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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"Segue-se que, um único sujeito, mais o objeto, chegariam para constituir o mundo considerado como representação, tão completamente como os milhões de sujeitos que existem; mas, se este único sujeito que percebe desaparecer, ao mesmo tempo, o mundo concebido como representação desaparecerá também"

"Lembrando Shakespeare: 'somos feitos da matéria de que são tecidos os sonhos e a nossa vida tão curta tem por fronteira um sono'"

"A peculiaridade da filosofia é que ela não pressupõe nada de conhecido, mas que, pelo contrário, tudo lhe é igualmente estranho e problemático, não só as relações dos fenômenos, mas os próprios fenômenos"

"Sem dúvida, poderá alegar-se que cada um sabe o que é o mundo, sem procurar tão longe, visto que cada um é o sujeito do conhecimento e o mundo é a sua representação"

"A ação do corpo é apenas o ato da vontade objetivado, isto é, visto na representação"

"(...) além disso o meu corpo é a condição do conhecimento da minha vontade"

"É um grande erro, mas um erro muito comum, dizer que são os fenômenos mais frequentes, mais gerais e mais simples, que nós conhecemos melhor; na verdade, esses são os fenômenos que nós estamos mais habituados a ver e a ignorar. Uma pedra que cai no chão é um fato tão inexplicável para nós como um animal que se move"

"(...) grande ensinamento de Kant, que o tempo, o espaço e a causalidade não pertencem à coisa em si, mas apenas ao seu fenômeno; que apenas são formas do nosso conhecimento, e não atributos essenciais da coisa em si"

"Só as obras verdadeiras, tiradas diretamente do seio da natureza e da vida, permanecem eternamente jovens e sempre originais, como a própria natureza e a própria vida, visto que não pertencem a nenhum época, são da humanidade. Os contemporâneos, a que elas não se dignam comprazer, acolhem-nas com frieza (...)"

*Arthur Schopenhauer in "O mundo como vontade e representação". Ed. Contraponto. RJ. 2001.

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