Heidegger apreciava a
utilização da metáfora do caminho na floresta como descrição de sua filosofia.
Ao nos enveredarmos por uma mata, nos deparamos com clarões, com sendas e nunca
sabemos aonde vamos chegar.
No caso da filosofia
heideggeriana, a questão do ser que perpassou os longos anos de sua produção
filosófica, é um desbravar esses caminhos. Ao lermos seus textos ficamos com a
impressão de que, no fim, ficou algo a ser dito, esclarecido, mostrado. Mas é exatamente
esse o modo como ele lida com a questão do ser.
Uma das maiores
dificuldades que um leitor habituado a textos mais sistemáticos encontra é
justamente o de não encontrar uma formulação “lógica” nas linhas
heideggerianas. Isto ocorre porque o pensador alemão intenta pensar, por outra
via, o que não foi colocado em questão ao longo da história depois de Platão e
Aristóteles.
Para Heidegger, a
questão que suscitou a reflexão dos autores de A República e Metafísica,
trazendo contribuições, ainda que fragmentárias, tornou-se trivial
posteriormente. Ou seja, aquilo que foi uma questão para os antigos gregos,
posteriormente foi deixado e ficaram apenas com o que foi conquistado. Mas, é
necessário retomar a via da questão do ser.
*Prof. Dr. Miguel
Angelo Caruzo
Filósofo. Filósofo
Clínico. Livre Pensador.
Teresópolis/RJ
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