Pular para o conteúdo principal

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"(...) a imagem hipnagógica, por outro lado, permanece no terreno da quase-observação. É o que já mostramos. Sem dúvida, seu objeto se dá com uma vivacidade tal que podemos, por um instante, acreditar que iremos apreender através de uma observação metódica suas diversas particularidades"

"Ler é realizar nos signos o contato com o mundo irreal. Nesse mundo há plantas, animais, campos, cidades, homens: em primeiro lugar aqueles de que o livro trata e depois uma porção de outros que não são nomeados, mas que estão no fundo e dão espessura a esse mundo"

"Na realidade, tanto na leitura com no teatro, estamos em presença de um mundo e atribuímos a esse mundo tanta existência quanto a que experimentamos no teatro, isto é, uma existência completa no irreal"

"(...) para descrever corretamente o fenômeno da leitura, é preciso dizer que o leitor está na presença de um mundo"

"O ato de imaginação, como acabamos de ver, é um ato mágico. É um encantamento destinado a fazer aparecer o objeto no qual pensamos, a coisa que desejamos, de modo que dela possamos tomar posse. Nesse ato, há sempre algo de imperioso e infantil, uma recusa de dar conta da distância, das dificuldades. Dessa forma, a criança, em seu leito, age sobre o mundo com ordens e preces. A essa ordens da consciência os objetos obedecem: aparecem. Mas têm um modo de existência muito particular (...)"

*Jean-Paul Sartre in "O imaginário". Ed. Ática. SP. 1996.

Comentários

Visitas