O mundo material,
dizem, irá dissolver-se e o espírito afogar-se no fluxo torrencial das coisas.
– Que se tranquilizem! A mudança, se consentirem em olhá-la diretamente, sem
véu interposto, bem rapidamente lhes aparecerá como o que pode haver no mundo
de mais substancial e de mais durável.”
Henri Bergson
*Prof. Dr. Luis Antonio
Paim Gomes
Filósofo. Editor. Livre
Pensador.
Porto Alegre/RS
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