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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"Trata-se do ser falante que, imerso na linguagem como todos nós, de repente ou aos poucos, apropriando-se da tradição e de terceiros, exerce sua autonomia e cria uma arte original ou um discurso novo durante a construção de sua obra ou em sua análise"

"Para chegar à vida instintiva, o artista deve suprimir todo ruído exterior e colocar-se na escuta da vida de um modo extremamente atento, como se escutasse um deus que profere a verdade. O instinto fala, anuncia e exige a escuta, tal como um oráculo. O talento consiste em ter a disposição necessária para exercer a exigente pulsão de ouvir e perceber a mensagem"

"(...) uma capacidade aguda de entender uma mensagem lançada aos quatro ventos, que o escritor capta e com a qual o leitor do texto publicado se encontra"

"(...) a obra esconde (recepta) um segredo que tenho que descobrir a cada leitura, um segredo sempre diferente"

"É impossível saber a origem da escritura, a dos escritores ou a nossa, haja vista que brota de mil fontes. Quando perguntamos aos escritores sobre o que desencadeia o trabalho de criação, a resposta é bastante parecida"

"Todas as palavras, expressões, cores e formas, sons e melodias estão lá, bastaria acariciá-los para atraí-los e fazer com que emerjam. A intensidade do afago mede o talento do artista. Ver o não visto visível, no entanto, ou a forma escondida embora presente, escutar a melodia subentendida, mas incluída, juntar palavras, sabidas de todos (...)"

*Philippe Willemart in "Os processos de criação na escrita, na arte e na psicanálise". Ed. Perspectiva. SP. 2009.  

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