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Mostrando postagens de 2018

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) Pessoas que encontram partes preciosas de si não em outras pessoas, mas em livros (...)" "Tudo aquilo que julgamos 'entender bem', quer dizer, dominar e possuir, está fora do literário. A leitura de um grande livro mexe com o que temos de mais instável e de mais sensível, pois joga com o inacessível e o remoto" "Em um mundo obstruído por dogmas e slogans, a função da literatura não é concluir, mas desencadear. Não é fechar soluções, mas descortinar dúvidas e perguntas. Não é oferecer imagens prontas, mas vislumbrar novas maneiras de ver" "Mais do que fornecer respostas, o papel do crítico é o de construir perguntas. O crítico é um construtor de interpretações, que são inevitavelmente parciais, incompletas e transitórias" "Caeiro tem a consciência de que a existência é móvel, é fluída, é infiel. Daí sia aposta no valor da ignorância: é muito perigoso dar um nome ao que está sempre mudando" "De

Recomeços*

Desbravo caminhos que em minha alma acordam com os primeiros raios do sol. No caminho da vida peregrino sem cessar. Contemplo as tardes com saudades das manhãs. O fruto doce das alegrias se mistura ao verde das esperanças. Em cada canto um novo canto que na melodia da alma se faz sinfonia no silêncio dos meus tantos cantos. Alma peregrina que encontra nos portos seguros os mais belos horizontes. Assim é a vida... Um eterno amanhecer que nas tardes de outono sonham com as primaveras que hão de vir. No passado de pretéritos os amores sempre novos com saudades do passado. Sempre caminhar, se perdendo nos encontros e encontrando-se nas perdas. Viver assim como o caboclo que no chão lavra a terra de certezas da chuva sempre incerta. Olhar sem desanimar, e caminhar rumo ao meu avesso que tece esperanças com as estrelas que anunciam o presente das estações. Trilhar... a vida sem medo e mesmo com medo arriscar... Perder-se... Encontrar-se... E perder-se novamente... O que de mi

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Inexperiente perante os variados e infinitos sistemas verbais, crescia-me a certeza de que as palavras me desgovernavam, eram mais fortes que eu. Em especial porque significavam inúmeras coisas ao mesmo tempo, segundo os significados que lhes desse" "A inquietude do artista (...) é inesgotável" "(...) sendo a vida um argumento soberano, cabe-lhe, na narrativa, derramar poções ilusórias, farejar estéticas inovadoras, garantir à arte a sua dimensão real" "(...) Já que a narrativa tem ciência de que a vida, fora dos limites da invenção, perde o caráter transgressor e acomoda-se. E de que, longe da utopia, a controvertida modernidade dos sonhos desvanece-se" "Ancorados neste continente, somos tantos e todos ao mesmo tempo. Polissêmicos e solitários, unos e fragmentados, favorece-nos uma mestiçagem originária do caos do sangue e da memória" "(...) repertório existencial (...) tudo que diz respeito aos que poeti

Poética clandestina*

                                                                                                                                           Uma profecia de caráter excepcional recai sobre alguns escolhidos, parecem surgir de uma cepa rara, sujeitos a descrever a saga do personagem marginal. Estruturados para surgir como transgressão continuada, ser iconoclastas e seus contrários, quase ao mesmo tempo, desconstroem a certeza de uma só verdade para todas as coisas.    A atitude inesperada de toda razão oferece a perspectiva plural na forma de poesia, filosofia, arte, subversão estética ao mundo instituído. No caso da inquietude filosófica, antes de virar técnica acadêmica, é a concepção do eu como outros que retorna na inspiração libertária dos movimentos da irreflexão. Um cavalheiro andante em busca de sua tribo encontra Adão e Eva no paraíso da singularidade. A palavra realiza uma poética das ruas. Seu caráter de profanação reivindica rituais de iniciados. Os enredos do mundo

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Na grande sequência que vai de Hermas a Goethe, passando por Dante, ao longo de quase dois mil anos, encontramos sempre a experiência amorosa pessoal, não somente acrescentada, como também subordinada a uma grande experiência visionária" "A anomalia mental também pode ser uma espécie de sanidade mental, inconcebível para a inteligência mediana ou um poder espiritual superior" "(...) Todo ser criador é uma dualidade ou uma síntese de qualidades paradoxais (...)" "Por outro lado, os materiais fornecidos pelos psicóticos são ricos e de um alcance significativo que apenas poderemos encontrar nas produções dos gênios" "É aí que está o significado social da obra de arte: ela trabalha continuamente na educação do espírito da época, pois traz a tona aquelas formas das quais a época mais necessita (...)" "O homem normal consegue suportar a tendência geral sem se prejudicar; mas o homem que caminha por atalhos e des

Uma tal senhora Beauvoir*

“É porque não aceito as fugas e as mentiras que me acusam de pessimista...”                                      Simone de Beauvoir O que permanece escrito e não compreendido não é mais um hieróglifo, não participa mais do histórico lastro da linguística que identificava os significados através da escrita. Hoje, podemos dizer que o não pressuposto ato de ver e não identificar é mais um sintoma viral do século XXI.  O que chamo de burrice proposital, ou então, do silêncio hipócrita das direitas e dos empedernidos esquerdistas que acompanham o som dos imbecis. É uma mistura nonsense que anda solta nas páginas dos obsoletos jornais, das redes sociais, que percorre os planaltos, praias, palcos até moldar o conformismo da opinião pública. Ontem lendo um velho livro, velho, porque foi escrito por uma senhora que marcou demais a cultura ocidental com suas ideias inovadoras, libertadora e provocante em certo momento histórico. Para que agora seja relida, consigo perceber, a

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Eu, alquimista de mim mesmo. Sou um homem que se devora ? Não, é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus" "Para começo de conversa, afianço que só se vive, vida mesmo, quando se aprende que até a mentira é verdade (...)" "Nunca vi uma coisa mais solitária do que ter uma ideia original e nova. Não se é apoiado por ninguém e mal se acredita em si mesmo. Quanto mais nova a sensação-ideia, mais perto se parece estar da solidão da loucura" "E se eu falar, que eu me permita ser descontínuo: não tenho compromisso comigo. Eu vou me acumulando, me acumulando, me acumulando - até que não caibo em mim e estouro em palavras" "Luto não contra os que compram e vendem apartamentos e carros e procuram se casar e ter filhos mas

Reflexões*

Embora seja apenas a passagem de um dia para o outro, como ocorre em qualquer época, a virada do ano pode ser bem aproveitada. Na proximidade dessa passagem, podemos refletir sobre o ano que segue para o encerramento, relembrando realizações e perdas, acertos e erros, bem como projetos conquistados, interrompidos, a serem retomados e criados. Também é um período favorável para pensar as relações com familiares, amigos, colegas de trabalho etc. Há, inclusive, a questão da saúde. Um bem que costumamos valorizar mais quando nos falta em vez de cultivá-lo enquanto o temos. Algo que considero bom é me desfazer do que não uso (ou nunca usei) mais. Jogando no lixo o que não presta e doando o que está em bom estado ou até novo. Mas é ilusório pensar que tudo muda no primeiro dia de janeiro. Muitos estão até de ressaca. Ninguém age bem neste estado. A mudança substancial é construída pela consistência. Todo hábito requer tempo. Passada a empolgação dos primeiros

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Os OVNIS estão de novo em moda. Não acham que já é hora de se estudar o fenômeno com seriedade ? Até há pouco, discos voadores eram considerados coisas de pirados e pinéis. Realmente, as pessoas que juravam ter visto discos admitiam ser membros de um ou de outro grupo, quando não de ambos. Mas tanta gente séria andou vendo discos ultimamente que a Aeronáutica e a comunidade científica decidiram rever sua posição cética e dedicar nada menos que 200 dólares anuais para um estudo abrangente do fenômeno. A grande pergunta é: os discos voadores existem ? E, em caso positivo, como fazem para reabastecer durante os fins de semana ? (...)" "(...) Para variar, Needleman foi obrigado a demitir-se da Universidade de Harvard devido às suas simpatias pelo Partido Comunista. Achava que só num sistema sem desigualdades econômicas poderia existir verdadeira liberdade, e citava como sua sociedade-modelo uma colônia de formigas, enquanto murmurava pensativo: 'As formigas são

Foi bom enquanto durou*

Começamos tão bem. Encontramo-nos no réveillon e não nos separamos mais. Dormíamos e acordávamos juntos todos os dias.   Estávamos cheios de expectativas, promessas e planos para o futuro. Apostamos alto e nos dedicamos pra valer. Você me enchia de esperança e eu retribuía com gratidão. Sua capacidade de surpreender, ao mesmo tempo em que me assustava, encantava. Você não prometeu felicidade, nem amor, mas garantiu que ia ser muito bom. Lembro que naquela noite brindei dizendo que amor perfeito era nome de flor, e que amores bonitos e perfeitos eram aqueles que nunca foram usados. Esperava tão somente uma relação que não decepcionasse minha alma. Por mais que tenha me esforçado, por mais que tenha calculado acertos, riscos e equívocos, não foi o bastante. Não vamos seguir juntos. O destino prega peças e, quase sempre, sem avisar. Desta vez ele avisou, nós é que o ignoramos. Diz o folclore iídiche que o homem planeja e Deus, lá em cima, ri. A gente fez de conta que não escut

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"O estruturalismo é essencialmente uma atividade, isto é, a sucessão articulada de certo número de operações mentais (...)" "O objetivo de toda atividade estruturalista, seja ela reflexiva oi poética, é reconstituir um 'objeto', de modo a manifestar nessa reconstituição as regras de funcionamento (as funções) desse objeto. A estrutura é pois, de fato, um simulacro do objeto, mas um simulacro dirigido, interessado, já que o objeto imitado faz aparecer algo que permanecia invisível, ou, se se preferir, ininteligível no objeto natural" "(...) atividade estruturalista: a criação ou a reflexão não são aqui 'impressão' original do mundo, mas fabricação verdadeira de um mundo que se assemelha ao primeiro, não para copiá-lo mas para o tornar inteligível" "(...) a literatura é pelo contrário a própria consciência do irreal da linguagem: a literatura mais 'verdadeira' é aquela que se sabe a mais irreal, na medida em que

Singularidade *

"Preferir os 'miniconceitos' ou as noções às certezas estabelecidas, mesmo que isso possa chocar, parece-me o penhor de uma atitude mental que pretende permanecer o mais perto possível dos solavancos que são próprios dos caminhos de toda vida social."                                                 Michel Maffesoli Na contramão das terapias existenciais que lidam com conceitos maximizantes e, por isso, totalizadores e, que por isso, escondem a singularidade, Maffesoli propõe para uma leitura social aquilo que a Filosofia Clínica propõe para o indivíduo, para o singular. Tentar aplainar os solavancos da vida é partir de um a priori de como deve ser a vida, de um universal, de uma norma. As demarcações nas ciências da natureza, as divisões de seres e outras fronteiras, estão, muitas vezes, claras. No que concerne ao fenômeno humano e às suas complexidades, isso não acontece. Querer usar da mesma métrica de uma ciência natural para os fenômenos das rela

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) o ser de tudo aquilo que é mora na palavra. Nesse sentido, é válido afirmar: a linguagem é a casa do ser" "(...) é indispensável perdermos o hábito de só ouvir o que já compreendemos" "Não conseguiremos escutar nada sobre a saga do dizer poético enquanto formos ao seu encontro guiados pela busca surda de um sentido unívoco" "O delirante pensa e pensa mais do que qualquer um. Mas nisso ele fica sem o sentido dos outros. Ele é um outro sentido" "O desprendido é delirante porque está a caminho de outro lugar" "O estranho está em travessia. Sua errância não é porém de qualquer jeito, sem determinação, para lá e para cá. O estranho caminha em busca do lugar em que pode permanecer em travessia. O estranho segue, sem quase dar-se conta, um apelo, o apelo de se encaminhar e pôr-se a caminho do que lhe é próprio" "Lembra Humboldt: 'Apreendida em sua verdadeira essência, a linguagem é algo co

A palavra vertigem*

"O idioma está sempre em movimento, mas o homem, por ocupar o centro do redemoinho, poucas vezes percebe essa mudança incessante."                                                                           Octávio Paz Um ser irreconhecível se desdobra na expressividade fugaz. Seu aspecto de invasor ameaça o saber encastelado, seu ritmo alucinado de vivências subjetivas re_apresenta um devir quase esquecido. Ao pensar o impensável realiza uma excursão pela partícula de infinito desconsiderada. Sua ótica de incerteza desconstrói o mundo de uma só verdade.    Os sons murmurados nas entrelinhas apresentam o instante entre um e outro. Sua lógica de estorvo e o caráter de percepção excessiva denuncia espaços, alarga escutas, vislumbra imaterialidades. As associações desgovernadas esboçam um contato fugaz com o absurdo. Parece recordar que a vida não é definitiva. Sua estranha dialética é ser registro de uma ausência. Como um acesso de desrazão, seu teor de express

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Poder-se-ia dizer que um texto, depois de separado de seu autor (assim como da intenção do autor) e das circunstâncias concretas de sua criação, flutua no vácuo de um leque potencialmente infinito de interpretações possíveis" "Um texto é um universo aberto em que o intérprete pode descobrir infinitas interconexões" "O pensamento hermético afirma que nossa língua, quanto mais é ambígua e polivalente, e quanto mais usa símbolos e metáforas, tanto mais é particularmente adequada para nomear a Unidade onde ocorre a coincidência dos opostos"  "(...) é possível muitas coisas serem verdadeiras ao mesmo tempo, mesmo que se contradigam" "No mito de Hermes, encontramos a negação do princípio de identidade, de não-contradição, e do terceiro excluído, e as cadeias causais enrolam-se sobre si mesmas em espirais: o 'depois' precede o 'antes', o deus não conhece limites espaciais e pode, em diferentes formas, estar em

Doce Noturno*

“Você também me lembra a alvorada Quando chega iluminando Meus caminhos tão sem vida”              Cartola Vive-se a ironia desprovida de vida, ir lá no fundo, Escavar a alma, atracar com unhas e sede − O copo. O veneno da maldição, combinar morte com dinheiro, Esfregar mãos de felicidade, contar os feitos, Esconder os defeitos da dor, promover a vida, Escrever no face e se glorificar do intento. O poder de contrariar a ignorância do cérebro, A inteligência do berço, do embalar, enlatar e aprontar. Toda compota tem seu apodrecimento, Toda maldade é o que se redime Nem sempre é o perene o que se persegue, A caça é o que pode morrer engasgado. É o fim dos tempos logo ali, Atrás da noite vêm as luzes, O sol tardio é a dor infinita, De tanto ler o ver é insignificante. O que pode estar oculto, É como estar abrindo a cabeça, O dia é nos olhos unidos, O corpo, o prazer é o texto em cor. Depois deste dia, uma flor é como a dor, Desmancha

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) com que largos intervalos aparecem as boas obras, e como são raras as publicações seladas por um talento verdadeiro" "Estabelecei a crítica, mas a crítica fecunda, e não a estéril, que nos aborrece e nos mata, que não reflete nem discute, que abate por capricho ou levanta por vaidade; estabelecei a crítica pensadora, sincera, perseverante, elevada"   "Para realizar tão multiplicadas obrigações, compreendo eu que não basta uma leitura superficial dos autores, nem a simples reprodução das impressões de um momento (...)" "O crítico deve ser independente - independente em tudo e de tudo - independente da vaidade dos autores e da vaidade própria" "(...) 'Flores e frutos' veio mostrar-me que o gênero e as qualidades (...) podiam aparecer nestas regiões com a mesma riqueza de graça, facilidade de rima e virgindade de ideias (...) os versos do Sr. B. Seabra respondem a diversos ecos do coração ou do espírito do po

"Na alma branda dos meus quintais"

Córregos de vida e infância ao redor da casa mãe caramanchões versejam remotos gracejos primeiros beijos e a vaga esperança... Pegadas na terra batida marcas de outras cirandas alegria de sujeira boa de espremer jabuticaba nas canções de vida à toa... Luzes por muro cercadas retidas nas atentas heras verdejantes gargalhadas sob austeros olhos maduros e vãos apuros de descobertas veras! Vidouro sonho cambaleante não de vinho ou ouro mas verde úmido musgo de outrora catando pedrinhas em pequeninos esconderijos manchados de amora... Mosaico entalhado de vidas chegadas ou recém partidas na asas do colibri que só quer uma flor mais na alma branda dos meus quintais... *Juliana Brasil Pesquisadora e roteirista na empresa Cine culte français. Mova-se (Movimento Artístico de Subversão e Estética). Musicista. Filósofa Clínica. Curitiba/PR

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) creio que o hábito precoce da solidão é um bem infinito. Ela ensina, até certo ponto, a dispensar as criaturas. Ela ensina também a amar ainda mais as criaturas (...) sou tocada por ela quando observo as crianças: vivem em um mundo que é delas. E tenho a impressão de que eu vivia em um mundo meu (...)" "(...) Ele gostava que se soubesse exatamente o que se sabia, gostava que se julgasse lentamente um livro: se líamos juntos não sei o quê, uma peça de Ibsen, por exemplo, ele queria que nos colocássemos exatamente no lugar dos personagens, que não envolvêssemos nosos próprios sentimentos" "Esses grandes escritores do século XIX eram frequentemente refratários, subversivos, em oposição a toda a sua época e todo o seu grupo, contra toda a mediocridade humana. Ibsen, Nietzsche e Tolstoi eram desses, e foi com meu pai, não obstante, que li os três" "Eu não imaginava nada, mas tinha a impressão de ser alguém importante porque eu exist

O intervalo e a duração*

Os silêncios só não dizem nada para quem ainda é analfabeto em sentir para ler uma alma através de um olhar profundo, de um sorriso sutil ou de um gesto capaz de contar histórias por conter mais de mil palavras. Nós somos feitos de histórias. Desde o átomo até a célula e os complexos organismos, tudo é feito de histórias. As descobertas e as comprovações são histórias que ora precisamos saber como ouvir, ora como contá-las, ora como vivê-las sentido na própria pele. E toda história é feita de intervalos e durações, pausas e emissões com prazo de validade e delimitações na pulsação porque toda a vida é musical demais. Mas há sempre o que fica e prossegue para muito além de nós mesmos. São os legados que não raro em silêncio tocam muitos outros corações seja para comover seja para doer pelo menos enquanto não se compreende mais uma história da qual tivemos participação. Afinal, em toda história há silêncios que podem dizer muito mais do que qualquer narrativa, sobretu

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